quinta-feira, 30 de julho de 2009

A SOBREVIVÊNCIA HUMANA AMEAÇADA !

Com o tema “Os limites da sustentabilidade no mundo atual", Washington Novaes discorreu sobre os desafios que se apresentam em tempos de mudanças velozes para a preservação do planeta Terra e das gerações futuras.
Reproduzimos na íntegra a palestra.
Estamos vivendo um novo tempo, porque já não se trata mais de cuidar apenas do meio ambiente. É bem mais do que isso: a questão é não ultrapassar limites que colocam em risco a própria vida. Para isso invoco as palavras de Kofi Annan, que durante mais de uma década foi secretário-geral da Organização das Nações Unidas [ONU], uma pessoa com muito conhecimento. Ele diz que hoje o problema central da humanidade está nas mudanças climáticas e na insustentabilidade dos padrões de produção e de consumo no mundo, porque já estão além da capacidade de reposição do planeta. Ele afirma que essas duas questões ameaçam a sobrevivência da espécie humana. É preciso prestar atenção nisso.
Vejamos a questão do clima.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas [IPCC, na sigla do nome em inglês], órgão científico da ONU para a Convenção do Clima, diz que as ações humanas já aumentaram a temperatura do planeta em quase 0,8 grau Celsius, e para evitar que o acréscimo vá além de 2 graus será preciso reduzir as atuais emissões em 80% até 2050. Elas, porém, continuam crescendo. Às vezes as pessoas estranham que um aumento de temperatura de 0,8 grau tenha efeitos tão graves, mas, sendo bastante simplistas, podemos dizer que a Terra é um organismo vivo e sabemos o que acontece no organismo humano quando a temperatura sobe um grau. É o início de um processo de febre que, se não for contido, terá sérias consequências. No planeta não é diferente.
O IPCC afirma ainda: se as emissões continuarem no ritmo atual, a temperatura poderá elevar-se em quase 6 graus neste século e o nível dos oceanos poderá subir até 88 centímetros, o que produzirá aumento de secas, inundações e outros desastres.
Há uma parte dos cientistas, pequena, que nega a validade dessas conclusões do IPCC, mas lembro que eles são minoria e se dividem em várias categorias, sendo muitos ligados a indústrias relacionadas com combustíveis fósseis, com petróleo, outros que são absolutamente céticos e outros ainda que dizem que realmente o planeta está se esquentando, vai se aquecer muito mais ainda, mas que isso é um processo do sistema planetário e não consequência de ações humanas.
As previsões do IPCC, porém, têm o consenso entre mais de 2,5 mil cientistas de quase 200 países. No último relatório do órgão, que é o quarto, somente se publicou o que foi objeto de consenso e com probabilidade acima de 90% de se confirmar. E os diagnósticos mais recentes mostram que talvez já estejamos adiante das previsões do IPCC, com o derretimento do gelo que se verifica nos polos e nas montanhas da Groenlândia.
A ameaça maior nessa área é o aquecimento do permafrost [solo formado por terra, rochas e gelo], uma camada que esconde uma quantidade imensa de metano, gás 23 vezes mais poluente que o carbono. Um dos últimos números da revista New Scientist publicou um trabalho aprofundado sobre isso, revelando que é alguma coisa assustadora. O estudo prevê que em 20 ou 30 anos talvez já não haja mais gelo no Ártico e que a camada de poluentes que pode ser liberada é 1,6 mil vezes maior do que a concentração que já está na atmosfera.
A cada ano cresce o número de vítimas dos desastres naturais. O último balanço referente a 2008 mostra que 200 milhões de pessoas no mundo foram atingidas por eles. O prejuízo causado por esses acidentes, calculado por um conglomerado de empresas da área de seguros, principalmente a Munich Health, chegou a US$ 200 bilhões em 2008.
E o Brasil já é o décimo primeiro país em número de vítimas. Tivemos furacão em Santa Catarina, tornados, inundações e outros eventos extremos. As emissões totais no mundo hoje estão acima de 25 bilhões de toneladas anuais em equivalente de carbono. A China passou a ser o maior emissor, seguida dos Estados Unidos. O Brasil, se forem utilizados também critérios de emissões de carbono e metano em função de desmatamento, mudanças no uso da terra e queimadas, é o quarto maior emissor. Em 1994, no primeiro e único inventário que o Brasil fez, apresentado apenas em 2004, as emissões atingiam mais de 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono e mais de 30 milhões de toneladas de metano.
Recentemente esteve no Brasil Nicholas Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial, que não é um cientista voltado para o meio ambiente mas fez um estudo sobre as mudanças climáticas a pedido do governo britânico. No programa Roda Viva, da TV Cultura, gravado em novembro de 2008, ele afirmou que as emissões brasileiras já estavam entre 11 e 12 toneladas anuais por habitante, o que significaria que dobraram em relação a 1994. Há um novo inventário brasileiro, que vem sendo adiado desde 2005, mas cuja apresentação está prevista para este ano. A peculiaridade é que quase três quartos das emissões brasileiras se devem a mudanças no uso do solo pela agropecuária, desmatamentos e queimadas, e que 59% dessas emissões acontecem na Amazônia. O restante ocorre principalmente no cerrado, embora não se fale disso.
O cerrado é uma espécie de primo pobre dos biomas brasileiros e por isso muitos pensam que ali se pode fazer tudo, desde que se preserve a Amazônia. Segundo o último estudo do Instituto Sociedade, População e Natureza [ISPN], junto com a Universidade de Brasília, o cerrado está perdendo 22 mil quilômetros quadrados por ano, uma barbaridade. Cerca de 50% de sua vegetação, que é irrecuperável, já se foi. A área de preservação obrigatória por lei é muito pequena e o avanço continua muito acentuado. E não se fala que uma grande parte das emissões brasileiras acontece nas áreas de cerrado.
Das emissões totais de metano no país, a maior parte se deve à pecuária e à agricultura. Um estudo da Embrapa Meio Ambiente mostra que cada boi emite 58 quilos de metano por ano com os seus arrotos e flatulências. Esse valor multiplicado por 205 milhões de cabeças significa mais de 10 milhões de toneladas desse gás, que vão equivaler a perto de 250 milhões de toneladas de carbono.
O problema, no rumo em que está, tende a se agravar no mundo, que não encontrou ainda soluções. A Agência Internacional de Energia mostra que o consumo de energia no planeta vai aumentar 71% até 2030. E 80% das emissões se devem à queima de combustíveis fósseis, principalmente para geração de energia. Os países industrializados consomem 51% da energia total, mas como eles têm uma população que não chega a 20% da mundial, cada habitante dos países ricos emite 11 vezes mais do que um habitante das nações mais pobres.
Diante desse quadro, não temos nem regras nem instituições capazes de impor mudanças de forma global, obrigatórias para todos os países, como deve ser. Nem o Protocolo de Kyoto, que previa uma redução de 5,2% nas emissões dos países industrializados, foi ainda cumprido. Os Estados Unidos não ratificaram o acordo, que é de 1997, bem como outros países. O prazo vai até dezembro de 2009, quando haverá uma nova reunião em Copenhague, para que se defina um novo acordo e se regulamente a Convenção do Clima.
Houve recentemente um encontro em Bonn mas não se conseguiu nenhum avanço importante. A Europa propunha reduzir 20% nas emissões dos industrializados até 2020 e se dispunha a chegar até 30% se houvesse acordo, que não aconteceu. O novo governo dos Estados Unidos propõe reduzir as emissões em 15% em relação ao que eram em 1990, que é a base do Protocolo de Kyoto, mas o Congresso americano não aprovou nada ainda.
Novas tecnologias
Há quem acredite que o caminho não será um acordo internacional e, sim, a adoção de novas tecnologias que permitam resolver a questão. A primeira delas, mais significante, seria o chamado sepultamento de carbono. Essa tecnologia permitiria capturar o carbono na fonte de emissão, principalmente nas usinas de produção de energia que queimam carvão mineral e gás, e colocá-lo no subsolo, em antigos campos de petróleo esgotados, ou no fundo do mar.
A ideia foi avaliada em princípio pelo Painel do Clima, que concluiu que tecnicamente é viável. Mas é preciso ver que consequências, geológicas e hidrológicas principalmente, sísmicas talvez, haverá no fundo da terra. E para a diversidade marinha. Os especialistas dizem que no mar será um desastre, porque na água não há como conter o carbono, que se espalhará e provocará não apenas aquecimento do oceano como praticamente a extinção da biodiversidade.
Outra possibilidade seriam as fontes de energia renováveis e limpas: energia solar, eólica, das marés e os biocombustíveis. A grande questão são os custos. Serão viáveis, competitivas em matéria de preço? Tudo dependerá dos fatores que entram ou não na questão. Por exemplo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [Inpe] de São José dos Campos, avalia que o potencial de energia eólica no Brasil é maior do que todo o consumo brasileiro de energia hoje. Alega-se, porém, que essa fonte não é permanente, pois há momentos de pausa nos ventos. Por essa razão, o sistema tem de ser ligado a outras fontes energéticas que possam supri-lo nos períodos de falta de vento.
Quanto à energia solar, há um estudo que mostra o seguinte: se um quarto da área do reservatório de Itaipu fosse ocupado com painéis solares, isso produziria tanta energia quanto a própria usina. Nesse caso, a questão é como armazenar essa energia. A tecnologia para a qual se caminha é de aquecimento de óleo, que depois seria aproveitado progressivamente. Mas aqui há também o problema dos custos. Nessa questão, os defensores da energia eólica e solar perguntam: quem coloca na conta da energia derivada dos combustíveis fósseis o custo da poluição do ar, ou dos gastos com a saúde? Ou ainda os de implantação e manutenção do sistema viário? Quem faz a conta dos desperdícios? Um automóvel, por exemplo, pode chegar a utilizar 90% da energia para transportar a si mesmo e não ao passageiro. E perde 70% sob a forma de calor, usando somente 30%.
