Embora o número de eleições na África seja motivo de esperanças, ele não necessariamente representa um aumento na democracia. O mapa acima mostra como as nações do continente se qualificam em termos democráticos.
Apesar de ir mais às urnas, população do continente ainda enfrenta problemas como corrupção eleitoral.
Até dezembro, boa parte dos 48 países da África subsaariana terá realizado eleições locais, regionais ou nacionais em 2010. Num continente que ficou famoso pela violência de seus golpes de estado, as eleições se tornaram um evento comum.Desde o fim dos anos 1990, o número de golpes caiu (veja o gráfico abaixo) enquanto as visitas às urnas aumentaram, em muitos casos, em nações onde isso era inimaginável.
Vários fatores explicam o recente entusiasmo africano pelas eleições. A possibilidade de exercer pressão sobre políticos quase sempre arrogantes e corruptos é uma das principais motivações dos africanos. Na Nigéria, a corrupção praticada pelo Partido Popular Democrático nas eleições de 2007 despertou a fúria dos eleitores, que obrigaram o governo a fazer concessões com relação às eleições de 2011. A nomeação do professor Attahiru Jega como chefe da Comissão Eleitoral Nacional deu ao eleitorado a esperança de que a organização se torne realmente independente, e não uma máquina governamental de reeleição. As próximas eleições nigerianas serão monitoradas em todo o continente. Os dias da Guerra Fria, em que ditadores eram patrocinados pelos poderes dos dois lados do globo ficaram para trás.
No entanto, isso não necessariamente significa que a situação tenha passado por grandes mudanças. Uma análise das eleições recentes mostra que várias delas foram uma completa farsa. No Burundi, Pierre Nkurunziza se reelegeu com 92% dos votos e sem candidatos de oposição. Na Etiópia, os partidos de oposição conseguiram apenas duas das 547 cadeiras do parlamento. No Sudão, Omar Al-Bashir assegurou mais um mandato numa eleição que foi largamente ignorada pela oposição. Por toda a África, eleições são armadas para manter os partidos de situação no poder, e mesmo com a pressão para que os líderes permitam eleições livres, os governos manipulam todos os estágios do processo eleitoral.
Outro problema atrapalha a evolução do processo democrático africano: a recusa de líderes em aceitar a derrota e sair de cena. Apesar de exemplos positivos como o do território da Somalilândia no início do mês de julho e o de Gana, na década passada, líderes como Robert Mugabe, do Zimbábue, e Mwai Kibaki, do Quênia, se recusaram a abandonar a presidência mesmo após uma derrota nas urnas. Ambos tiveram como consequência surtos de violência em seus países, e acordos com a oposição que os mantiveram no cargo.
REPORTAGEM RETIRADA:No entanto, isso não necessariamente significa que a situação tenha passado por grandes mudanças. Uma análise das eleições recentes mostra que várias delas foram uma completa farsa. No Burundi, Pierre Nkurunziza se reelegeu com 92% dos votos e sem candidatos de oposição. Na Etiópia, os partidos de oposição conseguiram apenas duas das 547 cadeiras do parlamento. No Sudão, Omar Al-Bashir assegurou mais um mandato numa eleição que foi largamente ignorada pela oposição. Por toda a África, eleições são armadas para manter os partidos de situação no poder, e mesmo com a pressão para que os líderes permitam eleições livres, os governos manipulam todos os estágios do processo eleitoral.
Outro problema atrapalha a evolução do processo democrático africano: a recusa de líderes em aceitar a derrota e sair de cena. Apesar de exemplos positivos como o do território da Somalilândia no início do mês de julho e o de Gana, na década passada, líderes como Robert Mugabe, do Zimbábue, e Mwai Kibaki, do Quênia, se recusaram a abandonar a presidência mesmo após uma derrota nas urnas. Ambos tiveram como consequência surtos de violência em seus países, e acordos com a oposição que os mantiveram no cargo.
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