Tem gente que gosta de escrever coisas que se parecem com a sensação de que não conhecemos a história: Houve o Holocausto, O Nazismo existiu, A DITADURA foi um período da história do Brasil, para ser esquecido, ou, melhor, para ser revisto, e fazer justiça...
Estas imagens acima e abaixo, retratam o que o Brasil nunca mais quer ver, e saber, mas que deve ficar em nossas mentes, afinal, devemos ser cidadãos de nossa história, se não cometeremos alguns deslizes infelizes...
Dizer que a Ditadura foi "Ditabranda", foi demais....
Em editorial publicado na última terça-feira (17/02), sobre a vitória do presidente venezuelano em referendo, a Folha de S. Paulo classificou o regime militar brasileiro - entre 1964 e 1985 - como uma “ditabranda”. De acordo com o jornal, esses governos autoritários “partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.
A reportagem é de Sérgio Matsuura e publicada pelo portal Comunique-se, 19-02-2009.
O posicionamento do jornal foi duramente criticado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo, que o considerou “lamentável”. Em sua opinião, a Folha, num só parágrafo, alinha uma série de “equívocos de caráter político e histórico”.
“Ao dizer que é uma ‘ditabranda’, o jornal esquece, por certo, das mortes ocorridas durante a ditadura. Esquece dos milhares que tiveram seus direitos políticos cassados, que tiveram que se exilar, sem contar os torturados nas masmorras da ditadura. É lamentável que se proceda a uma revisão histórica dessa natureza. O que era negativo passa a ser positivo, dando absolvição àqueles que violaram os direitos constitucionais e cometeram crimes, como o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nos porões do Doi-Codi”, diz Azêdo.
O presidente da ABI lembra também que o direito ao habeas-corpus foi suspenso durante o regime militar: “Dizer que houve acesso à Justiça é uma falsidade de caráter histórico que deveria causar vergonha à Folha de S. Paulo”, diz.
O jornalista Milton Coelho da Graça, preso quatro vezes durante o período militar, também tece duras críticas ao editorial da Folha. Ele afirma que a empresa foi “subserviente à ditadura”, principalmente com a Folha da Tarde.
“Os jornalistas fazem muito bem ao não ficarem lembrando o passado dos jornais que se entregaram ao regime. A Folha comete um erro ao reabrir um debate que a ela não é útil. É bom saber que o jornal chama a ditadura de ‘ditabranda’. Será que a Argentina também foi ‘ditabranda’? Qual o limite para passar de ditadura para ‘ditabranda’?”, questiona.
Em resposta a uma carta de leitor publicada nesta quinta-feira, a Folha explica que na “comparação com outros regimes instalados na região no período, a ditadura brasileira apresentou níveis baixos de violência política e institucional”.
Procurados, o diretor de redação da Folha, Otávio Frias Filho, e o ombudsman do jornal, Carlos Eduardo Lins da Silva, não retornaram aos nossos telefonemas até o fechamento desta matéria.
Estas imagens acima e abaixo, retratam o que o Brasil nunca mais quer ver, e saber, mas que deve ficar em nossas mentes, afinal, devemos ser cidadãos de nossa história, se não cometeremos alguns deslizes infelizes...
Dizer que a Ditadura foi "Ditabranda", foi demais....
Em editorial publicado na última terça-feira (17/02), sobre a vitória do presidente venezuelano em referendo, a Folha de S. Paulo classificou o regime militar brasileiro - entre 1964 e 1985 - como uma “ditabranda”. De acordo com o jornal, esses governos autoritários “partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.
A reportagem é de Sérgio Matsuura e publicada pelo portal Comunique-se, 19-02-2009.
O posicionamento do jornal foi duramente criticado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo, que o considerou “lamentável”. Em sua opinião, a Folha, num só parágrafo, alinha uma série de “equívocos de caráter político e histórico”.
“Ao dizer que é uma ‘ditabranda’, o jornal esquece, por certo, das mortes ocorridas durante a ditadura. Esquece dos milhares que tiveram seus direitos políticos cassados, que tiveram que se exilar, sem contar os torturados nas masmorras da ditadura. É lamentável que se proceda a uma revisão histórica dessa natureza. O que era negativo passa a ser positivo, dando absolvição àqueles que violaram os direitos constitucionais e cometeram crimes, como o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nos porões do Doi-Codi”, diz Azêdo.
O presidente da ABI lembra também que o direito ao habeas-corpus foi suspenso durante o regime militar: “Dizer que houve acesso à Justiça é uma falsidade de caráter histórico que deveria causar vergonha à Folha de S. Paulo”, diz.
O jornalista Milton Coelho da Graça, preso quatro vezes durante o período militar, também tece duras críticas ao editorial da Folha. Ele afirma que a empresa foi “subserviente à ditadura”, principalmente com a Folha da Tarde.
“Os jornalistas fazem muito bem ao não ficarem lembrando o passado dos jornais que se entregaram ao regime. A Folha comete um erro ao reabrir um debate que a ela não é útil. É bom saber que o jornal chama a ditadura de ‘ditabranda’. Será que a Argentina também foi ‘ditabranda’? Qual o limite para passar de ditadura para ‘ditabranda’?”, questiona.
Em resposta a uma carta de leitor publicada nesta quinta-feira, a Folha explica que na “comparação com outros regimes instalados na região no período, a ditadura brasileira apresentou níveis baixos de violência política e institucional”.
Procurados, o diretor de redação da Folha, Otávio Frias Filho, e o ombudsman do jornal, Carlos Eduardo Lins da Silva, não retornaram aos nossos telefonemas até o fechamento desta matéria.
E MAIS,....
Maria Vitória de Mesquita Benevides, professora da Faculdade de Educação da USP, e Fábio Konder Comparato, professor universitário aposentado e advogado, reagem ao editorial do jornal Folha de São Paulo que chamou a ditadura millitar brasileira de "ditabranda".
Maria Vitória Benevides, escreve, em carta enviada ao jornal e publicada hoje, no Painel do Leitor, 20-02-2009:"Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala - que horror!"
Maria Vitória Benevides, escreve, em carta enviada ao jornal e publicada hoje, no Painel do Leitor, 20-02-2009:"Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala - que horror!"
Fábio Konder Comparato, escreve:
"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana."
E a redação do jornal Folha de S. Paulo, 20-02-2009, publica a seguinte nota:"Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa."
"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana."
E a redação do jornal Folha de S. Paulo, 20-02-2009, publica a seguinte nota:"Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa."
E VOCÊ, O QUE ACHA DE TUDO ISSO ?
Um comentário:
Concerteza um absurdo a folha de São Paulo publicar um editorial com tal afirmação. Será que os letrados jornalistas e editores da Folha não tiveram a oportunidade de fazer a leitura do livro Brasil Nunca Mais. Bem capaz de não. Tal livro é ignorado, quando deveria ser adotado como leitura obrigatória, até para o desenvolvimento de cidadãos concientes do que se passou nos anos de chumbo. Agora sobre a afirmação da folha rotulando os professores de hipócritas a respeito da ditadura cubana, não devemos mudar de foco. A historia ditatorial brasileira tem importância infinatas vezes maior para nós brasileiros, do que a ditadura cubana. Se fosse para fazermos jus a afirmação da Folha, deveriamos então fechar os olhos para nossos problemas internos e adotar uma visão totalmente exteriorizada. O seu blog está de parabéns professor Mario! Saudades de suas aulas de geopolítica
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