O CAPITAL ESPECULATIVO SUGA, E O DINHEIRO VAI EMBORA....
SEMPRE DIGO QUE JUROS ALTOS ATRAI TODO TIPO DE INVESTIDOR, SENDO QUE O QUE É MAIS MALÉFICO NESTE SENTIDO, É O CAPITAL ESPECULATIVO, AQUELE QUE NÃO TEM RESPONSABILIDADE COM NINGUÉM E JÁ LEVOU A QUEBRADEIRA VÁRIOS PAÍSES, E FOI UM DOS RESPONSÁVEIS PELA CRISE ECONÔMICA NOS EUA....
SEMPRE DIGO QUE JUROS ALTOS ATRAI TODO TIPO DE INVESTIDOR, SENDO QUE O QUE É MAIS MALÉFICO NESTE SENTIDO, É O CAPITAL ESPECULATIVO, AQUELE QUE NÃO TEM RESPONSABILIDADE COM NINGUÉM E JÁ LEVOU A QUEBRADEIRA VÁRIOS PAÍSES, E FOI UM DOS RESPONSÁVEIS PELA CRISE ECONÔMICA NOS EUA....
POR QUE NÃO LIMITAR ESTE CAPITAL NO BRASIL?
PORQUE NÃO CRIAR REGRAS PARA ELE VIR AQUÍ ?
É PRECISO TER PREOCUPAÇÃO E PRECAUÇÃO...
ELES NÃO ESTÃO NEM, AÍ PARA NÓS....
O aumento do chamado investimento em carteira (que engloba a renda fixa) preocupa alguns analistas. Eles argumentam que, mesmo que os estrangeiros comprem hoje títulos de longo prazo do Brasil, é muito mais fácil se desfazer de um ativo financeiro do que de uma aplicação na produção - como fábrica ou empresa.
A reportagem é de Leandro Modé e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 19-07-2010.
Para o professor da PUC-SP Antônio Corrêa de Lacerda, o grande risco é o País ficar cada vez mais dependente dos capitais especulativos. Isso ocorre porque o Brasil tem hoje um déficit no setor externo. Ao final de maio, o buraco acumulado em 2010 era de US$ 14 bilhões, o equivalente a 2,35% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa de analistas do mercado financeiro é de que encerre o ano um pouco acima disso.
Para que as contas externas fechem, é preciso que o rombo seja coberto. A alternativa seria a taxa de câmbio fazer o ajuste, o que implicaria uma indesejável maxidesvalorização do real.
Por enquanto, o financiamento do déficit não tem sido problema, justamente por causa da disposição dos estrangeiros em investir no Brasil, tanto em instrumentos financeiros quanto na produção (o chamado Investimento Estrangeiro Direto, IED).
Mas Lacerda nota que a importância da parte financeira vem aumentando. Neste ano, por exemplo, o IED acumulado até maio atingiu US$ 11,4 bilhões, abaixo dos US$ 12,1 bilhões dos investimentos em renda fixa.
O especialista observa que a situação atual do País é totalmente diferente daquela que vigorou na década de 90. Na época, o Brasil adotava um regime de câmbio praticamente fixo. Para conseguir manter a cotação determinada, precisava atrair capitais externos, o que era feito por meio da elevação da taxa básica de juros. Era um ambiente perfeito para o especulador de curto prazo.
Hoje, Lacerda lembra que o regime é de câmbio flutuante - ou seja, a própria taxa pode subir ou descer para equilibrar melhor os fluxos - e o País tem reservas grandes, superiores a US$ 250 bilhões. Mesmo assim, o professor enxerga o longo prazo com certo desconforto. "O risco, hoje, é de vermos o sapo cozinhar em fogo brando."
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, acredita que o maior problema em potencial da combinação de déficit entre conta corrente e investimento em carteira é uma volatilidade maior da taxa de câmbio. "Hoje, esse movimento está favorável ao real. Mas, e lá na frente, o que pode acontecer?", indagou.
Público e privado
Os estrangeiros estão investindo tanto em títulos públicos quanto em papéis de empresas, sobretudo as de grande porte. Afinal, o juro básico da economia serve de referência para as emissões do setor privado. A maior parte do dinheiro que entrou até maio - US$ 7,9 bilhões dos US$ 12,1 bilhões - teve como destino os títulos do governo brasileiro. É bem mais do que em igual período do ano passado - quando deixaram o País US$ 600 milhões -, mas menos do que no mesmo intervalo de 2008 (US$ 9,3 bilhões) e 2007 (US$ 9,6 bilhões).
Segundo especialistas, a tendência é de que os investimentos nos papéis brasileiros de renda fixa, principalmente os do governo, continuem crescendo. A ressalva, evidentemente, fica por conta da crise. Se a situação externa piorar e os temores de um duplo mergulho nos países desenvolvidos se confirmar, o cenário muda completamente.
