quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ECONOMIAS EMERGENTES SUPERAM A DOS PAÍSES RICOS...

Investimentos estrangeiros atingiram apenas US$ 1 trilhão em 2009. Segundo o The Economist Intelligence Unit, empresa filiada a The Economist, esse valor mostra a queda de mais da metade desde 2007.
Pela primeira vez economias emergentes vão atrair mais da metade dos investimentos mundiais.

O fluxo de investimento para países pobres, especialmente os localizados na Ásia, estão mais receptivos do que países ricos, que sofrem a pior recessão das últimas décadas.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Economia mundial. A rota de colisão no Pacífico

A idéia de que a China “salvará” a economia mundial não se justifica afirma o ensaísta Robert Kurz em artigo no sítio Exit, 09-10-2009. Segundo ele, o milagre econômico da China baseava-se no milagre do consumo dos EUA. O prometido século do Pacífico [EUA – China] em contraponto ao eixo Atlântico [EUA – Europa] ainda não aconteceu, diz ele.
Eis o artigo.
Até há poucos anos ainda se falava do “século do Pacífico". O eixo da economia mundial, dizia-se, ter-se-ia deslocado da relação entre os EUA e a Europa, no Atlântico, para a relação entre os EUA e a Ásia (especialmente a China), no Pacífico.
Ao mesmo tempo, sabia-se que o alegado novo eixo era portador de um "desequilíbrio extremo". O Pacífico era uma grande via de exportação de sentido único. Os Estados Unidos, a despeito da queda dos salários reais, absorviam unilateralmente o excedente das mercadorias da Ásia. Este milagre do consumo da classe média, que respondia por 80 por cento da conjuntura econômica dos EUA, era alimentado em grande parte pelos rendimentos fictícios da bolha das ações e ultimamente sobretudo da bolha imobiliária.
Esta estrutura de déficit do Pacífico era o motor da economia mundial. Porém, desde o Outono de 2008 que o motor vem falhando e parará nos próximos meses. As exportações da Ásia para os Estados Unidos já caíram. No entanto, não deve estar tudo assim tão mal. O Fundo Monetário Internacional já prevê novamente para 2010 uma recuperação da economia mundial.
De que expectativas se alimenta este otimismo profissional? A economia dos E.U.A., diz-se, teria batido no fundo, tal como a européia. Ora os programas de estímulo à economia por todo o mundo, que agora chegam ao fim e já sobrecarregam os orçamentos de Estado, é que foram responsáveis pela absorção do choque da queda.
Os bônus de descontos de automóveis na Alemanha e nos EUA esgotaram-se. O desemprego nos EUA quase duplicou, ultrapassando os 10%, e continua a subir. A onda de falências acaba de ter início entre as empresas de fornecimentos e de serviços. Não está à vista qualquer injeção suplementar de poder de compra a partir das bolhas financeiras. Pelo contrário, entretanto são os sistemas de cartões de crédito que tremem. Não há qualquer razão para que a conjuntura econômica dos EUA, a mais dependente do consumo de todos os países do mundo, volte a subir rapidamente. Em qualquer caso, depois da queda, mesmo com taxas de crescimento de dois ou três por cento, levaria cinco a dez anos para voltar ao nível anterior da conjuntura de déficit.
Mas, se o milagre do consumo dos EUA não pode ser reativado, também a exportação de sentido único através do Pacífico não pode ser salva. A tênue esperança de que a China possa assumir o papel dos Estados Unidos, numa inversão de posições da conjuntura de déficit recente, é totalmente ilusória. O milagre da exportação chinesa baseava-se no milagre do consumo dos EUA. Apesar da massa da sua população, o mercado interno chinês é muito pequeno para conseguir absorver o excedente das mercadorias do mundo.
A receita do suposto sucesso: uma combinação de baixos salários e componentes importados de alta tecnologia para a exportação de sentido único, em grande parte por meio de investimentos de empresas americanas, japonesas e européias nas zonas econômicas especiais: não pode ser substituída por um consumo interno chinês suficientemente grande; muito menos no curto prazo.
Após a forte queda nas exportações para os Estados Unidos, a China salvou o seu crescimento temporariamente com o maior programa de apoio à conjuntura econômica interna de todo o mundo. Mas a parte do leão consiste em investimentos infra-estruturais financiados a crédito, todos eles voltados para novas exportações. É previsível que só restem ruínas destes investimentos, seguindo-se o estouro da bolha do crédito chinesa.
Enquanto ambos os lados do Pacífico sonha em ser de algum modo resgatado pelo outro lado, vai-se desenvolvendo uma rota de colisão na anterior via da exportação de sentido único. A Europa dificilmente será um terceiro que fique a rir, porque ela própria está dependente da renovação da conjuntura econômica de déficit global.

domingo, 11 de outubro de 2009

O BRASIL NO MUNDO ATUAL....

