ESTA QUESTÃO DO LIXO NO MUNDO É O DEBATE DO MOMENTO...
O QUE FAZER COM OS REJEITOS QUE OS HOMENS PRODUZEM??
E O BRASIL... ONDE FICA NESTA HISTÓRIA ?
Cerca de 80% do lixo eletrônico dos EUA é exportado para países pobres e, principalmente, para a China. Parte desembarca no Brasil. O alerta é da Silicon Valley Toxics Coalition, entidade que monitora empresas de tecnologia na costa oeste americana, segundo a qual parte das companhias da Califórnia tem acordos para a venda de computadores e tecnologias de segunda mão para o mercado brasileiro. Nem todos, porém, são reaproveitados e, na realidade, são lixo.
A reportagem é de Jamil Chade e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
Com produção anual de 400 milhões de toneladas de lixo e leis ambientais cada vez mais duras, os países ricos enfrentam um dilema: o que fazer com essa produção sem precedentes de resíduos e aparelhos praticamente descartáveis? Dados da Agência Ambiental dos EUA revelam que o custo de tratar localmente o lixo produzido é dez vezes superior ao custo de exportá-lo aos países mais pobres, principalmente os itens tecnológicos. Nos EUA, existem 500 milhões de computadores obsoletos, além de 130 milhões de celulares que são jogados no lixo por ano. Além do Brasil, México, Coreia do Sul, China, Índia, Malásia e Vietnã recebem esse material.
Empresas passaram a ser criadas para explorar o mercado ilegal, sobretudo na Europa. O transporte para países emergentes é a forma de garantir lucros. Diplomatas brasileiros confirmaram que em alguns carregamentos nem seguros são feitos. "Se a carga cair no mar, melhor", diz um deles.
Em 2000, a Alemanha, por exemplo, exportou 300 mil toneladas de lixo para 14 países. Os alemães também importaram 1 milhão de toneladas de lixo de 38 países. Isso porque muitas empresas do país, de alta tecnologia ambiental, desenvolveram técnicas para reciclagem. Na Finlândia, com apenas 4 milhões de habitantes, as exportações de lixo eletrônico chegam a 800 mil toneladas por ano.
Mas grande parte do comércio ilegal é mesmo para países pobres. Na Ásia, o Japão vem buscando acordo com países da região para exportar lixo. No estudo Envenenando os Pobres, de 2008, o Greenpeace alertou que muitos países alegam enviar computadores a economias pobres para ajudá-las, mas 75% dos aparelhos que chegam à África não podem ser reutilizados e viram lixo.
Segundo a entidade Basel Action, entre 50% e 80% do lixo eletrônico produzido nos EUA é exportado e 90% vai para a China - que ainda produz 1 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano. Nelson Sabogal, vice-secretário da Convenção de Basileia, que regula o comércio de produtos perigosos, admite que é impossível saber a quantidade de lixo ilegalmente transportada pelo mundo. "Buscamos fechar acordos com empresas de tecnologia para garantir que esse lixo possa ser reaproveitado. Só assim podemos parar essa tendência."
A reportagem é de Jamil Chade e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
Com produção anual de 400 milhões de toneladas de lixo e leis ambientais cada vez mais duras, os países ricos enfrentam um dilema: o que fazer com essa produção sem precedentes de resíduos e aparelhos praticamente descartáveis? Dados da Agência Ambiental dos EUA revelam que o custo de tratar localmente o lixo produzido é dez vezes superior ao custo de exportá-lo aos países mais pobres, principalmente os itens tecnológicos. Nos EUA, existem 500 milhões de computadores obsoletos, além de 130 milhões de celulares que são jogados no lixo por ano. Além do Brasil, México, Coreia do Sul, China, Índia, Malásia e Vietnã recebem esse material.
Empresas passaram a ser criadas para explorar o mercado ilegal, sobretudo na Europa. O transporte para países emergentes é a forma de garantir lucros. Diplomatas brasileiros confirmaram que em alguns carregamentos nem seguros são feitos. "Se a carga cair no mar, melhor", diz um deles.