Mas, assumindo que as condições que vigoraram até agora em 2010 permaneçam, as perspectivas são positivas. O diretor executivo de serviços transacionais do Citibank no Brasil, Pedro Guerra, observa que, hoje, a participação de estrangeiros na dívida pública brasileira é de pouco menos de 10%. No México, é de quase 15% e, na Polônia, de 32%.
PARA ENTENDER
1.- O que atrai os investidores estrangeiros?
O Brasil tem a maior taxa de juros do mundo, descontada a inflação, e é considerado um lugar seguro para se investir.
2.- No que eles investem?
Em papéis emitidos pelo governo e por empresas (debêntures, commercial papers, etc).
3.- Qual é o impacto da entrada desse dinheiro para o País?
O real, quando comparado a uma cesta de 11 moedas, está no nível mais alto desde o início do segundo semestre de 2008, pouco antes da quebra do banco americano Lehman Brothers.
A reportagem é de Leandro Modé e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 19-07-2010.
Para o professor da PUC-SP Antônio Corrêa de Lacerda, o grande risco é o País ficar cada vez mais dependente dos capitais especulativos. Isso ocorre porque o Brasil tem hoje um déficit no setor externo. Ao final de maio, o buraco acumulado em 2010 era de US$ 14 bilhões, o equivalente a 2,35% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa de analistas do mercado financeiro é de que encerre o ano um pouco acima disso.
Para que as contas externas fechem, é preciso que o rombo seja coberto. A alternativa seria a taxa de câmbio fazer o ajuste, o que implicaria uma indesejável maxidesvalorização do real.
Por enquanto, o financiamento do déficit não tem sido problema, justamente por causa da disposição dos estrangeiros em investir no Brasil, tanto em instrumentos financeiros quanto na produção (o chamado Investimento Estrangeiro Direto, IED).
Mas Lacerda nota que a importância da parte financeira vem aumentando. Neste ano, por exemplo, o IED acumulado até maio atingiu US$ 11,4 bilhões, abaixo dos US$ 12,1 bilhões dos investimentos em renda fixa.
O especialista observa que a situação atual do País é totalmente diferente daquela que vigorou na década de 90. Na época, o Brasil adotava um regime de câmbio praticamente fixo. Para conseguir manter a cotação determinada, precisava atrair capitais externos, o que era feito por meio da elevação da taxa básica de juros. Era um ambiente perfeito para o especulador de curto prazo.
Hoje, Lacerda lembra que o regime é de câmbio flutuante - ou seja, a própria taxa pode subir ou descer para equilibrar melhor os fluxos - e o País tem reservas grandes, superiores a US$ 250 bilhões. Mesmo assim, o professor enxerga o longo prazo com certo desconforto. "O risco, hoje, é de vermos o sapo cozinhar em fogo brando."
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, acredita que o maior problema em potencial da combinação de déficit entre conta corrente e investimento em carteira é uma volatilidade maior da taxa de câmbio. "Hoje, esse movimento está favorável ao real. Mas, e lá na frente, o que pode acontecer?", indagou.
Público e privado
Os estrangeiros estão investindo tanto em títulos públicos quanto em papéis de empresas, sobretudo as de grande porte. Afinal, o juro básico da economia serve de referência para as emissões do setor privado. A maior parte do dinheiro que entrou até maio - US$ 7,9 bilhões dos US$ 12,1 bilhões - teve como destino os títulos do governo brasileiro. É bem mais do que em igual período do ano passado - quando deixaram o País US$ 600 milhões -, mas menos do que no mesmo intervalo de 2008 (US$ 9,3 bilhões) e 2007 (US$ 9,6 bilhões).
Segundo especialistas, a tendência é de que os investimentos nos papéis brasileiros de renda fixa, principalmente os do governo, continuem crescendo. A ressalva, evidentemente, fica por conta da crise. Se a situação externa piorar e os temores de um duplo mergulho nos países desenvolvidos se confirmar, o cenário muda completamente.
Mas, assumindo que as condições que vigoraram até agora em 2010 permaneçam, as perspectivas são positivas. O diretor executivo de serviços transacionais do Citibank no Brasil, Pedro Guerra, observa que, hoje, a participação de estrangeiros na dívida pública brasileira é de pouco menos de 10%. No México, é de quase 15% e, na Polônia, de 32%.
PARA ENTENDER
1.- O que atrai os investidores estrangeiros?
O Brasil tem a maior taxa de juros do mundo, descontada a inflação, e é considerado um lugar seguro para se investir.
2.- No que eles investem?
Em papéis emitidos pelo governo e por empresas (debêntures, commercial papers, etc).
3.- Qual é o impacto da entrada desse dinheiro para o País?
O real, quando comparado a uma cesta de 11 moedas, está no nível mais alto desde o início do segundo semestre de 2008, pouco antes da quebra do banco americano Lehman Brothers.
"A saída do túnel ainda está longe e exige, para poder se realizar, uma mudança radical nas políticas dos Estados, com o abandona o simples laissez-faire e a reivindicação de um papel de controle também no campo econômico, com o fim de dirigir as escolhas para o bem comum."A opinião é do teólogo italiano Giannino Piana, professor de ética cristã na Universidade de Urbino e de ética e economia na Universidade de Turim.