O BRASIL CONQUISTA ESPAÇO NO MUNDO... AFINAL NÓS SOMOS IMPORTANTES...
ELE É O CARA QUE ESTÁ FAZENDO ISSO...


O MUNDO SE CURVA DIANTE DELE....



ELE É O CARA....

TEM GENTE POR AÍ... COM TÍTULOS E MAIS TÍTULOS... MORRENDO DE CIÚMES...
AINDA ACREDITO, QUE ELE É O CARA...
TODOS DIZEM ISSO...
COMO EU VOU FICAR FALANDO O CONTRÁRIO ?

SOU REALISTA.... LULA É O CARA !
Com alguns erros, a verdade é que Lula deu ao Brasil projeção na política internacional que o país jamais tivera", assevera Jânio de Freitas, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 04-10-2009.
Eis o artigo.
Achar que o Brasil "conquistou cidadania no mundo" porque sediará uma Olimpíada daqui a sete anos não é só uma elaboração mental estapafúrdia, que por si não causaria espanto, é uma demonstração de que Lula não tem noção do que seu governo faz, nem do seu próprio fazer na Presidência.
Com alguns erros menores e inevitáveis, porque na ação política a linha reta é quase inexistente, a verdade é que o governo Lula deu ao Brasil uma projeção na política internacional que o país jamais tivera. Nem a participação da FEB e de um bravo grupo de aviação de caça é lembrada nas histórias da Segunda Guerra, nem ao chegar à dimensão de oitava economia mundial o Brasil se tornara mais considerado nas formulações internacionais.
Auxiliado pelo equívoco dos países desenvolvidos que o supõem um operário autêntico e reformador do Brasil, fantasia da embasbacada imprensa europeia e norte-americana, Lula teve o mérito de operar uma confusa identificação do seu exacerbado personalismo com o país. E estendeu de um ao outro atenções e benevolências que abriram portas e presença em centros de decisão.
Dá uma ideia dessa fusão inovadora, e do seu processo, a comparação com o personalismo de Fernando Henrique, não menos exacerbado, mas que confinou seus objetivos aos limites pessoais dos títulos, condecorações e outras projeções individuais.
A ação externa do governo Lula é parte de um contraste agudo. Lula produz nas relações internacionais um passo primordial e extenso de descolonização do Brasil. No plano interno, porém, a política econômica e suas projeções sociais preservam o colonialismo ante essa espécie de metrópole mundial que são os capitais internacionais combinados, com suas ramificações internas completando o sistema colonizante.
Ainda estamos por saber se tal contraste é uma contradição, decorrente do conservadorismo de Lula, ou se é como um habeas corpus - provavelmente parte das propostas de José Dirceu no planejamento do governo Lula - para tornar aceita a política externa e, em especial, sua realçada face latino-americana.
Sob críticas internas muito azedas, capazes de ver no erro de uma indicação para a Unesco uma condenação de toda a política externa, é no entanto inegável que o Brasil chegou a uma expressão internacional que não depende da safra de soja e dos êxitos da Vale. E não foi a concessão da Olimpíada que lhe trouxe a nova condição. Lula, pelo visto, não sabe, mas foi o contrário, a "cidadania no mundo" já conquistada é que levou o Brasil a obter a Olimpíada. Com a ajuda, isso Lula sabe, de caríssimo marketing e outros recursos menos citáveis.

Velho problema: Brasil é o 7º país com maior desigualdade no mundo

LEIA E PENSE... O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O BRASIL ?
VEJA A IMAGEM ACIMA, E AS DUAS NOTÍCIAS ABAIXO....

Dos 182 países avaliados no Índice de Desenvolvimento Humano, apenas seis têm mais desigualdade do que o Brasil, que ficou na 75ª posição do ranking.
Os 10% mais ricos no Brasil têm uma renda 40,6 vezes maior que os 10% mais pobres. Nem mesmo Níger e Serra Leoa — que foram os últimos no ranking do IDH — apresentam um quadro tão discrepante.
No quesito desigualdade, à frente do Brasil aparecem apenas Namíbia, na primeira colocação, seguida por Bolívia, Comores, Colômbia, Haiti e Panamá.
A mortalidade infantil é um fator que ainda preocupa no Brasil. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o país apresenta índices africanos de mortalidade infantil entre as famílias 20% mais pobres.