Em 2000, a Alemanha, por exemplo, exportou 300 mil toneladas de lixo para 14 países. Os alemães também importaram 1 milhão de toneladas de lixo de 38 países. Isso porque muitas empresas do país, de alta tecnologia ambiental, desenvolveram técnicas para reciclagem. Na Finlândia, com apenas 4 milhões de habitantes, as exportações de lixo eletrônico chegam a 800 mil toneladas por ano.
Mas grande parte do comércio ilegal é mesmo para países pobres. Na Ásia, o Japão vem buscando acordo com países da região para exportar lixo. No estudo Envenenando os Pobres, de 2008, o Greenpeace alertou que muitos países alegam enviar computadores a economias pobres para ajudá-las, mas 75% dos aparelhos que chegam à África não podem ser reutilizados e viram lixo.
Segundo a entidade Basel Action, entre 50% e 80% do lixo eletrônico produzido nos EUA é exportado e 90% vai para a China - que ainda produz 1 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano. Nelson Sabogal, vice-secretário da Convenção de Basileia, que regula o comércio de produtos perigosos, admite que é impossível saber a quantidade de lixo ilegalmente transportada pelo mundo. "Buscamos fechar acordos com empresas de tecnologia para garantir que esse lixo possa ser reaproveitado. Só assim podemos parar essa tendência."
Cerca de 10% das 500 milhões de toneladas de lixo perigoso geradas por ano no mundo são transportadas por navios entre países. Isso inclui resíduos tóxicos, lixo hospitalar e outros materiais que representam riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Os países ricos, membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico despacham 80% desse total.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
Segundo o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni, consultor das Nações Unidas e do Banco Mundial, uma rede ilegal opera nesses países para despachar o material tóxico, cuja destinação é mais cara do que a do lixo comum. "Isso impulsiona a exportação ilegal", diz. Pior: nos países receptores, onde o controle alfandegário costuma ser falho, o lixo acaba em rios ou apodrece nos portos, como ocorre no Brasil com os mais de 20 contêineres contendo chumbo e cádmio, vindos da Itália, Espanha e Estados Unidos, que apodrecem no Porto de Santos há cinco anos.
Parte dos 89 contêineres de lixo encontrados neste porto e no Rio Grande do Sul também estava abandonada. Calderoni acredita que o lixo tóxico venha "disfarçado" em contêineres com material reciclável. Parte da remessa achada no Brasil ia para a Central Brasileira de Reciclagem, de Guarulhos, que teria recebido o lixo tóxico entre as remessas de plástico para reciclagem que teria comprado da trade AlphaTech. A CBR denunciou a fraude.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
Segundo o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni, consultor das Nações Unidas e do Banco Mundial, uma rede ilegal opera nesses países para despachar o material tóxico, cuja destinação é mais cara do que a do lixo comum. "Isso impulsiona a exportação ilegal", diz. Pior: nos países receptores, onde o controle alfandegário costuma ser falho, o lixo acaba em rios ou apodrece nos portos, como ocorre no Brasil com os mais de 20 contêineres contendo chumbo e cádmio, vindos da Itália, Espanha e Estados Unidos, que apodrecem no Porto de Santos há cinco anos.
Parte dos 89 contêineres de lixo encontrados neste porto e no Rio Grande do Sul também estava abandonada. Calderoni acredita que o lixo tóxico venha "disfarçado" em contêineres com material reciclável. Parte da remessa achada no Brasil ia para a Central Brasileira de Reciclagem, de Guarulhos, que teria recebido o lixo tóxico entre as remessas de plástico para reciclagem que teria comprado da trade AlphaTech. A CBR denunciou a fraude.
O Brasil importou, oficialmente, mais de 223 mil toneladas de lixo desde janeiro de 2008, a um custo de US$ 257,9 milhões. No mesmo período, deixou de ganhar cerca de US$ 12 bilhões ao não reciclar 78% dos resíduos sólidos gerados em solo nacional e desperdiçados no lixo comum por falta de coleta seletiva - o País recicla apenas 22% do seu lixo. A indústria nacional, que reutiliza os reciclados como matéria-prima na fabricação de roupas, carros, embalagens e outros, absorve mais do que o País consegue coletar e reciclar. Daí a necessidade de importação.
