PENSEI EM PARAR DE FALAR SOBRE, MAS SÃO TANTAS AS NOTÍCIAS SOBRE O TEMA, E O CARA AÍ, VAI SER O RESPONSÁVEL POR TUDO... PELO QUE HERDOU, E NÃO CONSEGUIU RESOLVER,
E PELO QUE VAI GERAR NO MUNDO!!!
PRÊMIO NOBEL DA PAZ PARA ELE (BIS, BIS,BIS) !!!!
EU PROMETÍ, MAS AS NOTÍCIAS SOBRE O TEMA DA CRISE NOS EUA SÃO TÃO GRANDES, QUE PREFERÍ SOMENTE ESTA ABAIXO PARA DEIXAR QUE O MERCADO FAÇA O QUE TIVER QUE FAZER PARA ACONTECER O QUE TIVER QUE ACONTECER....
‘Armagedon’ é o apocalipse econômico e financeiro com que Obama acena se a classe política americana não reage nos próximos dias. O ultimato dado por ele expirou no sábado, sem que o milagre tenha acontecido. Fumaça preta. Nada de acordo com a direita para cortar o déficit, e assim levantar o teto da dívida pública. Sem isso, o país entra tecnicamente em “default”.
A reportagem é de Federico Rampini e publicada pelo jornal La Repubblica, 17-07-2011. A tradução é da IHU On-Line.
“Armagedon” até agora não mexeu com os mercados, habituados a considerar o “triplo A” dos títulos do Tesouro americano como um dado da natureza, uma âncora de estabilidade, um ponto fixo num universo instável. Não seria a primeira vez que os mercados acordam tarde demais. “Um agosto de pânico como o de 2007 e 2008 não é mais um cenário improvável”, adverte o Financial Times. Como se chegou até aqui, em dez dias, é narrado pela revista financeira Barron sob o título “América e Itália estão no centro do palco”.
A revista recorda: “Primeiro bastaram poucos dias para que o medo se deslocasse da periferia da zona do Euro (Grécia) para um país que está no coração da construção europeia: a Itália. Depois, numa semana, chegou até a maior economia e o maior país devedor do mundo: EUA.”
A velocidade da trajetória Grécia-Itália-EUA, explica porque o ‘Armagedon’ de Obama chama a atenção do membro finlandês do Banco Central Europeu, Erkki Liikamen: “É a pior crise que mundo teve que enfrentar até hoje”. Se os mercados ainda não consideram a possibilidade da desclassificação americana, no mundo da informação o medo é palpável. Fox News adverte os telespectadores que “o efeito em cascata não poupará ninguém: Municípios, caixas locais de poupança, fundos da casa própria, bolsas e empréstimos para estudantes universitários”.
Isso é confirmado por Gary Sasse que dirige o Institute for Public Leadership: “Todas as famílias americanas serão afetadas”. Mesmo que não se chegue ao “default”, isto é, à bancarrota do Estado na maior economia mundial, o custo de um aumento do crédito provocado pelo simples “downgrding” das agências de rating será descarregado sobre os consumidores, sufocando uma retomada já em extinção.
A leitura do Wall Street Journal deste final de semana deixa os leitores inquietos, acenando para a Grande Depressão. De um lado, entrevista um economista que frente ao cenário de um colapso paralelo das duas moedas ocidentais – o euro e o dólar – propõe o retorno ao sistema áureo como único baluarte contra a destruição das nossas poupanças. De outro lado, o jornal dá conselhos para os seus leitores americanos apontando vias de fuga para seguranças exóticas: “Invistam em moedas dos países que exportam matérias primas como a Austrália, Brasil, Canadá”.
Obama invoca “sacrifícios compartilhados”, admite que “cortes de despesas públicas serão necessárias mas também os americanos mais ricos deverão fazer a sua parte”.
Parece ser a linguagem do bom senso, num país onde o homem mais rico do mundo (Warren Buffett) paga uma alíquota de imposto de 17% porque embolsa somente capital gain, enquanto a sua secretária é taxada em 35%. Mas, pelo contrário, a linguagem de Obama, para uma parte dos EUA, é propaganda socialista. Uma pesquisa da revista Time revela que 16% dos americanos estão convencidos que fazem parte do 1% mais rico do país. Desta maneira, se sentem vítima da “caça aos mais ricos”. O American Dream se transforma numa ilusão patológica, espelho que deforma a realidade, miragem que tem traços de alucinação. Isto encoraja os republicanos a manter o discurso duro. Os republicanos moderados que buscam um acordo com o presidente são intimidados pela direita, a nova geração que foi eleita para o Congresso com os votos do Tea Party.
A direita republicana quer destruir o Welfare State até extirpar as marcas do New Deal de Roosevelt. Ela está disposta a jogar a roleta russa com o débito público, e assim “matar de fome a besta”, (como afirma Peggy Noonan, pai histórico da revolução conservadora ), o odiado Estado social.
E AÍ O QUE ENTENDEU SOBRE A REPORTAGEM ? ESCLARECEU SUAS DÚVIDAS ?
NÃO? ENTÃO LEIA MAIS... E ME PROCURE....
GRANDE DEMAIS PARA QUEBRAR !?