Impulsionado mais uma vez pelo aumento na renda, o Brasil registrou uma melhora em seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas permaneceu estável no ranking de nações elaborado anualmente pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), na 75ª posição.
A reportagem é de Antônio Gois e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 05-10-2009.
O IDH varia de 0 a 1 e tenta medir o desenvolvimento humano dos 182 países comparados a partir de três dimensões: saúde, educação e PIB per capita. De 2006 para 2007 (os relatórios sempre se referem a dois anos antes), o IDH brasileiro variou de 0,808 para 0,813. Um valor acima de 0,800 é considerado nível de alto desenvolvimento humano.
Neste ano, o tema principal do relatório foi migração. Para facilitar as análises sobre este tópico, pela primeira vez, o Pnud separou nações com IDH acima de 0,900 num grupo considerado de muito alto desenvolvimento humano.
Fazem parte desta elite, que concentra a maioria dos imigrantes, 38 países, liderados por Noruega (0,971), Austrália (0,970) e Islândia (0,969).
Na base do ranking encontram-se Níger (0,340), Afeganistão (0,352) e Serra Leoa (0,365). O Pnud destaca que uma criança que nascer hoje em Níger terá expectativa de viver apenas até os 51 anos, enquanto uma norueguesa deverá chegar aos 81.
"Muitos países testemunharam retrocessos nas últimas décadas devido às retrações econômicas, crises induzidas por conflitos e epidemias de HIV", afirma a principal autora do relatório deste ano, Jeni Klugman.Como os dados divulgados no relatório deste ano vão somente até 2007, ainda não é possível mensurar o impacto da crise econômica mundial, iniciada no fim do ano passado.
Alison Kennedy, chefe da equipe de estatística do IDH, no entanto, diz esperar que os efeitos não sejam tão grandes: "O PIB per capita de muitos países pode ter sido bastante afetado, mas os indicadores de saúde e educação não reagem tão rapidamente a crises, o que poderá fazer com que a oscilação não seja tão significativa."
Brasil

Os indicadores brasileiros no IDH serão detalhados hoje pelo escritório do Pnud no país, mas, na comparação com o relatório de 2008, é possível verificar que o avanço se deu principalmente por causa do PIB per capita.
Educação e saúde também melhoraram, mas em ritmo menor, já que o analfabetismo adulto tem caído pouco no país e a expectativa de vida ao nascer (único componente do índice de saúde) não costuma sofrer oscilações bruscas de um ano para o outro.
Além do próprio IDH, o Relatório de Desenvolvimento Humano permite comparar outros indicadores.É possível destacar, por exemplo, que apesar de ter registrado queda na desigualdade desde o início da década, o Brasil ainda permanece no grupo de dez países mais desiguais do relatório, atrás apenas de Namíbia, Ilhas Comores, Botsuana, Haiti, Angola, Colômbia, Bolívia, África do Sul e Honduras. No Brasil, os 10% mais ricos detêm 43% da riqueza nacional, enquanto os 10% mais pobres, apenas 1%.
Na Noruega, país que lidera o ranking, os 10% mais ricos concentram 23% da riqueza, enquanto os 10% mais pobres respondem por 4%.
Outro indicador em que o Brasil destoa dos líderes é o investimento público em educação e saúde. Noruega, Austrália e Islândia investem, respectivamente, 35%, 31% e 36% de seu gasto público nessas áreas.
No Brasil, a proporção é de apenas 22%. O maior desnível acontece na saúde, setor em que o Brasil investe 7% dos gastos, menos da metade do que Noruega (18%), Austrália (17%) e Islândia (18%).

sábado, 3 de outubro de 2009

O BRASIL QUE DÁ CERTO !

