Ilustração de confronto entre cristãos e muçulmanos na Batalha de Mancoura.
Ilustração de batalha entre cristãos e muçulmanos da Primeira Cruzada.
Sabe-se que as religiões sempre foram a lógica das relações entre pessoas, pois acabavam por demonstrar as diferenças, e as similaridades.
O que se acredita, é que, os aspectos diferenciadores das principais religiões, como o Ocidente (Cristão) e o Islã, estão levando alguns autores à retórica do choque, ou dos conflitos.
Um dos aspectos desta retórica está na chamada guerra contra o "eixo do mal" de Bush, que vem esboçando gradativa e diariamente, por meio de alvos escolhidos e de campanhas ideológicas. Com as exceções da Coréia do Norte e de Cuba, os países visados pelos Estados Unidos – Iraque, Irã, Síria e Sudão – são todos muçulmanos; a ajuda incondicional de Washington ao governo de Ariel Sharon (Israel) reflete esse preconceito. A “civilização” está em guerra contra a “barbárie”, proclamou o presidente Bush. “O mundo está dividido em dois campos”, retruca Osama bin Laden. “Um, sob a bandeira da cruz, como disse Bush, o chefe dos descrentes, e o outro sob a bandeira do Islã.” Se esta teoria for verdadeira, então não será possível qualquer tipo de acordo, pois “eles” nos odeiam – não devido ao que fazemos, mas porque rejeitam nossos ideais de liberdade e democracia; será inútil, portanto, priorizar uma solução para esta ou aquela injustiça que abala o mundo muçulmano. Por outro lado, esse conceito induz a uma estratégia de guerra. Significa inserir cada embate num conflito de civilizações, um conflito eterno e sem solução: a luta dos palestinos, um atentado terrorista em Java, a resistência no Iraque, um incidente anti-semita num colégio de Paris ou um tumulto na periferia são todos considerados como elementos de uma ofensiva geral do islamismo. Participamos em todas frentes, inclusive a interna, de uma guerra mundial. Más, existem aqueles que defendem o diálogo, pois como afirmou Tariq Ramadan, filósofo muçulmano, em 2006: " Tanto no Ocidente como no mundo islâmico existem aqueles que defendem a necessidade de enfatizar os valores comuns das duas sociedades. Os obtusos, em oposição, acham que seus princípios são melhores e devem ser seguidos pelos outros, nem que seja na base da imposição."
A lógica do conflito persiste em áreas onde o fanatismo religioso está presente, não só no mundo do islã, mas também no mundo ocidental, com suas políticas protecionistas e de contenção ao estrangeiro.
Por isso, é que em muitas áreas se fala do Fundamentalismo, teoria que acredita nas verdades religiosas ou econômicas, onde tudo se leva " ao pé da letra", e de onde partem as decisões sobre o contato entre os diferentes, seja de caráter religioso, no caso a questão Fundamentalista Religiosa.
Será que caminharemos para uma "Guerra Santa" ? Quem estará com a Verdade ? O Deus de Jesus, ou Alah ? Qual dos dois irá convencer o mundo da mensagem mais verdadeira, e gerar mais e mais adeptos?
Acredito que há espaço para o diálogo, e o Papa João Paulo II, já tinha iniciado em vida e agora, continuado pelo seu sucessor Bento XVI, mas ainda polêmico, quando a mídia usa e deturpa palavras e expressões do mesmo.
Espera-se o bom senso e conversas abertas, para que tenhamos que no futuro afirmar que os pintores expressaram em suas telas, a conformidade e a convivência pacífica entre as religiões como fato do século XXI, e não ilustrações como as pintadas acima, que são belas nas telas, mas expressivas na violência e no embate entre "verdade X verdade.
Que o Deus de todos nós nos ajude a buscarmos o consenso.