A reportagem é de Adriana Carranca e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
A destinação do lixo urbano é uma atribuição constitucional das prefeituras, mas apenas 7% dos 5.564 municípios brasileiros têm coleta seletiva. Com isso, no ano passado, pelo menos 175,5 mil toneladas de resíduos de plástico, papel, madeira, vidro, alumínio, cobre, pilhas, baterias e outros componentes elétricos - e até as cinzas provenientes da incineração de lixos municipais - tiveram de ser importadas. Entre janeiro e junho deste ano, foram importadas outras 47,7 mil toneladas.
Mesmo importando, as 780 empresas de reciclagem brasileiras, hoje, atuam com 30% da capacidade ociosa por falta de matéria-prima, segundo a Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos. Um exemplo: mais de 40% do PET reciclado é absorvido pela indústria têxtil na fabricação de fios e fibras de poliéster - duas garrafas se transformam em uma blusa. O Brasil teria condições de abastecer essa indústria, não desperdiçasse 50% do PET no lixo comum, por falta de coleta seletiva. A falta do material fez disparar o preço da tonelada no mercado interno, equiparando-se ao valor do importado, entre R$ 700 e R$ 900. Resultado: enquanto sobravam garrafas boiando no poluído Rio Tietê, as recicladoras tiveram de importar 14 mil toneladas de plástico para reciclagem no ano passado, 75% mais do que em 2007.
O mesmo ocorre com resíduos de alumínio, que lideram a importação, usados na indústria automobilística - só no ano passado, o Brasil importou 92,7 mil toneladas do material retirado do lixo de outros países. Já o cobre é reaproveitado para fiação, componentes elétricos são usados em corantes e tintas, além de vidro e papel, reutilizados pelas indústrias do setor.
"Se existisse uma política nacional de reciclagem não seria preciso Bolsa-Família. O dinheiro do lixo renderia aos brasileiros o mesmo benefício, além de emprego", ironiza o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni, autor do livro Os Bilhões Perdidos no Lixo e consultor da Organização das Nações Unidas e do Banco Mundial para a área ambiental. "Só faz sentido o Brasil importar esse material porque as redes de captação e separação não funcionam. Faltam PET e outros resíduos no mercado nacional."
São Paulo, maior geradora de resíduos do País, deixa de arrecadar anualmente US$ 840 milhões ao reciclar apenas 30% do lixo gerado na cidade - os outros 70% são desperdiçados em aterros superlotados ou irregulares, o que resulta em danos ambientais. No Estado, um em cada cinco aterros opera sem licença da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
O projeto de lei para uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que cria parâmetros para reciclagem e regulamenta a obrigatoriedade dos municípios na coleta seletiva, tramita no Congresso desde 1991. Enquanto não for aprovado, os resíduos continuarão a ser importados. Para os países exportadores, não existe melhor negócio. "Em países como Inglaterra, a destinação do lixo industrial é responsabilidade de quem gera e despejá-los nos aterros sanitários é muito caro. E a indústria recicladora desses países não tem capacidade para absorver todo o lixo gerado. Exportar é uma saída", diz o diretor executivo da associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), André Vilhena.
"A falta de coleta seletiva abre espaço para a importação de lixo, inclusive ilegal", diz o presidente da Cempre, Francisco de Assis Esmeraldo. Em 2008, a reciclagem de plásticos faturou R$ 1,8 bilhão e criou 20 mil empregos diretos. Mas, apenas 21% do produto encontrado no lixo do Brasil foi aproveitado. "Gastamos milhões de dólares, na última década, para desenvolver uma indústria de reciclagem capaz de dar uma destinação para o descarte no Brasil, mas hoje cuidamos do lixo de fora, enquanto o nosso continua a lotar os aterros", esbraveja o presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET, Auri Marçon.
A reportagem é de Adriana Carranca e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-07-2009.
A destinação do lixo urbano é uma atribuição constitucional das prefeituras, mas apenas 7% dos 5.564 municípios brasileiros têm coleta seletiva. Com isso, no ano passado, pelo menos 175,5 mil toneladas de resíduos de plástico, papel, madeira, vidro, alumínio, cobre, pilhas, baterias e outros componentes elétricos - e até as cinzas provenientes da incineração de lixos municipais - tiveram de ser importadas. Entre janeiro e junho deste ano, foram importadas outras 47,7 mil toneladas.