Observe e analise o gráfico acima, e leia a notícia abaixo:
A crise global provocou um movimento de transferência de linhas de produção ou até de fábricas inteiras do exterior para o Brasil. Cerca de 50 empresas solicitaram ao governo autorização para trazer suas máquinas para o País, revela o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A reportagem é de Raquel Landim e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 28-09-2009.
Os pedidos de importação foram feitos por diversos setores como alimentos, têxtil, químico, móveis e mineração. A origem das linhas de produção também é variada: Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Alemanha, Reino Unido. Boa parte das solicitações veio dos fabricantes de autopeças - setor em que o desempenho do mercado brasileiro está muito melhor que o resto do mundo.
É a discrepância entre o Brasil, que já saiu da crise, e os países ricos que provoca as transferências. Com a queda da demanda nos EUA e na Europa, as multinacionais ficaram com capacidade ociosa lá fora. A crise também provocou uma quebradeira de empresas, criando oportunidades para companhias brasileiras comprarem máquinas usadas no exterior por uma fração do preço das novas.
A Coteminas realizou uma das maiores transferências de máquinas do exterior para o País. Depois de adquirir a americana Springs, a empresa, que pertence à família do vice-presidente José de Alencar, desativou nove fábricas nos Estados Unidos. As máquinas foram distribuídas pelas unidades de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Norte.
"É melhor produzir aqui e exportar para os EUA. E, com a crise, parte da produção que ia para os clientes americanos agora fica no Brasil", disse o vice-presidente industrial da Coteminas, Pedro Bastos. Entre as vantagens de trazer a produção para o País, estão a qualidade do algodão, o menor custo da mão de obra, e a proximidade com o grupo controlador. Ele conta que a crise tornou as transferências mais complicadas, porque significou perda de empregos para os americanos.
A lista de empresas que estão apostando no Brasil incluiu multinacionais como Nestlé e Motorola. A fabricante de celulares importou da unidade do México a tecnologia para fabricar em Jaguariúna (SP) equipamentos para banda larga sem fio. A produção começou em junho. De acordo com o vice-presidente da área de mobilidade, Eduardo Stefano, os incentivos fiscais e os altos custos de importação foram as razões para produzir localmente. Ele afirmou ainda que o Brasil é carente em tecnologia de banda larga.
A Nestlé trouxe do México uma linha completa para fabricação e envase de água mineral. O maquinário inclui desde a sopradora de garrafas até a empacotadora. A linha desembarcou no Brasil em julho e já está em operação. Com a ajuda das novas máquinas, a multinacional lançou no País a marca de água Nestlé Pureza Vital - a mais vendida do mundo. O objetivo é buscar a liderança no mercado de água mineral paulista, o maior do País com 30% das vendas.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, as empresas decidem as transferências de plantas cada vez mais rápido e o Brasil se tornou o alvo pelo bom desempenho na crise. Ele disse que o governo quer tornar ágil a entrada das linhas de produção no País. Como se tratam de máquinas usadas, o procedimento requer licenças de importação, que demoram de quatro a seis meses para serem liberadas. "Queremos fazer em 30 dias."
A "importação" de fábricas é polêmica. O investimento é sempre bem-vindo, porque aumenta a produção e cria empregos. Mas ao autorizar a entrada de máquinas usadas, o governo pode desestimular o setor de bens de capital. O movimento de transferência de linhas de produção já provocou reclamações dos fabricantes de máquinas junto ao ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. "Corremos o risco de sucatear o parque industrial brasileiro. O setor de bens de capital ainda não saiu da crise", disse Nelson Deduque, diretor de mercado externo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
As empresas argumentam que importar uma linha de produção usada pode reduzir em até 80% o custo do investimento. Isso permite que companhias de médio e pequeno portes também aumentem a produção. "Saiu pela metade do preço. Gastamos US$ 500 mil em máquinas que valem US$ 1 milhão. Foi uma das principais razões da transferência", disse a coordenadora de comércio exterior das Linhas Bonfio, Rita de Cássia Pereira. A companhia trouxe, em maio, uma linha de produção de fios têxteis. As máquinas pertenciam a uma fábrica desativada no Canadá .
A Bio Springer, fabricante de extrato proteico, composto utilizado em alimentos como macarrão instantâneo, trouxe uma nova linha de produção para o País, que aumentou em 30% a capacidade de sua planta. Segundo Antonio Panzionoto, diretor industrial, a centrífuga veio da República Tcheca e as outras máquinas, da França. "Eram máquinas do grupo. É mais barato do que comprar tudo de novo no Brasil."
Também há casos de empresas que não atuavam no País e estão chegando por meio de transferência de plantas. A fabricante de móveis portuguesa Iduna vai trazer uma unidade de Braga para Cotia, na Grande São Paulo. "O potencial do mercado brasileiro é grande, mas para ser competitivo é preciso produzir aqui. Além disso, o impacto da crise foi mais violento na Europa", disse o proprietário da empresa, Alberto Araújo.