O professor Adriano Murgel Branco mostrou recentemente que numa viagem por automóvel se consome 20 vezes mais energia que no mesmo trajeto por metrô. Então há muitas contas a fazer, e isso vai determinar o rumo das decisões. De qualquer forma parece inevitável que se caminhe realmente em direção a uma nova matriz de transportes e veículos menos poluentes, como aqueles híbridos, que queimam combustível somente para a partida e depois usam energia elétrica. Mas há o lado da indústria automobilística, cujo lucro por unidade de produto, se forem usados os veículos híbridos em lugar das supercaminhonetes, pode cair em até 15 vezes. Então há questões econômicas e comerciais a considerar.
Nos cenários possíveis, Nicholas Stern disse em 2006 que teríamos dez anos para enfrentar essa questão, ao custo de 1% do produto bruto mundial a cada ano. Isso significaria cerca de US$ 600 bilhões hoje. Ele afirmou: "Se não o fizermos, teremos a maior recessão de todos os tempos, poderemos perder 20% do produto bruto mundial". Em 2009, quando esteve em São Paulo, disse que foi muito otimista em 2006. Não tínhamos dez anos, o prazo era muito menor e o custo será muito maior, de 2% a 3% do produto bruto mundial a cada ano, o que significaria de US$ 1,2 trilhão a US$ 1,8 trilhão por ano.
A Agência Internacional de Energia [AIE] diz que serão necessários investimentos de US$ 15 trilhões em 15 anos em novas fontes de energia para chegar à emissão zero, mas que isso custará menos do que enfrentar as consequências. Convém lembrar que a AIE não é uma instituição de ambientalistas nem de pessoas que encaram a questão por esse ângulo, mas de técnicos em energia.
Há cenários para o Brasil, construídos pelo Inpe, que mostram o seguinte: no ritmo atual, a temperatura na Amazônia poderá subir até 6 graus e no centro-oeste até 4 graus até 2070. No semiárido poderá haver uma perda de até 20% dos recursos hídricos e os prejuízos para a agricultura serão progressivos. Eles já estão presentes, aliás, com as secas, inundações etc. Um dos exemplos mais mencionados no sul-sudeste é o deslocamento da cultura do café do estado de São Paulo e do norte do Paraná exatamente por causa do aumento médio da temperatura nessas áreas, que leva a uma queda precoce das flores e gera redução grave de produtividade. Por isso o café migrou quase todo para regiões mais altas de Minas Gerais e algumas outras, onde também se começam a enfrentar problemas de temperatura.
Há muita coisa ainda que poderia ser dita sobre o clima, principalmente o agravamento dos chamados eventos extremos, que temos visto recentemente em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo. A Amazônia e uma grande parte do nordeste estão sofrendo com o excesso de chuvas. Há poucos dias em Uauá, no sertão da Bahia, considerada uma espécie de capital da seca, choveu 250 milímetros em uma noite. São 250 litros de água por metro quadrado de solo.
Segundo os cientistas, há uma mudança evidente no formato das chuvas. Verificam-se cada vez menos aquelas chuvas miúdas e continuadas na estação das águas e temos os chamados eventos extremos, uma grande quantidade de água que cai num curto espaço de tempo, gerando problemas imensos. Recentemente em Blumenau (SC) em um dia choveu 819 milímetros, quase um metro cúbico de água por metro quadrado de solo em 24 horas, uma barbaridade. Esses acontecimentos são cada vez mais frequentes, o que vai exigir inclusive, embora pouco se fale disso, mudança de métodos construtivos em rodovias, pontes, aterros e inclusive áreas urbanas, porque esses sistemas foram calculados para outros tempos e não para os impactos que estamos sofrendo hoje.
Ecossistemas em colapso
A segunda questão mencionada por Kofi Annan são os padrões de produção e consumo. Segundo os relatórios do Pnuma [Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], do WWF e de outros, já estamos consumindo mais de 25% além da capacidade de reposição da biosfera planetária. É um déficit que está aumentando de ano para ano. As previsões do Pnuma são de que em meio século a exigência humana sobre a natureza será duas vezes superior à capacidade de reposição da biosfera e é provável a exaustão dos ativos ecológicos, assim como o colapso dos ecossistemas em larga escala. Na verdade estamos nos comportando como uma família que consome mais do que seu orçamento permite – ela não tem essa disponibilidade e caminha para situações muito graves.
Essa pressão cada vez maior intensifica a desertificação no mundo, hoje já de cerca de 60 mil quilômetros quadrados a cada ano, agravando a crise da água e várias outras. A chamada pegada ecológica média é de 2,2 hectares por pessoa, quando a disponibilidade média é de 1,8 hectare. Não há essa disponibilidade. O Brasil tem uma situação relativamente privilegiada por causa de seu território e recursos, mas a pegada média brasileira é de 2,1 hectares por pessoa/ano, superior à disponibilidade média mundial.
Algumas das consequências desse uso excessivo são a perda de espécies tropicais e a degradação dos manguezais, em ritmo duas vezes superior ao das florestas. Continuamos a perder no mundo 12 mil quilômetros quadrados de florestas por ano. Na América do Sul a perda dos manguezais, que são o berço da vida no oceano, é mais grave que no restante do mundo e seu principal fator é a conversão de áreas para agricultura. Outro é a pesca excessiva, que já exauriu um quarto dos estoques pesqueiros mundiais.
Essa pressão leva também a problemas na área dos recursos hídricos, em que há uma alteração e retenção forte do fluxo fluvial para vários usos, industrial, para energia ou abastecimento humano. Mais de metade dos maiores sistemas fluviais no mundo já se fragmentaram e a quantidade de água armazenada em reservatórios é pelo menos três vezes maior do que a do fluxo fluvial superficial. Um estudo da Comissão Mundial de Barragens informa que só de barragens com mais de 15 metros de altura temos 45 mil no mundo e já há muitos grandes rios que não conseguem chegar ao final de seu curso primitivo, que seria o mar. Exemplo disso é o rio Amarelo, na China, e vários outros, como os que correm para o mar de Aral, na Ásia, e rios nos Estados Unidos também.
Isso se torna mais dramático ainda se observarmos que os países industrializados, com menos de 20% da população mundial, respondem por quase 80% do consumo dos recursos. Dizem os relatórios do PNUD [Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento] que se todas as pessoas consumissem como americanos, japoneses e europeus, teríamos necessidade de mais dois ou três planetas Terra para suprir os recursos. Então não é exagero dizer que estamos vivendo uma crise do padrão civilizatório.
Nossos modos de viver são incompatíveis com os recursos do planeta, mesmo com quase 1 bilhão de pessoas passando fome e 2,5 bilhões vivendo abaixo da linha da pobreza. Com o agravante de que até meados deste século, segundo os demógrafos da ONU, a população passará dos atuais 6,7 bilhões para 8,5 ou 9 bilhões de pessoas, embora a taxa de natalidade no mundo tenha baixado muito. O Brasil já tem uma taxa de nascimentos inferior ao que seria a chamada taxa de reposição, a substituição das pessoas que morrem.
Crescimento insustentável
O que se vai fazer diante desse quadro? Muitos dizem que a solução é crescimento econômico, é desenvolvimento. O biólogo americano Edward Wilson, que é considerado o maior especialista em biodiversidade no mundo, admite que o caminho seja esse. Vamos supor então que o crescimento do produto mundial seja de 3,5% ao ano. Seria modesto, mas não há recursos e serviços capazes de sustentá-lo. Será indispensável então praticar padrões de consumo que poupem recursos e não os desperdicem. Teremos de reformular as matrizes energéticas, de transportes, os métodos na agropecuária, os padrões de construção. E os fatores de custos ambientais terão de estar no centro e no início de todas as políticas públicas e planejamentos privados.
O Brasil terá de adotar uma estratégia que leve em conta mudanças climáticas e sustentabilidade na produção e no consumo. Temos uma posição privilegiada em matéria de recursos naturais, fator escasso de que o mundo mais precisa. Temos território continental, sol o ano todo para plantar, temos de 15% a 20% da biodiversidade global. Isso é um privilégio, porque daí é que virão os novos alimentos, medicamentos, materiais para substituir os que se esgotarem ou se inviabilizarem.
O biólogo Thomas Lovejoy calcula que só de medicamentos com base na biodiversidade das plantas se comercializam hoje no mundo mais de US$ 200 bilhões por ano. Temos de 12% a 13% do fluxo hídrico superficial num mundo carente desses recursos. Temos grandes aquíferos subterrâneos e a possibilidade de utilizar uma matriz energética limpa e renovável, com hidreletricidade, energia eólica, solar, energia das marés e os biocombustíveis.
Em 2006, a Unicamp [Universidade Estadual de Campinas], junto com o WWF, publicou um estudo sobre a matriz energética brasileira, com estes dados: o país, se quiser, pode ganhar 30% da energia que consome hoje com programas de eficiência e conservação, como ocorreu em 2001 no apagão. Pode ganhar 10% com repotenciação de antigas usinas que estão com equipamentos ultrapassados, a um custo muito menor do que construir uma nova usina. E pode ganhar 10% reduzindo as perdas nas linhas de transmissão. Perdemos hoje de 15% a 17% de energia nessas linhas, enquanto no Japão esse índice é de apenas 1%.
As hidrelétricas produzem hoje 20% da energia mundial, mas há muita pressão da agropecuária em relação aos recursos hídricos. Um quilo de trigo requer entre 400 e 2 mil litros para ser produzido, um quilo de carne entre mil e 20 mil litros, carne bovina são 15 mil litros e de aves 4 mil litros. Se uma pessoa come um bife de 200 gramas de carne de boi no almoço e outro no jantar, consome perto de 3 mil litros de água por dia. Somando-se isso aos outros usos em casa de chuveiro, cozinha, descarga sanitária e àqueles fora de casa, não será exagero dizer que uma pessoa consome 4 mil litros de água por dia.