Mesmo importando, as 780 empresas de reciclagem brasileiras, hoje, atuam com 30% da capacidade ociosa por falta de matéria-prima, segundo a Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos. Um exemplo: mais de 40% do PET reciclado é absorvido pela indústria têxtil na fabricação de fios e fibras de poliéster - duas garrafas se transformam em uma blusa. O Brasil teria condições de abastecer essa indústria, não desperdiçasse 50% do PET no lixo comum, por falta de coleta seletiva. A falta do material fez disparar o preço da tonelada no mercado interno, equiparando-se ao valor do importado, entre R$ 700 e R$ 900. Resultado: enquanto sobravam garrafas boiando no poluído Rio Tietê, as recicladoras tiveram de importar 14 mil toneladas de plástico para reciclagem no ano passado, 75% mais do que em 2007.
O mesmo ocorre com resíduos de alumínio, que lideram a importação, usados na indústria automobilística - só no ano passado, o Brasil importou 92,7 mil toneladas do material retirado do lixo de outros países. Já o cobre é reaproveitado para fiação, componentes elétricos são usados em corantes e tintas, além de vidro e papel, reutilizados pelas indústrias do setor.
"Se existisse uma política nacional de reciclagem não seria preciso Bolsa-Família. O dinheiro do lixo renderia aos brasileiros o mesmo benefício, além de emprego", ironiza o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai Calderoni, autor do livro Os Bilhões Perdidos no Lixo e consultor da Organização das Nações Unidas e do Banco Mundial para a área ambiental. "Só faz sentido o Brasil importar esse material porque as redes de captação e separação não funcionam. Faltam PET e outros resíduos no mercado nacional."
São Paulo, maior geradora de resíduos do País, deixa de arrecadar anualmente US$ 840 milhões ao reciclar apenas 30% do lixo gerado na cidade - os outros 70% são desperdiçados em aterros superlotados ou irregulares, o que resulta em danos ambientais. No Estado, um em cada cinco aterros opera sem licença da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
O projeto de lei para uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que cria parâmetros para reciclagem e regulamenta a obrigatoriedade dos municípios na coleta seletiva, tramita no Congresso desde 1991. Enquanto não for aprovado, os resíduos continuarão a ser importados. Para os países exportadores, não existe melhor negócio. "Em países como Inglaterra, a destinação do lixo industrial é responsabilidade de quem gera e despejá-los nos aterros sanitários é muito caro. E a indústria recicladora desses países não tem capacidade para absorver todo o lixo gerado. Exportar é uma saída", diz o diretor executivo da associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), André Vilhena.
"A falta de coleta seletiva abre espaço para a importação de lixo, inclusive ilegal", diz o presidente da Cempre, Francisco de Assis Esmeraldo. Em 2008, a reciclagem de plásticos faturou R$ 1,8 bilhão e criou 20 mil empregos diretos. Mas, apenas 21% do produto encontrado no lixo do Brasil foi aproveitado. "Gastamos milhões de dólares, na última década, para desenvolver uma indústria de reciclagem capaz de dar uma destinação para o descarte no Brasil, mas hoje cuidamos do lixo de fora, enquanto o nosso continua a lotar os aterros", esbraveja o presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET, Auri Marçon.
Um comentário:
A EMPRESA COMPRADORA DO LIXO A CBR NÃO É UMA EMPRESA,SÉRIA, ELA FUNCIONA NO ESPAÇO FISICO DA TCT BLINDADOS INDUSTRIAE COMERCIO DE CAÇAMBAS, SEUS SÓCIOS SÃO TODOS BANDIDOS, MANDEI ATÉ FAX PARA O PRECIDENTE DA REPUBLICA, COMO O ASSUNTO ENVOLVE A POLICIA FEDERAL E POLITICOS, RECEBI A RESPOSTA .... SEU FAX FOI ENVIADO PARA A SECRETARIA DA FAZENDA PARA POSSIVEL AVERIGUAÇÃO.....
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