O artigo foi publicado na revista Jesus, de julho de 2010.
A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
A CRISE ECONÔMICO-FINANCEIRA está tudo menos superada.
As consequências negativas são sempre evidentes e se fazem sentir tanto no campo do emprego – todos os dias assiste-se também no nosso país ao fechamento de novas empresas –, quanto no dos consumos, que sofreram uma forte contração.Mas o que principalmente desperta desconcerto é o fato de que – como observava George Soros há alguns meses no Financial Times – os operadores financeiros, isto é, os principais responsáveis pela crise parecem os únicos a ganhar com ela.
Depois de um breve período de silêncio devido ao medo das reações da opinião pública, eles retornaram desafiadoramente ao mercado, usando toda a sua influência para restabelecer o status quo, isto é, para restaurar a maximização dos seus lucros às custas dos consumidores. Quem se tornou vencedor hoje, de fato, foi a maior parte dos grandes bancos e agências financeiras norte-americanas e europeias, que celebram em 2009 ganhos superiores aos de 2007.
O que propiciou esse resultado foi o empenho profuso dos governos e dos bancos centrais no resgate das entidades em dificuldade (bancos privados, particularmente). Empenho, além disso, necessário, em vista da criação de condições para o relançamento das empresas em grave crise de liquidez. As somas destinadas para buscar esse resultado foram muito ingentes.
Os países do G-20 gastaram até agora nove bilhões de dólares, igual a 18% do seu PIB (e há quem hipotetize até uma cifra duplicada).
As perplexidades acerca desse maciço empenho do "público" foram, porém, florescendo gradualmente, principalmente pelo modo com que bancos e sociedades financeiras utilizaram (e utilizam) os fundos recebidos: de fato, parece que o maior esforço se concentrou na busca de ganhos sempre mais elevados e nos pagamentos dos banqueiros que, de acordo com o que o Wall Street Journal refere, superam, nas 23 maiores instituições financeiras norte-americanas, o recorde alcançado em 2007.
As consequências dessas operações se revelaram extremamente graves: vai-se do aumento do déficit público – calcula-se que tenha se atingido em quase todo o Ocidente a 100% do PIB – à redução das entradas fiscais, até ao crescimento do gasto estatal, que alcançou nos EUA mais de 100% do PIB. Além desses dados preocupantes, devem ser acrescentados: a contração sem precedentes do crédito às empresas, também por isso em grande dificuldade; a perda seca do posto de trabalho para um número muito amplo de trabalhadores (calcula-se que, em 2009, os desempregados aumentaram em mais de 60 milhões, e que o percentual dos menores de 25 anos que se encontram sem trabalho é de 18,2% nos EUA e de 19,8% na Europa); o crescimento sempre maior dos débitos das famílias; e, por fim, a menor disponibilidade das instituições públicas de investir em campos fundamentais como a saúde, a educação e a cultura e, em geral, os serviços.
Quem paga a conta maior dessa difícil conjuntura são principalmente os cidadãos comuns e as suas famílias, que se encontram tendo que enfrentar problemas sempre mais inoportunos de subsistência, tendo à disposição um quantitativo sempre menos consistente de recursos em nível pessoal e podendo contar sempre menos com a proteção do público.
Mas o que desperta as maiores preocupações, além das recaídas imediatas da crise, pelas quais se exige a criação de amortizadores sociais adequados, é a constatação de que o que está sendo verificado nestes meses, longe de anunciar uma saída do atual estado de dificuldades, crise as premissas para que se precipite, em tempos iminentes, em um abismo ainda mais profundo, com resultados dramáticos.
A inexistente busca de alternativas verdadeiras, que provoquem uma alteração nas relações entre economia financeira e economia produtiva, subvertendo a ordem atual e restituindo o primado à produtividade dos bens, mas principalmente a renúncia a impôr regras severas ao mercado para recolocá-lo a serviço do desenvolvimento humano são sinais que mortificam toda esperança de mudança.
A saída do túnel ainda está longe e exige, para poder se realizar, uma mudança radical nas políticas dos Estados, com o abandona o simples laissez-faire e a reivindicação de um papel de controle também no campo econômico, com o fim de dirigir as escolhas para o bem comum. Mas, enquanto isso, exige a presença de uma sociedade civil madura, que saiba sustentar responsavelmente a ação política, também ao custo de inevitáveis sacrifícios, e principalmente que seja capaz de reagir à situação presente com a adoção de estilos de comportamento que tenham como objetivo o desenvolvimento de um novo modelo de civilização, centrado na promoção de uma melhor qualidade de vida.
E AÍ, AINDA CREDITA NO CAPITAL ESPECULATIVO ???
AINDA CREDITA QUE LE PODE TRAZER SUCESSO PARA ALGUÉM, SE NÃO SE PRÓPRIO PROPRIETÁRIO ?
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