Isso alimenta o debate com os vegetarianos, que rejeitam o consumo de carne pelo ser humano. Mas há outros complicadores: produzir 1 litro de combustível verde exige 2,5 litros de água. Isso também começa a ser discutido, bem como outros problemas, como a contribuição do etanol para a chuva ácida, para a disseminação de nitrogênio. Um relatório recente da ONU diz o seguinte: chegam por ano aos oceanos cerca de 100 milhões de toneladas de nitrogênio, levadas pelos rios e recebidas das lavouras. Esse nitrogênio é a principal causa de eutrofização [aumento da quantidade de nutrientes, levando ao acúmulo de matéria orgânica em decomposição] da água, que forma algas e vegetação, prejudicando a biodiversidade. Os oceanos já têm hoje várias áreas mortas, algumas com até 70 mil quilômetros quadrados, como no Pacífico e no golfo do México.
Também começa a ser discutida a questão do metano na pecuária, já mencionada, e na produção de arroz irrigado por inundação, outra fonte de emissão desse gás. Há poucos dias surgiu uma notícia interessante: cientistas alemães conseguiram reduzir em 25% a produção de metano pelo gado bovino adicionando óleo de peixe na ração. Se isso se confirmar e for viável em larga escala, pode ser extremamente importante.
Água e saneamento
Esse é o quadro final. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, um ser humano precisa de 3 litros diários para beber e 3 mil litros para seus alimentos. Doenças veiculadas pela água são a segunda causa de morte de crianças com menos de 5 anos no mundo. São 4,2 mil por dia e 125 milhões de crianças vivem em casas sem água potável de boa qualidade. O problema do saneamento é dramático, 23% da população mundial não tem sequer instalações sanitárias e defeca ao ar livre. Se o saneamento fosse universalizado, as doenças diarreicas poderiam se reduzir em 32%. No Brasil, 80% das internações e das consultas pediátricas na rede pública se devem a doenças veiculadas pela água, principalmente infecções intestinais. Nos países em desenvolvimento esses males matam 1,7 milhão de pessoas por ano.
As propostas no Fórum Mundial da Água precisariam de votação unânime, como ocorre em todos os fóruns da ONU. Uma seria impedir a comercialização e a privatização da água, porque em muitos países onde isso acontece as populações mais pobres ficam sem água, e há nações na África onde esse problema é dramático, Mali, por exemplo. Outras: regras mais exigentes para a construção de barragens e água como direito constitucional. Houve uma discussão também sobre instituir a água como direito humano, o que não foi aprovado (o Brasil foi contra).
A delegação brasileira levou algumas propostas para Istambul: cobrar mais pelo uso dos que poluem mais, promover maior participação da sociedade na gestão e remunerar produtores agrícolas por serviços ambientais. Este último ponto tem como exemplo a cidade de Nova York, que estava com a capacidade de abastecimento de água esgotada e já em déficit. Fez um acordo com os produtores das margens dos mananciais para que deixassem de usar tanta água na irrigação e passou a pagá-los pela conservação das áreas para que ali se pudesse aumentar a captação. O acordo foi feito e deu muito resultado. No Brasil, o município mineiro de Extrema começou a fazer isso, remunerando os produtores por serviços ambientais.
Há um problema muito grave, do qual se fala pouco, que é o derretimento do gelo das montanhas, inclusive na América do Sul. Na Ásia certamente o efeito será dramático, isso já está acontecendo e são centenas de milhões de pessoas que dependem dessa fonte de água. Na América do Sul também já está ocorrendo nos Andes, e determinará menor acúmulo nas montanhas e um fluxo menor de água, inclusive para a bacia amazônica, que depende bastante dele.
Privilégio brasileiro
Vejamos o panorama brasileiro, com seus 12% a 13% da água superficial total do planeta, 182 mil metros cúbicos por segundo, fora os aquíferos subterrâneos. Mas a distribuição desse precioso líquido é muito desigual: 72% estão na Amazônia, o sudeste tem 6%, a bacia do São Francisco 1,7% e a do Paraíba do Sul 1,8%. O único estado brasileiro em situação crítica é Pernambuco, que utiliza para o abastecimento humano mais de 20% da disponibilidade, índice que é considerado como limite. O nordeste apresenta problemas muito peculiares, tem 70 mil açudes com 36 bilhões de metros cúbicos, mas essa água não é distribuída e tem altíssimo índice de evaporação, que pode chegar até a 70%.
Quanto ao saneamento, o IPEA [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] divulgou em fevereiro de 2009 estes números: 34,5 milhões não contam com rede de esgotos nas áreas urbanas. Se acrescentarmos a isso as pessoas que têm apenas fossas sépticas, vamos chegar perto de 50% da população brasileira, e quase 10% não dispõem de abastecimento doméstico de água. Há lugares onde a situação é dramática, como Belém, em que só 8% dos esgotos são coletados e 3% tratados. No país todo, quase 80% dos esgotos coletados não são tratados, e eles constituem o fator mais grave de poluição. Temos de lembrar também que mesmo nos pouco mais de 20% dos esgotos que são tratados no Brasil, a quase totalidade passa apenas por tratamento primário, que remove somente 50% da carga orgânica, sendo o restante despejado de volta nos rios e no mar.
Assim, os esgotos são a principal causa de poluição da água no Brasil, e nossos programas de saneamento estão muito atrasados. Prevê-se a universalização em 20 anos, a um custo de quase R$ 200 bilhões, se forem liberados de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões por ano, o que não está acontecendo. E o governo federal acaba de devolver ao BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] US$ 202 milhões destinados a financiamento nessa área, porque não foi capaz de apresentar projetos a tempo.
Outro problema grave é a perda média de água nas grandes cidades brasileiras. Furos e vazamentos nas redes são responsáveis pela perda de 45% do total. Em São Paulo, onde já se cuidou bastante disso, esse número foi reduzido para 28%, mas ainda é muita água, são quase 2 bilhões de litros que se esvaem a cada dia nos vazamentos. Recentemente "O Estado de S. Paulo" publicou que a Sabesp começa a testar equipamentos japoneses que permitem detectar furos e vazamentos na rede sem fazer escavações, que são caras e demoradas. Se isso se viabilizar, será um progresso enorme.
Outro avanço que houve em São Paulo foi a instalação de hidrômetros por unidade em edifícios. Quando a conta é coletiva, a pessoa não se sente estimulada a economizar água, porque o gasto se distribui por todos os apartamentos e não se reflete na conta individual. A separação estimula a economia. Outro avanço seria uma maior diferenciação das faixas de cobrança. Atualmente, salvo engano, há uma taxa para quem consome até 10 mil litros por mês, e a faixa seguinte já é de 30 mil litros. O consumidor que economiza 8 mil litros não ganha nenhum incentivo, continua com a mesma tarifa.
É preciso também avançar na questão da gestão por bacias hidrográficas, que é a solução mais recomendável. Até agora, porém, somente as bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí, assim como a do Paraíba do Sul, cobram pelo uso. Um problema adicional é que o Tesouro Nacional contingencia uma grande parte dos recursos arrecadados com o pagamento pelo uso. Um diretor da Agência Nacional de Águas [ANA] me informou que o Tesouro retém, por esse caminho, mais do que todos os recursos que o governo federal coloca na ANA.
Outro problema é que, segundo a lei da política nacional de recursos hídricos, não se cobra das hidrelétricas pelo uso da água. Foi permitido que considerassem pagamento pelo uso da água o ressarcimento que fazem aos municípios pela inundação, que é outra coisa. Isso é dano ambiental, não é pagamento pelo uso.
Há necessidade urgente de disciplinar o uso de água pelos pivôs centrais de irrigação, que em média desperdiçam mais de 50% do líquido que retiram dos aquíferos, além de outros problemas. Como a água cai de grande altura, há um nível de evaporação muito alto e a queda produz impacto no solo que leva à compactação e também à erosão, carreando para os rios sedimentos e agrotóxicos. Também seria importante uma expansão das redes de coleta de esgotos, com sistema de ramais condominiais, que são muito mais baratos. Ao contrário do que ocorre no sistema tradicional, em que a empresa coloca aquelas manilhas gigantescas em volta de toda a quadra para implantar o esgoto, no sistema condominial faz-se apenas um ramal no meio da quadra e ligam-se as casas por ali. A economia é de 50% a 30% e é muito alta. Brasília é a cidade que mais fez isso e é provavelmente a de melhores condições sanitárias do país. Coleta e trata todos os esgotos que recebe, e a maior parte por ramais condominiais.
Mudanças velozes
Outras possibilidades seriam reciclagem e reúso de água, principalmente nas indústrias, e a retenção de água de chuva para certos usos, que deveria ser obrigatória em todos os imóveis. Essa água serve para descarga sanitária, lavagem de quintais e jardins, rega de plantas, todas essas coisas. Mesmo que não seja usada, a retenção nas zonas urbanas diminuiria o volume de água na hora das chuvas fortes, reduzindo as inundações. Há muitas cidades onde já existe legislação a respeito, mas não se cumpre.
São necessários também equipamentos sanitários mais eficientes. Ainda temos dispositivos que gastam 20 litros por descarga, o que pode ser feito com 3 litros ou 4, ou até a vácuo, sem usar água nenhuma, como o Japão faz.
Precisamos cuidar dessas coisas porque temos obrigações com as futuras gerações. Cabe-nos legar a elas um mundo sustentável e a água é um dos primeiros fatores. Na Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável, em 2002, em Johannesburgo, Jacques Chirac, presidente da França na época, fez um levantamento de grande parte dos problemas mencionados aqui e terminou em tom dramático, afirmando o seguinte: "As futuras gerações vão nos cobrar. Elas vão dizer: “Vocês sabiam de tudo e não fizeram nada". Acrescento que é preciso lembrar que vivemos em tempos de mudanças muito velozes. O que antes levava um século para acontecer hoje ocorre em uma década, o que demorava uma década leva um ano. Quem não correr será atropelado pelos tempos, porque a velocidade da informação é cada vez maior.
É esse o quadro que está diante de nós. Ao me perguntarem, quando falo sobre isso, se sou otimista ou pessimista, digo que não faz a menor diferença. Temos obrigação de ser realistas e de trabalhar para que tudo mude para melhor. Essa é nossa função como seres humanos.