A semana que começa pode ser particularmente perigosa para o mundo. Na hipótese de até sexta-feira não haver solução para a negociação entre Partido Republicano e governo Obama sobre cortes no Orçamento e elevação do teto da dívida, de US$ 14,3 trilhões, o ambiente global pode esquentar. Não dá para esperar até o dia 2 de agosto, prazo final para um acerto entre as partes.
A reportagem é de Vera Saavedra Durão e publicada pelo jornal Valor, 18-07-2011.
A incerteza e o medo de um default podem precipitar atitudes. Basta um grande investidor em títulos do Tesouro dos Estados Unidos ver a probabilidade de default como possível para disparar esses papéis no mercado e se livrar deles para se sentir seguro, caso o pior aconteça. Quando um fizer isso, um segundo vai atrás. É o princípio da corrida bancária.
O alerta vermelho já foi dado pela China, a maior detentora desses papéis, e pelas agências de rating S&P e Moody's. As duas ameaçaram rebaixar a nota "triple A" dos títulos americanos, até agora o ativo líquido mais confiável do mercado financeiro.
No pior cenário, se houver queda no valor dos títulos o mercado imediatamente ajusta os juros para cima, o que aborta qualquer possibilidade de recuperação da economia americana. Famílias e investidores ficarão mais pobres. O mundo será levado à depressão, pois nenhum país vai escapar da catástrofe.
Uma moratória leva o sistema financeiro global a entrar em colapso, pois os papéis desvalorizados habitam as carteiras de todos os países, a exceção talvez de Cuba e da Coreia do Norte. A perda será brutal para governos (como reservas), instituições financeiras e fundos soberanos. O FED (Federal Reserve, o Banco Central americano) não vai conseguir operar com todos os proprietários dos títulos do Tesouro. O que vai acontecer é imprevisível, pois nunca houve na história do capitalismo uma situação de insolvência em que não haja um ativo seguro para onde correr.
Cada nação vai tentar se salvar erguendo barreiras tarifárias para tentar proteger seu mercado doméstico. O fluxo internacional do comércio vai cair brutalmente. As instituições financeiras vão se fragilizar, particularmente nos EUA e na Europa. O teste de estresse conduzido pelo Banco Central Europeu na semana passada detectou que 30% das 90 maiores instituições europeias estão com problemas. Nesse caldo que precede a depressão muitas instituições devem quebrar. O quadro é apocalíptico. Por isso, é considerado por economistas como improvável, impossível.
"O que assusta mais é pensar que o mundo está dependendo do bom senso do Partido Republicano americano para não mergulhar no caos", ironiza o economista Fernando Cardim, para quem a probabilidade de um desastre é pequena, mas "deveria ser zero".
A torcida agora é para que, no Senado, onde os democratas ainda são maioria e os republicanos parecem mais sensatos que os da Câmara, se costure um Plano B para livrar o planeta do pesadelo. Um eventual calote criaria um cenário de terror nos mercados e é isso que o governo americano tenta evitar. "Não acredito que o Partido Republicano na hora H vá alimentar esse quadro ruim só para levar Obama às cordas do ringue. Se não fecharem um acordo, a depressão será pior que a da década de 30", pressagia Carlos Thadeu, economista e ex-presidente do Banco Central. Para Cláudio Fristach, da consultoria Inter.B, "a solução está em marcha". A dívida americana é grande demais para quebrar.
O Brasil, quarto maior detentor de títulos americanos, pode tirar uma lição positiva do imenso imbróglio que envolve Estados Unidos e já está formado na Europa. O risco de um colapso mostra que com dívida não se brinca. Qualquer endividamento pode crescer muito rapidamente. Mesmo casos aparentemente saudáveis do ponto de vista fiscal podem sofrer uma deterioração muito rápida, avisa o consultor.
O problema americano está levando os presidentes de Bancos Centrais a darem tratos à bola sobre como compor suas reservas. Com reservas no patamar de US$ 300 bilhões o BC brasileiro deveria pensar também em diversificar a composição delas. A crise no hemisfério norte tem revelado a fragilidade das duas principais moeda.
Qual será a melhor alternativa ao dólar que deixe os governos emergentes mais a salvo de riscos de default dos países ricos? Para Fristach um bom investimento é o ouro. "Quem investiu em ouro está se dando bem." Moedas mais fortes, como o yuan, da China, não têm conversibilidade e nem mercado. A melhor alternativa, talvez, fosse uma cesta de moedas.
A questão mais grave nesse contexto trágico é que o mundo capitalista está totalmente atrelado à economia americana, que vai continuar em recessão, podendo até mesmo mergulhar numa depressão caso faça um corte muito severo nos gastos e tenha que lidar com alta dos juros. Todos os analistas estão de olhos postos no desfecho no curto prazo dessa crise política nos EUA, que evidencia a vulnerabilidade da economia mundial. Poucos, no entanto, enfatizam o fato de que a "retomada da normalidade" nada mais significa do que a volta à esdrúxula situação vigente desde os anos 80, na qual a economia dominante e locomotiva da economia mundial é ao mesmo tempo a maior devedora do mundo, embora paradoxalmente seus credores contem com o crescimento indefinido de sua gigantesca dívida.