domingo, 23 de maio de 2010

E O OBAMA VENCEU... ALIÁS.. OS EUA SEMPRE VENCEM...

O PREMIO DA PAZ FOI ENTREGUE A ELE...
A SUA DIPLOMACIA NÃO CONVENCE NINGUÉM...

A DIPLOMACIA DO BRASIL PARECE FADADA A SER SEMPRE CONTRÁRIA AOS INTERESSES DOS EUA...
E NESTE CASO, A DIPLOMACIA DAS NEGOCIATAS, DAS FORJADAS CONVERSAS DE BASTIDORES VENCEU...
QUEM TE VIU E QUEM QUER TE VER OBAMA????
PREMIO NOBEL DA PAZ.....
EU TAMBÉM ESTOU DECEPCIONADO....

LEIA E POSICIONE-SE SOBRE...

A diplomacia de Lula se contrapõe diretamente àquela do Conselho de Segurança e a de Barack Obama. A de Lula olha para frente e se adequa ao novo. A de Barack Obama olha para traz e quer reproduzir o velho", afirma Leonardo Boff, teólogo.
Para Leonardo Boff, "o paradigma novo, representado por Lula, assume a singularidade do atual momento histórico. Mudou nossa percepção de fundo: somos todos interdependentes, habitando juntos na mesma Casa Comum, a Terra".
Eis o artigo.
O acordo alcançado por Lula e pelo primeiro ministro turco com o Irã a respeito da produção de urânio enriquecido para fins pacíficos possui uma singularidade que convem enfatizar. Foi alcançado mediante o diálogo, a mútua confiança que nasce do olho no olho e a negociação na lógica do ganha-ganha. Nada de intimidações, de imposições, de ameaças, de pressões de toda ordem e de satanização do outro.
Essa era e continua a sendo a estratégia das potências militaristas e imperiais que não se dão conta de que o mundo mudou. Elas estão encalacrados no velho paradigma do big stick, da negociação com o porrete na mão ou da pura e simples intervenção para a qual tudo vale, a mentira deslavada como no caso da guerra injusta contra o Iraque, a violência militar mais sofisticada contra um dos países mais pobres do mundo como o Afeganistão ou os conhecidos golpes armados pela CIA em vários paises, nomeadamente na América Latina.
Curiosamente, esta estratégia nunca deu fruto nenhum em nenhum lugar. Os USA estão perdendo todas as guerras, porque ninguém vence um povo disposto a dar a sua vida e até suscitar "homens-bomba" para enfrentar um inimigo armando até os dentes mas cheio de medo e exposto à vergonha e à irrisão mundial. O que conseguiram foi alimentar raiva, rancor e espírito de vingança, fermento de todo o terrorismo.
A maior ameaça para estabilidade mundial hoje são os EUA pois a ilusão de serem "o novo povo eleito" - pois assim reza o "destino manifesto" que os neocons, muito fortes, como Bush, acreditam piamente - faz com que se sintam no direito de intervir em todo o mundo. Pretendem levar os direitos humanos quando os violam vergonhosamente, querem impôr a democracia quando, na verdade, criam uma farsa, visam abrir o livre mercado para suas multinacionais para que livremente possam explorar a riqueza do pais, seu petróleo e seu gás.
A diplomacia de Lula se contrapõe diretamente àquela do Conselho de Segurança e a de Barack Obama. A de Lula olha para frente e se adequa ao novo. A de Barack Obama olha para traz e quer reproduzir o velho. O paradigma velho supõe que haja uma nação hegemônica e imperial, no caso o USA. Esta se rege pelo paradigma do inimigo, bem na linha do teórico da filosofia política que fundamentou os regimes de força como fez com o nazismo, Carl Schmitt (+1985). Em seu livro O Conceito do Politico claramente diz:"a existência política de um povo depende de sua capacidadede definir quem é amigo e quem é inimigo..o inimigo deve ser combatido e psicologicamente deve ser desqualificado como mau e feio". Não fez exatamente isso Bush chamando os paises donde vinham os terroristas de "paises canalhas" contra quem se deve fazer uma "guerra infinita"? Éssa argumentação é sistêmica e funciona ainda hoje na cabeça dos dirigentes norteamericanos. Políticas inspiradas nesse paradigma ultrapassado podem levar a cenários dramáticos com o sério risco de destruir o projeto planetário humano. Esse paradigma é belicista, reducionista e míope pois não percebe as mudanças históricas que estão ocorrendo na linha da fase planetária da história que exige estratégias de cooperação visando proteger a Terra e cuidar da vida. O paradigma novo, representado por Lula, assume a singularidade do atual momento histórico. Mudou nossa percepção de fundo: somos todos interdependentes, habitando juntos na mesma Casa Comum, a Terra. Ninguém tem um futuro particular e próprio. Surge um destino comum globalizado: ou cuidamos da humanidade para que não se bifurque entre os que comem e os que não comem e protegemos o planeta Terra para que não seja dizimado pelo aquecimento global ou então não teremos futuro algum. Estamos vinculados definitavamente uns aos outros.
Lula em sua fina percepção pelo novo, agiu coerentemente: não se pode isolar e castigar o Irã. Importa traze-lo à mesa de negociação, com confiança e sem preconceitos. Essa atitude de respeito trará bons frutos. E é a única sensata nesta nova fase da história humana. Lula aponta e inaugura o futuro da nova diplomacia, a única que nos garantirá a paz.

O presidente Lula se diz decepcionado com seu colega dos EUA, Barack Obama.
A reportagem é de Kennedy Alencar e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 23-05-2010.
É um desapontamento que precedia a crítica norte-americana ao acordo Brasil-Turquia-Irã e que só aumentou com as últimas ações de Washington para aprovar sanções contra Teerã na ONU.
Nas palavras de Lula, Obama diz uma coisa a ele e faz outra, geralmente por meio da secretária de Estado, Hillary Clinton. Segundo o brasileiro, o norte-americano cedeu ao "conservadorismo tradicional" para ter chance de se reeleger, em 2012.
Lula tem dito que Obama não é mais o presidente aberto para dialogar com a América Latina que marcou presença na Cúpula das Américas em abril do ano passado.
Para o petista, Obama deveria aplicar na política externa a receita que usou para aprovar no Congresso a reforma da saúde: remar contra a maré, enfrentando politicamente o Partido Republicano e parte dos democratas.
A primeira grande queixa de Lula ocorreu quando convidou Obama a participar de uma cúpula da União de Nações Sul-Americanas em agosto para discutir as bases norte-americanas na Colômbia. Obama ignorou.
Outra rusga surgiu na cúpula de Copenhague (Dinamarca) sobre o clima. Para Lula, os EUA priorizaram sua agenda interna e não ajudaram a impedir o fracasso.
Na quinta, Lula disse que Obama dava um tiro no pé ao endurecer contra o Irã. Para ele, não foi "atitude de quem ganhou o Nobel da Paz".
A frustração de Lula explica por que o Brasil tem demorado a reconhecer o novo governo de Honduras, país que sofreu golpe no ano passado.
É uma forma de "esticar a corda" e se diferenciar de Washington, que foi mais tolerante em relação ao golpe.
Lula diz que Obama perdeu oportunidades de fazer gestos para os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Raúl Castro, de Cuba.

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