terça-feira, 28 de julho de 2009

BRASIL: DESTINO DO LIXO, OU LIXÃO MUNDIAL?

ESTA QUESTÃO DO LIXO NO MUNDO É O DEBATE DO MOMENTO...
O QUE FAZER COM OS REJEITOS QUE OS HOMENS PRODUZEM??
E O BRASIL... ONDE FICA NESTA HISTÓRIA ?
Cerca de 80% do lixo eletrônico dos EUA é exportado para países pobres e, principalmente, para a China. Parte desembarca no Brasil. O alerta é da Silicon Valley Toxics Coalition, entidade que monitora empresas de tecnologia na costa oeste americana, segundo a qual parte das companhias da Califórnia tem acordos para a venda de computadores e tecnologias de segunda mão para o mercado brasileiro. Nem todos, porém, são reaproveitados e, na realidade, são lixo.
A reportagem é de Jamil Chade e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
Com produção anual de 400 milhões de toneladas de lixo e leis ambientais cada vez mais duras, os países ricos enfrentam um dilema: o que fazer com essa produção sem precedentes de resíduos e aparelhos praticamente descartáveis? Dados da Agência Ambiental dos EUA revelam que o custo de tratar localmente o lixo produzido é dez vezes superior ao custo de exportá-lo aos países mais pobres, principalmente os itens tecnológicos. Nos EUA, existem 500 milhões de computadores obsoletos, além de 130 milhões de celulares que são jogados no lixo por ano. Além do Brasil, México, Coreia do Sul, China, Índia, Malásia e Vietnã recebem esse material.
Empresas passaram a ser criadas para explorar o mercado ilegal, sobretudo na Europa. O transporte para países emergentes é a forma de garantir lucros. Diplomatas brasileiros confirmaram que em alguns carregamentos nem seguros são feitos. "Se a carga cair no mar, melhor", diz um deles.
Em 2000, a Alemanha, por exemplo, exportou 300 mil toneladas de lixo para 14 países. Os alemães também importaram 1 milhão de toneladas de lixo de 38 países. Isso porque muitas empresas do país, de alta tecnologia ambiental, desenvolveram técnicas para reciclagem. Na Finlândia, com apenas 4 milhões de habitantes, as exportações de lixo eletrônico chegam a 800 mil toneladas por ano.
Mas grande parte do comércio ilegal é mesmo para países pobres. Na Ásia, o Japão vem buscando acordo com países da região para exportar lixo. No estudo Envenenando os Pobres, de 2008, o Greenpeace alertou que muitos países alegam enviar computadores a economias pobres para ajudá-las, mas 75% dos aparelhos que chegam à África não podem ser reutilizados e viram lixo.
Segundo a entidade Basel Action, entre 50% e 80% do lixo eletrônico produzido nos EUA é exportado e 90% vai para a China - que ainda produz 1 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano. Nelson Sabogal, vice-secretário da Convenção de Basileia, que regula o comércio de produtos perigosos, admite que é impossível saber a quantidade de lixo ilegalmente transportada pelo mundo. "Buscamos fechar acordos com empresas de tecnologia para garantir que esse lixo possa ser reaproveitado. Só assim podemos parar essa tendência."


Cerca de 10% das 500 milhões de toneladas de lixo perigoso geradas por ano no mundo são transportadas por navios entre países. Isso inclui resíduos tóxicos, lixo hospitalar e outros materiais que representam riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Os países ricos, membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico despacham 80% desse total.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
Segundo o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni, consultor das Nações Unidas e do Banco Mundial, uma rede ilegal opera nesses países para despachar o material tóxico, cuja destinação é mais cara do que a do lixo comum. "Isso impulsiona a exportação ilegal", diz. Pior: nos países receptores, onde o controle alfandegário costuma ser falho, o lixo acaba em rios ou apodrece nos portos, como ocorre no Brasil com os mais de 20 contêineres contendo chumbo e cádmio, vindos da Itália, Espanha e Estados Unidos, que apodrecem no Porto de Santos há cinco anos.
Parte dos 89 contêineres de lixo encontrados neste porto e no Rio Grande do Sul também estava abandonada. Calderoni acredita que o lixo tóxico venha "disfarçado" em contêineres com material reciclável. Parte da remessa achada no Brasil ia para a Central Brasileira de Reciclagem, de Guarulhos, que teria recebido o lixo tóxico entre as remessas de plástico para reciclagem que teria comprado da trade AlphaTech. A CBR denunciou a fraude.

O Brasil importou, oficialmente, mais de 223 mil toneladas de lixo desde janeiro de 2008, a um custo de US$ 257,9 milhões. No mesmo período, deixou de ganhar cerca de US$ 12 bilhões ao não reciclar 78% dos resíduos sólidos gerados em solo nacional e desperdiçados no lixo comum por falta de coleta seletiva - o País recicla apenas 22% do seu lixo. A indústria nacional, que reutiliza os reciclados como matéria-prima na fabricação de roupas, carros, embalagens e outros, absorve mais do que o País consegue coletar e reciclar. Daí a necessidade de importação.
A reportagem é de Adriana Carranca e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
A destinação do lixo urbano é uma atribuição constitucional das prefeituras, mas apenas 7% dos 5.564 municípios brasileiros têm coleta seletiva. Com isso, no ano passado, pelo menos 175,5 mil toneladas de resíduos de plástico, papel, madeira, vidro, alumínio, cobre, pilhas, baterias e outros componentes elétricos - e até as cinzas provenientes da incineração de lixos municipais - tiveram de ser importadas. Entre janeiro e junho deste ano, foram importadas outras 47,7 mil toneladas.
Mesmo importando, as 780 empresas de reciclagem brasileiras, hoje, atuam com 30% da capacidade ociosa por falta de matéria-prima, segundo a Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos. Um exemplo: mais de 40% do PET reciclado é absorvido pela indústria têxtil na fabricação de fios e fibras de poliéster - duas garrafas se transformam em uma blusa. O Brasil teria condições de abastecer essa indústria, não desperdiçasse 50% do PET no lixo comum, por falta de coleta seletiva. A falta do material fez disparar o preço da tonelada no mercado interno, equiparando-se ao valor do importado, entre R$ 700 e R$ 900. Resultado: enquanto sobravam garrafas boiando no poluído Rio Tietê, as recicladoras tiveram de importar 14 mil toneladas de plástico para reciclagem no ano passado, 75% mais do que em 2007.
O mesmo ocorre com resíduos de alumínio, que lideram a importação, usados na indústria automobilística - só no ano passado, o Brasil importou 92,7 mil toneladas do material retirado do lixo de outros países. Já o cobre é reaproveitado para fiação, componentes elétricos são usados em corantes e tintas, além de vidro e papel, reutilizados pelas indústrias do setor.
"Se existisse uma política nacional de reciclagem não seria preciso Bolsa-Família. O dinheiro do lixo renderia aos brasileiros o mesmo benefício, além de emprego", ironiza o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni, autor do livro Os Bilhões Perdidos no Lixo e consultor da Organização das Nações Unidas e do Banco Mundial para a área ambiental. "Só faz sentido o Brasil importar esse material porque as redes de captação e separação não funcionam. Faltam PET e outros resíduos no mercado nacional."
São Paulo, maior geradora de resíduos do País, deixa de arrecadar anualmente US$ 840 milhões ao reciclar apenas 30% do lixo gerado na cidade - os outros 70% são desperdiçados em aterros superlotados ou irregulares, o que resulta em danos ambientais. No Estado, um em cada cinco aterros opera sem licença da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
O projeto de lei para uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que cria parâmetros para reciclagem e regulamenta a obrigatoriedade dos municípios na coleta seletiva, tramita no Congresso desde 1991. Enquanto não for aprovado, os resíduos continuarão a ser importados. Para os países exportadores, não existe melhor negócio. "Em países como Inglaterra, a destinação do lixo industrial é responsabilidade de quem gera e despejá-los nos aterros sanitários é muito caro. E a indústria recicladora desses países não tem capacidade para absorver todo o lixo gerado. Exportar é uma saída", diz o diretor executivo da associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), André Vilhena.
"A falta de coleta seletiva abre espaço para a importação de lixo, inclusive ilegal", diz o presidente da Cempre, Francisco de Assis Esmeraldo. Em 2008, a reciclagem de plásticos faturou R$ 1,8 bilhão e criou 20 mil empregos diretos. Mas, apenas 21% do produto encontrado no lixo do Brasil foi aproveitado. "Gastamos milhões de dólares, na última década, para desenvolver uma indústria de reciclagem capaz de dar uma destinação para o descarte no Brasil, mas hoje cuidamos do lixo de fora, enquanto o nosso continua a lotar os aterros", esbraveja o presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET, Auri Marçon.

domingo, 26 de julho de 2009

HÁ GOSTO PRA TUDO... VEJAM ESSA AGORA....

COMO JÁ DISSE... TE GENTE QU PENSA EM TUDO...
POIS QUER GANHAR COM TUDO..
OU DE TUDO TIRAR SEMPRE UMA VANTAGEM...
VEJAM MAIS ESTA,
Festas da gripe suína pelo mundo propagam o vírus para fabricar anticorpos
Paul Benkimoun
Será que não é melhor pegar desde já a gripe A (H1N1), enquanto ela ainda não é muito virulenta, do que esperar pela segunda onda do próximo outono, que pode ser mais grave? Algumas pessoas que estão organizando "swine flu parties" [festas da gripe suína] nos EUA ou "grippe parties" no Reino Unido, já decidiram: essas reuniões têm por objetivo fazer com que as pessoas contraiam deliberadamente o vírus A (H1N1) para fabricar anticorpos e assim serem imunizadas antecipadamente. Uma vacinação natural, de certa forma, mas que os especialistas consideram como uma ideia não tão boa quanto pode parecer."Assim que ficamos sabendo, pelos dados epidemiológicos e pelas observações nos serviços hospitalares, que estávamos diante de uma forma de gripe benigna, esta questão veio à tona", explica o professor François Bricaire, que dirige no La Pitié-Salpêtrière (Paris) um dos serviços de referência para as epidemias infecciosas."Sabendo que poderíamos ter de enfrentar uma segunda onda mais grave no outono, não é totalmente ilógico pensar: 'Vamos deixar rolar, pois se muitas pessoas possuírem os anticorpos, isso simplificará a futura vacinação'".
Uma transmissão rápida
O vírus da gripe A (H1N1) não é muito virulento, mas se propaga rapidamente. Ele pode ser disseminado pelo ar por meio de uma tosse, um espirro, perdigotos. Ele também é transmissível por um contato mais próximo (aperto de mãos, beijo) com uma pessoa doente, ou encostando em objetos (maçaneta de porta, etc.) contaminados. Os sintomas se parecem com aqueles da gripe comum: febre, tosse, fadiga, dores no corpo.


O diretor da Escola de Estudos Superiores em Saúde Pública e epidemiologista, o professor Antoine Flahault também reconhece que "aqueles que pegarem logo a gripe A (H1N1) terão mais vantagens: de certa forma, eles terão sido vacinados antes dos outros. Ainda por cima, se eles tiverem uma gripe com complicações - o que não é o caso mais frequente na França - , talvez seja melhor que isso aconteça enquanto os hospitais não estiverem lotados".O princípio da imunização natural por contato com uma pessoa portadora de um vírus surgiu nos países anglo-saxões em torno da varicela ou catapora ("chickenpox"). As "chickenpox parties" se expandiram até os anos 1990, enquanto não havia vacina para a doença: eram organizados lanches da tarde, reunindo as crianças em torno do paciente portador das pústulas que sinalizavam a infecção pelo vírus da família da herpes. A ideia persistiu especialmente entre as famílias que eram contra as vacinas, ou entre aqueles que acreditavam que a imunidade natural era mais forte do que aquela provida por um produto concebido em laboratório. Ela continua a ser propagada por sites na internet, inclusive para a gripe. Seus defensores promovem um livro em especial, "The Great Influenza", de John M. Barry, publicado em 2004, que relata que as pessoas que contraíram a gripe espanhola em 1918, durante uma primeira onda relativamente moderada na primavera, haviam sido protegidas por dois episódios muito mais graves que ocorreram no decorrer do inverno.O diretor dos Centros de Controle e de Prevenção das Doenças (CDC, sigla em inglês), Richard Besser afirma, a respeito das "swine flu parties", que "seria um erro grosseiro fazer com que indivíduos e crianças corram riscos. Trata-se de uma doença nova, emergente, e ainda estamos aprendendo sobre ela todos os dias".


Indo na mesma direção, o professor Flahaul acredita que "ainda não sabemos muito a respeito da virulência do vírus A (H1N1). Na França, por exemplo, os dados dos certificados de mortalidade só dão conta parcialmente do número de mortos provocados pela gripe, seja ela a gripe comum ou a causada pelo novo vírus". Na maioria das vezes, somente as complicações infecciosas da gripe (pneumonia, bronquite...) aparecem no documento.Apanhar deliberadamente a gripe não é inofensivo. Ainda que os especialistas concordem em dizer que os números oficiais de casos confirmados e de mortes estão longe da realidade, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 4,5 casos em 1000 foram letais. "Se pegar a gripe a qualquer custo fosse remédio, aceitariam que este induzisse à morte nesse ritmo?", pergunta o Dr. Jean-Marie Cohen, coordenador nacional da rede de Grupos Regionais de Observação da Gripe (GROG).E para além do possível benefício individual que uma pessoa poderia obter de uma contaminação precoce pelo vírus, é preciso também refletir em termos éticos: uma pessoa infectada pode transmitir o vírus ao seu redor e desencadear, entre os mais frágeis, uma doença potencialmente fatal. "Contrair deliberadamente o vírus A (H1N1)? Sinceramente, não faria isso nem por mim, nem por minha família", diz o Dr. Cohen. "Em compensação, não é um grande drama contraí-lo. Não há por que entrar em pânico, mudar seus hábitos ou seus planos, especialmente as férias". Uma atitude confirmada pelo professor Bricaire: "Minha filha me perguntou se deveria cancelar uma viagem prevista para a Argentina. Após consultar meus colegas pesquisadores, eu lhe disse para não cancelar".

Contra envelhecimento da população, China já incentiva o segundo filho

Xangai decidiu atacar de frente os problemas que surgirão no futuro devido ao rápido envelhecimento de sua população. O governo municipal lançou uma campanha para animar os casais em que ambos são filhos únicos a ter dois filhos, com o objetivo de aumentar a população ativa e aliviar a carga para os cofres públicos e as famílias.

Que esse tipo de casal possa ter dois filhos não é novidade, mas é a primeira vez em décadas que as autoridades fomentam de maneira ativa que eles tenham mais descendentes. Responsáveis pelo serviço de planejamento familiar e voluntários vão entregar folhetos de casa em casa na capital econômica e financeira da China para animar os pais. O governo municipal afirmou que oferecerá assessoria psicológica e ajuda financeira."Recomendamos que os casais que reunirem os requisitos tenham dois filhos porque isso poderá ajudar a reduzir a proporção de idosos e aliviar a falta de força de trabalho no futuro", afirmou Xie Lingli, diretor da Comissão de População e Planejamento Familiar de Xangai.Na cidade mais populosa da China, 21,6% - quase 3 milhões de pessoas - dos habitantes têm 60 anos ou mais, proporção que em 2020 se estima que chegará a 34%. Os números são calculados em relação aos 13,7 milhões de residentes permanentes registrados, embora a população real beire os 20 milhões de pessoas."O número crescente de idosos submeterá a grande pressão as gerações mais jovens e a sociedade. Precisamos encontrar maneiras de resolver o problema", disse Xie, segundo publicou ontem o jornal oficial "China Daily". O funcionário insistiu, porém, que isso não significa que a política de filho único tenha sido cancelada. A proibição de ter mais de um filho foi imposta há três décadas para controlar o explosivo crescimento da população e garantir um aumento mais rápido do nível de vida. As autoridades chinesas dizem que evitaram 400 milhões de nascimentos; a China tem atualmente mais de 1,3 bilhão de habitantes.

Mas seus críticos afirmam que se realizaram esterilizações e abortos forçados e se provocou um perigoso desequilíbrio de gênero, já que muitas mulheres abortam quando estão grávidas de uma menina.

Há diversas exceções à norma, e outras famílias escapam às proibições. As minorias étnicas podem ter dois ou mais filhos; os agricultores, dois, se o primeiro for menina; e os casais em que os dois membros não têm irmãos podem ter um segundo filho.

Quem descumprir a política oficial é multado, e as mulheres, em alguns casos, são obrigadas a abortar. Muitos casais evitam a lei enviando as grávidas para viver com parentes em outras cidades até que deem à luz, ou registram o filho em nome de um parente.A maioria dos integrantes dos casais que se casam em Xangai não tem irmãos, segundo a Comissão de Planejamento, que afirma que o número de casais que poderiam se enquadrar na nova norma passou de 4.600 em 2005 para 7.300 no ano passado.

A decisão da municipalidade de Xangai, uma das mais ricas do país, revela o sério problema que representa o envelhecimento da população na China. Por um lado, pela falta de um sistema universal de seguro social e aposentadoria, e por outro porque o encolhimento das famílias eliminou o apoio tradicional para as pessoas idosas.

Em 2050 a China terá 438 milhões de maiores de 60 anos e 100 milhões com mais de 80 anos, segundo um relatório do Centro Estratégico de Estudos Internacionais dos EUA. O país asiático terá 1,6 adulto em idade ativa para financiar cada pessoa de 60 anos ou mais, comparado com 7,7 em 1975. Sem uma rede de seguro social ou o apoio familiar, milhões de idosos poderiam cair na pobreza.
EL PAÍS, 27/7/09
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

sábado, 25 de julho de 2009

BRASIL - EXEMPLO DE BRIC A SER SEGUIDO.....



"O fato é que uma perda de crescimento de 4% ao ano durante 13 anos equivale a uma perda total de crescimento, nesse período, de aproximadamente 65%. Em média, os brasileiros estariam hoje 65% mais ricos se a renda per capita houvesse crescido à taxa média dos outros três Brics", escreve Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 20-07-2009.
Segundo ele, "é melhor desconfiarmos de tanto elogio e tratarmos de cuidar da nossa vida em vez de seguir os conselhos dos outros".
Eis o artigo.
Em sua coluna de 12 deste mês, Clóvis Rossi escreveu que o Brasil, que agora deve participar do G14, chegou ao "topo do mundo", mas continua caipira. Não sei se nosso problema é realmente o caipirismo. A dialética entre o elemento nacional e o cosmopolita foi sempre uma fonte fértil do progresso humano. Mas, como ao notável jornalista, também me preocupa esse "topo do mundo". No início do século XX, os brasileiros foram vítimas do ufanismo local; no início do século XXI, é a vez de sermos vítimas do ufanismo alheio. Viajo bastante, e nunca vi tanto elogio para o Brasil e para Lula como atualmente. Fico feliz pelo presidente, mas, como bom caipira, fico desconfiado com tanto elogio para nosso país.
Estamos sendo elogiados desde os anos 1990, quando inventaram os Brics. De repente, fomos guindados à condição de potência emergente, ao lado da China, da Índia e da Rússia. Graças aos nossos 190 milhões de habitantes. Porque somos um país de renda média. Tudo bem.
Mas, afinal, continuamos a representar pouco mais de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial.
Por que e para que tanto barulho? O grave, porém, é que se lermos com atenção o noticiário, verificaremos que somos o melhor - o Bric mais elogiado pela imprensa e pelo establishment internacional. Os outros três são nacionalistas demais para esse establishment aprovar: a Rússia, apesar da boa visita de Obama, continua "o inimigo"; a China é "a ameaça competitiva"; a Índia, o país que ainda não fez as reformas. O Brasil, sim, é o exemplo a ser seguido por todos. Sua política monetária é um exemplo de bom comportamento: segue todas as recomendações dos países ricos. Definitivamente, somos um sucesso para eles.
Mas não somos um sucesso para nós mesmos. Desde 1996, crescemos a uma taxa média correspondente a menos da metade da alcançada por aqueles países: nosso crescimento anual médio per capita foi de 3%, contra 7% dos outros três.
Mas não seria esse, afinal, o "limite" do nosso crescimento? É o que dizem nossos concorrentes ricos. É o que afirmam as histórias do "crescimento potencial". Acredite nela quem quiser. Outra pergunta: para um país que experimentou inflação tão alta entre 1980 e 1984, como o Brasil, não seria essa uma taxa suficiente? Não é porque não há razão para que o crescimento traga a inflação de volta. Talvez essa taxa seja suficiente para os poucos brasileiros que estão ganhando muito apesar do nosso modesto desempenho.
Mas o fato é que uma perda de crescimento de 4% ao ano durante 13 anos equivale a uma perda total de crescimento, nesse período, de aproximadamente 65%. Em média, os brasileiros estariam hoje 65% mais ricos se a renda per capita houvesse crescido à taxa média dos outros três Brics. Definitivamente, é melhor desconfiarmos de tanto elogio e tratarmos de cuidar da nossa vida em vez de seguir os conselhos dos outros.

GRIPE SUÍNA: PERGUNTAS E RESPOSTAS!

A GRIPE SUÍNA AINDA FAZ PESSOAS RIREM... ACHO QUE ISSO DEVERIA SER UMA IDÉIA...NÃO DEIXAR DE LADO OS CUIDADOS... MAS TAMBÉM, NÃO FICAR MALUCO DE MEDO...

EM ÉPOCAS DE PANDEMIA DA GRIPE SUÍNA...
MUITO SE PERGUNTA...
RESPOSTAS SÃO FEITAS...
O PÂNICO...
O MEDO...
MAS AÍ VÃO...
Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?
Até 10 horas.

Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos?
Torna o vírus inativo e o mata.

Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?
A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus, o fator mais importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos) o vírus não voa e não alcança mais de um metro de distancia.

É fácil contagiar-se em aviões?
Não, é um meio pouco propício para ser contagiado.

Como posso evitar contagiar-me?
Não passar as mãos no rosto, olhos, nariz e boca. Não estar com gente doente. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.

Qual é o período de incubação do vírus?
Em média de 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase imediatamente.

Quando se deve começar a tomar o remédio?
Dentro das 72 horas os prognósticos são muito bons, a melhora é de 100%

De que forma o vírus entra no corpo?
Por contato ao dar a mão ou beijar-se no rosto e pelo nariz, boca e olhos.

O vírus é mortal?
Não, o que ocasiona a morte é a complicação da doença causada pelo vírus, que é a pneumonia.

Que riscos têm os familiares de pessoas que faleceram?
Podem ser portadores e formar uma rede de transmissão.

A água de tanques ou caixas de água transmite o vírus?
Não porque contém químicos e está clorada
O que faz o vírus quando provoca a morte?
Uma série de reações como deficiência respiratória, a pneumonia severa é o que ocasiona a morte.

Quando se inicia o contagio, antes dos sintomas ou até que se apresentem?
Desde que se tem o vírus, antes dos sintomas.

Qual é a probabilidade de recair com a mesma doença?
De 0%, porque fica-se imune ao vírus suíno.

Onde encontra-se o vírus no ambiente?
Quando uma pessoa portadora espirra ou tosse, o virus pode ficar nas superfícies lisas como maçanetas, dinheiro, papel, documentos, sempre que houver umidade. Já que não será esterilizado o ambiente se recomenda extremar a higiene das mãos.

O vírus ataca mais às pessoas asmáticas?
Sim, são pacientes mais suscetíveis, mas ao tratar-se de um novo germe todos somos igualmente suscetíveis.

Qual é a população que está atacando este vírus?
De 20 a 50 anos de idade.

É útil a máscara para cobrir a boca?
Existem alguns de maior qualidade que outros, mas se você não está doente é pior, porque os vírus pelo seu tamanho o atravessam como se este não existisse e ao usar a máscara, cria-se na zona entre o nariz e a boca um microclima úmido próprio ao desenvolvimento viral: mas se você já está infectado use-o para não infectar aos demais, apesar de que é relativamente eficaz.

Posso fazer exercício ao ar livre?
Sim, o vírus não anda no ar nem tem asas.

Serve para algo tomar Vitamina C?
Não serve para nada para prevenir o contagio deste vírus, mas ajuda a resistir seu ataque.

Quem está a salvo desta doença ou quem é menos suscetível?
A salvo não esta ninguém, o que ajuda é a higiene dentro de lar, escritórios, utensílios e não ir a lugares públicos.

O virus se move?
Não, o vírus não tem nem patas nem asas, a pessoa é quem o coloca dentro do organismo.

Os mascotes contagiam o vírus?
Este vírus não, provavelmente contagiem outro tipo de vírus.

Qual é o risco das mulheres grávidas com este vírus?
As mulheres grávidas têm o mesmo risco mas por dois, podem tomar os antivirais mas em caso de contagio e com estrito controle médico.

O feto pode ter lesões se uma mulher grávida se contagia com este vírus?
Não sabemos que estragos possa fazer no processo, já que é um vírus novo.

Posso tomar acido acetilsalicílico (aspirina)?
Não é recomendável, pode ocasionar outras doenças, a menos que você tenha prescrição por problemas coronários, nesse caso siga tomado.

Serve para algo tomar antivirais antes dos síntomas?
Não serve para nada.

Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?
NAO.

O que mata o vírus?
O sol, mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, álcool em gel.
O que fazem nos hospitais para evitar contágios a outros doentes que não têm o vírus?
O isolamento.

O álcool em gel é efetivo?
SIM, muito efetivo.

Se estou vacinado contra a influenza estacional sou inócuo a este vírus?
Não serve para nada, ainda não existe vacina para este vírus.

Este vírus está sob controle?
Não totalmente, mas estão tomando medidas agressivas de contenção.

O que significa passar de alerta 4 a alerta 5?
A fase 4 não faz as coisas diferentes da fase 5, significa que o vírus se propagou de Pessoa a Pessoa em mais de 2 países; e fase 6 é que se propagou em mais de 3 países.

Aquele que se infectou deste vírus e se curou, fica imune?
SIM.

As crianças com tosse e gripe têm influenza?
É pouco provável, pois as crianças são pouco afetadas.

Medidas que as pessoas que trabalham devam tomar?
Lavar-se as mãos muitas vezes ao dia.

Posso me contagiar ao ar livre?
Se há pessoas infectadas e que tossem e/ou espirre perto pode acontecer, mas a via aérea é um meio de pouco contágio.
Pode-se comer carne de porco?
SIM pode e não há nenhum risco de contágio.

Qual é o fator determinante para saber que o vírus já está controlado?
Ainda que se controle a epidemia agora, no inverno boreal (hemisfério norte) pode voltar e ainda não haverá uma vacina. -
texto recebido por email

domingo, 19 de julho de 2009

QUESTÃO SIMULADA ENEM: AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E O AQUECIMENTO GLOBAL !

LEIA A REPORTAGEM ABAIXO, REFERENTE AO TEMA AQUECIMENTO GLOBAL:
Os líderes do países mais industrializados concordaram em tentar limitar o aumento da temperatura do planeta a este nível até 2050. O parâmetro são os níveis de temperatura da Terra registrados na era pré-industrial. Os líderes do G8 acordaram a posição de que os países desenvolvidos devem cortar suas emissões de carbono em 80% até 2050, a fim de que a redução global seja de 50%. Analistas dizem que não ficou estabelecido como estas metas serão alcançadas. Além disso o cumprimento dos objetivos depende da China e da Índia, países em rápida industrialização que só discutirão o tema nesta quinta-feira, 9, com os líderes do G8, juntamente com os outros países do G5: Brasil, México e Egito.
Jornalista Miriam Leitão afirma que “Brasil, China e Índia bloqueiam acordo climático”
A colunista do jornal O Globo informa hoje em seu blog que “os países mais ricos estão com metas drásticas de redução de emissão dos gases de efeito estufa” e que o Brasil foi responsável por bloquear o acordo climático, com Índia e China. Barack Obama disse a Lula que ainda há tempo de se fazer um acerto em relação à questão climática entre as principais potências industrializadas e os países em desenvolvimento. A informação foi dada pelo porta-voz da casa Branca, Robert Gibbs, nesta quinta-feira, 9/7/09.
O presidente norte-americano disse que acredita ser possível um avanço antes da reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o novo tratado de mudança climática. O evento acontecerá em dezembro, em Copenhague. Obama e Lula encontraram-se durante a reunião do G8.
A respeito do tema que o texto pode trazer, É INCORRETO afirmar:
a) O tratado de Kyoto foi assinado por mais de 100 países, sendo que as metas a cumprir ficaram mais restritas aos que primeiro poluíram, ou seja aos países mais industrializados.
b) O que se negocia em Copenhague, são metas de redução mais ambiciosas, que pontuem novos países para estarem na lista de redução, ou seja, países chamados de emergentes, que estão os citados, como Brasil, Índia e china, atualmente grandes poluidores.
c) Os países que mais poluem atualmente, são aqueles que mais devem reduzir suas emissões de gases estufa,sendo eles industrializados ou não, e isso faz parte do Tratado de Kyoto.
d) Os países industrializados são os maiores emissores de gases estufa, e portanto, são considerados os maiores responsáveis pelo aquecimento global, e nesta condição, devem cumprir metas de médio e longo prazo de redução de C02.
e) As pressões para países como Brasil, Índia e China reduzam suas emissões de gases estufa é parte de um processo de politização da questão, visto que os países mais ricos estão com metas a cumprir, e agora, também jogam as responsabilidades sobre os países mais pobres.

Derretimento de geleiras pode causar conflitos

À medida que o aquecimento global se agrava, mais e mais países terão que renegociar suas fronteiras.
A ameaça à estabilidade vem principalmente da tríplice fronteira entre Índia, Paquistão e China. Os marcos fronteiriços da disputada região da Caxemira e da área onde aconteceu o conflito sino-indiano de1962 podem desaparecer com o derretimento das geleiras que hoje lá estão.
Ao mesmo tempo, o derretimento das geleiras nas águas que circundam o pólo norte está despertando antigas rivalidades e dando origem a reivindicações conflitantes de soberania sobre o que podem ser valiosas extensões de leito marinho que só agora se abrem à exploração.
No outro extremo do mundo, Chile a Argentina ainda não se acertaram formalmente a respeito da fronteira comum sobre o gelo da Patagônia. O aumento do nível dos oceanos também pode causar problemas. Temendo migrações em massa, a Índia já construiu uma cerca de 4.100 km ao longo da sua fronteira com Bangladesh, país que têm cerca de 10% do seu território com menos de um metro acima do nível do mar.

OS POVOS DO ÁRTICO !

Os inuit do Canadá e da Groenlândia vêm ganhando mais poderes, enquanto os povos Sami, Komi e Sakha também têm alguma autonomia.
As alterações climáticas, curiosamente, podem aumentar o poder de barganha do povo inuit. O derretimento do gelo do Ártico está facilitando as perfurações em busca de petróleo e gás na região. A agência do governo norte-americano United States Geological Survey estima que o Ártico pode conter 90 bilhões de barris de petróleo e 47 trilhões de metros cúbicos de gás.
As empresas interessadas em explorar toda esta riqueza terão que levar em conta o direito dos povos do Ártico de pedir uma participação.

NOSSA MÍDIA E SEU DIA A DIA ! PARTE 2 !

EM cada guerra, golpe de Estado ou agressão efetuada pelo Ocidente,
os grandes media aplicam estas cinco "regras da propaganda de guerra". Utilize esta grelha de leitura nos próximos conflitos.
Ficará impressionando por reencontrá-las todas as vezes:
1-Esconder a História;
2-Esconder os interesses econômicos; 3
-Diabolizar o adversário;
4-Branquear os nossos governos e os seus protegidos;
5-Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate.
Aplicação ao caso de Honduras
1 - Esconder a História.
Honduras é o exemplo perfeito da "república bananeira" nas mãos dos EUA. A dependência e a pilhagem colonial provocaram um enorme fosso entre ricos e pobres. Segundo a ONU, 77% são pobres. O exército hondurenho foi formado e enquadrado – até nos piores crimes – pelo Pentágono. O embaixador estado-unidense John Negroponte (1981-1985) era chamado "o vice-rei de Honduras".
2 - Esconder os interesses econômicos.
Hoje, as multinacionais estado-unidenses (banana Chiquita, café, petróleo, farmácia, ...) querem impedir este país de conquistar a sua independência económica e política. A América do Sul une-se e vira à esquerda, mas Washington quer impedir que a América Central siga pelo mesmo caminho.
3 - Diabolisar o adversário.
Os media acusaram o presidente Zelaya de pretender fazer-se reeleger para preparar uma ditadura. Silêncio sobre os seus projetos sociais: aumento do salário mínimo, luta contra a hiper-exploração nas fábricas-prisão das firmas estadunidenses, diminuição do preço dos medicamentos, ajuda aos camponeses oprimidos. Silêncio sobre a sua recusa de encobrir os atos terroristas made in CIA. Silêncio sobre a impressionante resistência popular.
4 - Branquear os nossos governos e os seus protegidos.
Esconde-se o financiamento do putsch pela CIA. Apresenta-se Obama como neutro quando ele se recusou a encontrar e apoiar o presidente Zelaya. Se ele houvesse aplicado a lei e suprimido a ajuda estadunidense para Honduras, o golpe teria sido rapidamente sufocado. Le Monde e a maior parte dos media branquearam a ditadura militar falando de "conflito entre poderes". As imagens de repressão sangrenta não são mostradas ao público. Logo, um contraste gritante entre a diabolização do Irã e a discrição sobre o golpe de Estado hondurenho "made in CIA".
5. Monopolizar a informação, excluir o verdadeiro debate.
A palavra é reservada às fontes e peritos "aceitáveis" para o sistema. Toda a análise crítica sobre a informação é censurada. Assim, os nossos media impedem um verdadeiro debate sobre o papel da multinacionais, dos EUA e da UE no subdesenvolvimento da América Latina. Em Honduras, os manifestantes gritam "TeleSur! TeleSur!" para saudar a única televisão que os informa corretamente.
http://blogdobentes.blogspot.com/
SEGREDOS... OU MENTIRAS....
INFORMAÇÕES... OU DADOS COMPRADOS....???? ESTAMOS EM PLENO ANO ELEITORAL.... CANDIDATOS NOS MOSTRAM FATOS... INFORMAÇÕES SOAM FORTE...
TÁ DOIDO CARA... ANO ELEITORAL É EM 2010, SERÁ NO ANO QUE VEM...
MAS ESTOU PERCEBENDO QUE AS COISAS JÁ ACONTECEM..
E COMO...
ENTÃO VAMOS LER...
8/7, blog Imprensa Marrom. Um amigo me aconselhou a ver esse blog. Ele se destina a criticar fatos da política baseado em notícias publicadas na imprensa. Uma nota que me chamou a atenção foi esta: “PETROBRAS 2.0: FUNCIONÁRIOS DA ESTATAL USAM COMENTÁRIOS DO BLOG PARA OFENSAS PESSOAIS, CAMPANHAS PARTIDÁRIAS…”. O autor demonstra que a estatal mantém uma equipe de funcionários que se dedica a defender a empresa e atacar seus adversários, anonimamente, como se fossem cidadãos comuns. É uma permanente campanha sub-reptícia que nos soa estranha, parece até ilegal, por que uma empresa pública precisa fazer coisas dessa forma oculta? O blog tem outras coisas interessantes, como a comprovação de que Dilma Rousseff sabia perfeitamente das mentiras em seu currículo. Vale a pena conhecer, veja aqui.
14/7, Jornal do Brasil, capa. A chamada é para a coluna do economista americano Paul Krugman. Esta faz referência à conhecida historinha da rã que se jogada numa panela de água fervendo, pula para fora, mas se posta na mesma panela com água fria se acostuma à medida que a água vai esquentando e acaba cozida. O texto do jornal fala em “sapo cozido”. Estranhamos o sapo, e fomos pesquisar na fonte original, o New York Times. O texto diz “frog”, isso quer dizer rã, não sapo. O tradutor é ignorante e teve preguiça de olhar no dicionário. Isso me faz lembrar um erro semelhante do Globo, alguns anos atrás. Infelizmente esta coluna ainda não existia. Morreu nos Estados Unidos o grande cantor de jazz Mel Tormé. O jazz americano tem mania de dar apelidos aos músicos. Alguns casos famosos são Nat “King” Cole, “Duke” Ellington e “Count” Basie. Neste caso o apelido era “The velvet fog”, o que quer dizer “o nevoeiro de veludo”. Isso para dizer que ele tinha uma voz aveludada e misteriosa. Pois o tradutor do jornal pôs um “r” no nevoeiro, transformando-o em “frog”, confundiu sapo com rã e disse que o apelido do cantor era “O sapo de veludo”. Sem comentários…
14/7, Valor, capa do caderno empresas. A primeira das notinhas da coluna da esquerda tem como título: “Pão de açúcar cresce”. O texto começa assim: “As vendas brutas do grupo Pão de açúcar cresceram 15,4% no primeiro no segundo trimestre deste ano.” Espera aí, é no primeiro ou no segundo?
17/7, Estado, pág. B16. Falando do hábito de empresas da Índia de plagiar marcas famosas, uma frase diz que uma empresa “possui 230 lojas…”. Nós achamos muito feio o uso de “possuir’ no lugar de “ter”, e, além disso, o manual de redação do Estado diz que só pessoas possuem algo; empresas ou objetos “têm”. O pessoal do jornal está precisando ler o manual. Mais adiante um subtítulo diz que “Marca Financial Times foi registrada por um publisher indiano”. Assim mesmo, sem aspas para a palavra estrangeira. E o que quer dizer “publisher”? Fomos ler o texto e trata-se de uma empresa que publica um jornal local. Quer dizer que a S. A. O Estado de São Paulo é um publisher? Ridículo.
17/7, Valor, pág. B9. “Toyota e Mazda dividem motor híbrido”. Antes de escrever esta nota fui checar no Houaiss para ver se podia estar enganado, mas não. Enganado está o jornal. “Dividir” quer dizer repartir algo em duas ou mais partes, por exemplo dividir um pedaço de pão entre duas pessoas quer dizer que uma fica com um pedaço, a outra fica com outro. Será que eles vão partir os motores no meio, cada empresa fica com meio motor? O jornal quis dizer “compartilhar”. Boa parte dos brasileiros comete este erro, mas isso não justifica um jornal supostamente de qualidade cometê-lo.

17/7, Valor, capa do caderno Finanças. A primeira nota na coluna da esquerda conta que o presidente do Bradesco foi eleito “como novo administrador” do Banco Espírito Santo. Não entendemos e fomos checar num site de Portugal, onde fica o banco. O presidente do Bradesco foi eleito para o Conselho de Administração, tecnicamente é administrador mas a nota informa mal.

Títulos estapafúrdios
17/7, Globo, pág. 13. Falando da gripe suína, o título diz: “Letalidade da doença aumentou”. Já no primeiro parágrafo o texto desmente o título e informa que “isso, no entanto, não reflete a realidade”. O fato é que a letalidade não aumentou, o título é mentiroso.

domingo, 12 de julho de 2009

QUESTÃO SIMULADA ENEM: AS MULTINACIONAIS EM NOSSO DA A DIA !

Observe a Figura abaixo, referente aos nomes e marcas das principais Multinacionais ou Transnacionais.
Pode-se perceber o emaranhado de nomes, marcas, que as vezes nem percebemos estar fazendo parte de nosso dia a dia.
Mas leia o texto abaixo escrito pelo historiador e pensador Eduardo Galeano:
Se você busca a verdade, beba a cerveja Heineken. Quer autenticidade? Fume cigarros Winston. Busca a rebeldia? Compre uma máquina Canon. Está inconformado com a situação do mundo? Coma um hambúrguer da Burger King. Deseja afirmar sua personalidade? Use um cartão Visa. Quer defender o meio ambiente? Espelhe-se no exemplo da Shell. Hoje em dia, a publicidade tem a seu cargo o dicionário da linguagem universal. Se ela, a publicidade, fosse Pinóquio, seu nariz daria várias voltas ao mundo. O texto é de Eduardo Galeano.
Eduardo Galeano
Hoje em dia, a publicidade tem a seu cargo o dicionário da linguagem universal. Se ela, a publicidade, fosse Pinóquio, seu nariz daria várias voltas ao mundo.
“Busque a verdade”: a verdade está na cerveja Heineken.
“Você deve apreciar a autenticidade em todas suas formas”: a autenticidade fumega nos cigarros Winston.
Os tênis Converse são solidários e a nova câmara fotográfica da Canon se chama Rebelde: “Para que você mostre do que é capaz”.
No novo universo da computação, a empresa Oracle proclama a revolução: “A revolução está em nosso destino”. A Microsoft convida ao heroísmo: “Podemos ser heróis”. A Apple propõe a liberdade: “Pense diferente”.
Comendo hambúrgueres Burger King, você pode manifestar seu inconformismo: “Às vezes é preciso rasgar as regras”.
Contra a inibição, Kodak, que “fotografa sem limites”.
A resposta está nos cartões de crédito Diner's: “A resposta correta em qualquer idioma”. Os cartões Visa afirmam a personalidade: “Eu posso”.
Os automóveis Rover permitem que “você expresse sua potência”, e a empresa Ford gostaria que “a vida estivesse tão bem feita” quanto seu último modelo.
Não há melhor amiga da natureza do que a empresa petrolífera Shell: “Nossa prioridade é a proteção do meio ambiente”.
Os perfumes Givenchy dão eternidade; os perfumes dão eternidade; os perfumes Dior, evasão; os lenços Hermès, sonhos e lendas.
Que não sabe que a chispa da vida se acende para quem bebe Coca-Cola?
Se você quer saber, fotocópias Xerox, “para compartilhar o conhecimento”.
Contra a dúvida, os desodorantes Gillette: “Para você se sentir seguro de si mesmo”.
DIANTE DO TEXTO, DA IMAGEM E DE SEUS CONHECIMENTOS SOBRE O TEMA MULTINACIONAIS, PODE-SE AFIRMAR QUE:
1 - As empresas denominadas Multinacionais ou simplesmente Transnacionais possuem filiais em todos os países do mundo, por serem caracterizadas como empresas de sedes múltiplas, e estarem localizadas sempre em países mais ricos e desenvolvidos.
2 - Todas as empresas Multinacionais possuem regras de localização com esferas geográficas, econômicas e buscam somente lucrar nos países onde se instalam, e em nada atuam em projetos sociais nos países filiais.
3 - As empresas multinacionais, tão presentes no nosso dia a dia, e são manifestação da fase atual do capitalismo- o Capitalismo Financeiro ou monopolista. Nessa fase do capitalismo as características marcantes são: a presença do Estado na economia e as Multinacionais.
4 - As Multinacionais são empresas que se constituem em grandes conglomeradas industriais e financeiros, surgem da evolução das industrias de grande porte na fase industrial do capitalismo.
5 - As Multinacionais são, uma manifestação do aprimoramento que o centro faz na periferia do capitalismo, na qual ultrapassou-se a simples compra de matéria-prima pelo centro e de industrializados pela periferia. As relações são mais complexas e, apesar de evoluírem, ainda continuam desiguais.
DIANTE DAS FRASES ACIMA, PODE-SE AFIRMAR QUE:
a) Todas estão corretas sobre o tema proposto.
b) Somente há QUATRO frases corretas.
c) Somente há TRÊS frases corretas.
d) Somente há DUAS frases corretas.
e) Somente há UMA frase correta.
QUAL É A RESPOSTA A ESTA QUESTÃO? SE SOUBER, ME ENVIE SUA RESPOSTA E COMENTE ....

domingo, 5 de julho de 2009

MAIS UM DESAFIO PELA FRENTE: SIMULADOS SEMANAIS DO NOVO ENEM - 2009 !

OLHA AÍ GALERA QUE ENTRA EM MEU BLOG....
ESTAREI A PARTIR DESTA SEMANA... SIMULANDO.. QUESTÕES MINHAS E ENCONTRADAS NA NET... PARA VOCE SE PREPARAR PARA O NOVO ENEM...
ENTENDA... ESTAREI NA MEDIDA DO POSSÍVEL FAZENDO SÓ QUESTÕES MINHAS....

ESPERO QUE VOCE DIVULGUE ESTA IDÉIA... E COMENTE SE GOSTAR OU NÃO...

PROF. MARIO FERNANDO DE MORI

O futuro das relações entre EUA e Rússia !

Obama herdou de Bush o acirramento do antiamericanismo russo, fruto da diplomacia atabalhoada do ex-presidente em relação a Moscou.
Nos últimos dez anos, sob o domínio de Vladimir Putin, a Rússia se tornou mais nacionalista, corrupta e corporativista. Ao mesmo tempo, Putin insuflou um patriotismo antiocidental — os livros didáticos mais recentes são críticos em relação aos EUA tanto quanto condescendentes em relação a Stalin. Aos olhos dos EUA, a Rússia vem criando problemas no plano geopolítico, na OMC, na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, na Otan e na ONU, onde vem bloqueando a aplicação de sanções ao Irã.
O Irã, entretanto, representa uma das muitas questões onde os interesses russos e norte-americanos podem coincidir. Nenhum dos dois quer que o país dos aiatolás ascenda como uma potência nuclear. Outro exemplo é o Afeganistão, que ambos querem ver estável, livre da Al-Qaeda. A Economist considera que a humildade e a serenidade de Obama podem ajudar os EUA a lidarem com um país com um forte orgulho nacional misturado com um perigoso sentimento de inferioridade.

sábado, 4 de julho de 2009

O MUNDO EM RECESSÃO NEGLIGENCIA A CRISE ALIMENTAR !

Na Reunião do G-8 de L’Aquila, de 8 a 10 de julho na Itália, a segurança alimentar estará outra vez em pauta. Mas, finalmente, o tema será levado a sério? A reportagem é de Laetitia Clavreul e Adrien de Tricornot e está publicada no jornal francês Le Monde, 30-06-2009. A tradução é do Cepat.
“De reunião em reunião, assistimos a grandes declarações sobre a fome, e são feitas promessas de doações. Mas não há nem seguimento nem sanções”, deplora Olivier de Schutter, relator especial da ONU sobre o Direito à Alimentação.
Há um ano, de 3 a 6 de junho, uma “conferência de alto nível sobre a segurança alimentar mundial” foi realizada na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação em Roma e reuniu 42 chefes de Estado e de governo. Foram prometidos 22 bilhões de dólares em ajudas. A declaração final julgava “urgente” a ajuda aos países em desenvolvimento e em transição para investirem mais e desenvolverem a sua produção agrícola e alimentar. Mas, apenas 2,5 bilhões de dólares foram efetivamente alocados até hoje.
Uma parte das promessas foi, certamente, escalonada para cinco anos e outra parte sofre de crônica imprecisão. Mas muitos compromissos estão suspensos, uma vez que a crise financeira prevaleceu. Mas bastaria menos de um centésimo das somas consagradas aos planos de retomada do crescimento e de salvamento de bancos...
“Hoje é importante destacar que o tempo das palavras acabou”, disse Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, no começo de junho comentando a crise alimentar no Fórum Mundial de Cereais em São Petersburgo. Suas palavras são o sinal de que muito poucas decisões concretas foram tomadas para retomar a agricultura dos países pobres ou para regular melhor os mercados.
Os preços globais recuaram depois de boas safras e os “tumultos da fome” se distanciaram. Mas a crise econômica golpeia ainda mais duramente. Em 2009, o número de pessoas com fome deverá passar de um bilhão, segundo a FAO.
Apesar das boas intenções anunciadas, a agricultura sofre para tornar-se uma prioridade. A parte de ajuda pública para o desenvolvimento que lhe é consagrada foi dividida por mais de cinco em 25 anos, passando de 18,1%, em 1979, para 3,5%, em 2004, lembraram as coalizões italianas de Ongs e a CCFD Terra Solidária em abril, por ocasião da reunião dos Ministros da Agricultura do G-8. Essas organizações exigem o retorno ao nível de 30 anos atrás.
A questão agrícola depende de três Agências da ONU – Programa Alimentar Mundial (PAM), FAO e Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola –, assim como da Organização Mundial do Comércio, o que dificulta a sua condução.
Além disso, os Estados sofrem para superar os seus interesses divergentes. Em plena crise, em 2008, não foi possível haver entendimento sobre questões chaves, como os biocombustíveis, ou as subvenções agrícolas do Norte que desestruturam a agricultura familiar do Sul. Desde então, o debate não avançou. Houve, isso sim, consenso sobre os erros do passado, com a denúncia da dependência crescente dos países em desenvolvimento em relação aos mercados agrícolas mundiais.
Seguindo as políticas estruturais ditadas pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional nos anos 1990, os países em desenvolvimento abandonaram as culturas de subsistência pela cultura e exportação de algodão, café ou outros produtos tropicais, e sofreram em cheio, vinte anos depois, a explosão das cotizações dos produtos alimentares. Todos estão, pois, de acordo sobre a necessidade de apoiar a agricultura camponesa... sem, contudo, oferecer os meios.
Outros assuntos mais importantes continuam sendo debatidos, tais como a liberalização das trocas ou a regulação dos mercados. Sobre esse ponto, a crise financeira deu a esperança de que a reflexão prosseguirá. O assunto deverá ser evocado em L’Aquila. Mas ninguém garante que haverá progressos. “Cenários são propostos e a vontade política deve prosseguir a partir de agora”, insiste De Schutter.
Uma proposta feita pelo Instituto de Pesquisa International Food Policy Research Institute (IFPRI) de Nova York, com o economista-chefe do Banco Mundial Justin Lin, evoca assim três linhas de defesa diante de uma explosão dos preços dos alimentos como aquela de 2008: por um lado, uma reserva alimentar de urgência, independente, poderia ser criada e confiada ao PAM.
Em seguida, um sistema internacional de estoques públicos de cereais, sob o auspício da ONU, poderia ser implantado para alimentar o mercado em caso de desequilíbrio.
Enfim, os países participantes se comprometeriam também com a constituição de uma reserva financeira que permitisse intervir nos mercados derivados agrícolas em caso de explosão dos preços devido à especulação.
Os autores destas propostas destacam que elas completariam as outras reformas necessárias dos mercados agrícolas: evitar as proibições de exportações às quais tiveram que recorrer alguns países em 2008, regular melhor os mercados físicos e os mercados derivados. Mas resta muito a fazer: um relatório de pesquisa bipartidário do Senado norte-americano, publicado no dia 24 de junho e intitulado Especulação excessiva sobre o mercado do trigo, recomenda enquadrar melhor as atividades dos Fundos que investem nos índices de matérias-primas.
Mas, no final das contas, muito poucas reformas e ações já foram realizadas, num momento em que é urgente agir. “O que nós vivemos em 2008 deve ser tomado como alarme”, lembra Abdolreza Abbassian, economista da FAO. No começo de junho, a Agência anunciou que mesmo que “as ofertas alimentares mundiais parecem menos vulneráveis aos choques do que no ano passado”, subsistem “potenciais perigos”.
Assim, se devemos nos alegrar com uma produção mundial recorde que permite a reconstituição dos estoques, é preciso notar que ela vem dos países ricos e não dos países em desenvolvimento importadores, porque não tiveram os recursos para investir em adubos ou transformar terras em cultura.
Os países pobres, e especialmente os africanos, não dispõem dos recursos para implementar políticas agrícolas, ou simplesmente para que os agricultores possam participar do mercado. Por falta de silos, eles não podem estocar sua produção para vendê-la a um preço melhor; na falta de estradas ou de vias férreas, não podem enviar a sua produção aos lugares de venda. O problema é conhecido, mas os investimentos para resolvê-lo não são financiados.
Portanto, a crise funcionou como um alarme em alguns países ricos em capital, mas pobres em terra e em água – como os Estados do Golfo –, ou cuja população é numerosa – como a Índia, a China e a Coreia do Sul. Testemunham-no o fenômeno da compra de terras no exterior que está se ampliando. Estes Estados desejam, com efeito, garantir por esse viés seu fornecimento de arroz, milho ou de óleo de palma.
A situação dos países pobres é inquietante. Os Objetivos do Milênio – redução pela metade do número de pessoas que sofrem de subalimentação até 2015 – tinham sido reafirmados na reunião de Roma, em junho de 2008. Agora, calcula Diouf, eles não são “mais realistas”. “Um mundo esfomeado é um mundo perigoso”, prevê Josette Sheeran, diretora do PAM. A tomada de consciência já não é mais suficiente.