quinta-feira, 2 de abril de 2009

MEDIDAS DO G20 PARA SALVAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO GLOBAL !

G20 investirá trilhões para assegurar emprego, crescimento e estabilidade Durante entrevista coletiva, Gordon Brown, o primeiro-ministro britânico, conta quais foram os principais avanços do encontro do G20
por Fernando Valeika de Barros, enviado especial a Londres

Gordon Brown, primeiro minitro britânico, o primeiro a falar das decisões do G20
O primeiro-ministro britânico Gordon Brown foi o primeiro líder mundial a falar com a imprensa, logo depois de encerrado o encontro do G20 nesta quinta-feira. “Os países mais ricos do mundo vieram a Londres com uma mensagem nova e dispostos a tomar ações concretas para resolver a crise mundial”, disse ele. “O que se decidiu neste dia em Londres foram medidas concretas e importantes para que uma crise como esta não se repita mais”, disse ele. “Há poucos anos não era possível tomar decisões de grande impacto em encontros como este”. Veja o que ele falou sobre vários temas: Investimentos para reativar a economia mundial“O montante que investiremos para recuperar a economia mundial chegaram a casa de trilhões de dólares. Mas isso é um investimento para assegurar emprego, crescimento e estabilidade. É como o Plano Marshall, que beneficiou a Europa. Mas também ajudou – e muito – o próprio desenvolvimento dos Estados Unidos, que o financiaram”
O papel do FMI na recuperação econômica “Uma quantia de US$ 1,1 trilhão será destinada a reativar e impulsionar a economia mundial. Deste montante, US$ 750 bilhões serão disponibilizados via Fundo Monetário Internacional, o FMI. Pedimos ao FMI que acompanhe o destino destes recursos. Já foi anunciado que o Japão entrará com US$ 100 bilhões, mesma quantia desembolsada pela União Europeia, já a China colocará mais US$ 40 bilhões. Outros US$ 250 bilhões serão destinados a estímulos ao comércio, dos quais US$ 50 bilhões através de recursos do Banco Mundial. Vamos agir para que este dinheiro chegue também aos países mais pobres e para que não haja uma escalada protecionista”, disse Brown. Os 100 bilhões restantes virão de recursos novos, oriundos dos países do G20. Cada país, de acordo com as suas necessidade poderá sacar estes recursos".A era da regulamentação bancária “Chegamos a um acordo que colocará limites estritos à existência de paraísos fiscais. São medidas novas e que deverão ajudar a resolver esta questão. Será divulgada uma lista, elaborada pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de paraísos fiscais que não aceitarem colaborar com as regras de transparência.
Nestes casos, o sigilo será coisa do passado, assim como a falta de regras para regular instituições financeiras, fundos de alavancagem e agências reguladoras. Vamos estabelecer um conjunto de regras e, principalmente, criar mecanismos para analisá-las". Salários de executivos do mercado financeiro “Os países membros do G20 decidiram colocar sob regras de conduta agências de avaliação e fundos especulativos. Também decidiram que salários e bônus de executivos do mercado financeiro serão acompanhados de perto para evitar exageros.” Novos encontros do G20 “No final do ano, os dirigentes voltarão a se reunir em Nova York.

Há alguns anos um encontro como este simplesmente não seria possível tamanhas as divergências. Hoje, em Londres, as maiores economias do planeta se reuniram e tomaram decisões que ajudarão a reestruturar o sistema financeiro mundial. Aqui começará uma nova era.” Recursos financeiros investidos no sistema bancário “Este dinheiro que entrará em circulação ajudará a fazer diferença não só para os bancos. Mais crédito significará mais comércio. E isso ajudará a resgatar a confiança. E com isso, mais empregos e mais atividades aparecerão. Ficou claro que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para ultrapassarmos esta crise e avançarmos. O sistema bancário mundial tinha problemas imensos. Eles serão resolvidos a partir do que deliberamos neste encontro.

A Era do Consenso de Washington acaba de se encerrar: vamos rever princípios e governança, reforçar o papel de instituições como FMI e Banco Mundial e criar outras, como O Conselho de Estabilidade Financeira, que prevenirá riscos com antecipação, para que não se repita o que ocorreu agora. Em dez semanas alteraremos regras que causarão mais impactos do que se causou nos últimos dez anos.” Efetividade das medidas do Encontro de Londres “É preciso que as pessoas saibam que as medidas que tomamos hoje não resolverão a crise de um dia para o outro. Além de medidas econômicas e financeiras, discutimos temas mundiais como o progresso com baixas emissões de carbono.

Levará um certo tempo para implementar tanta coisa. Mas também é preciso dizer que, ao contrário de outras crises, desta vez fomos rápidos para tomar atitudes. O fim da crise mundial “Não haverá prosperidade de um dia para o outro. Mas ações como dar liquidez ao sistema financeiro, estimular a criação de empregos, o livre comércio, criar mecanismos que ajudem famílias saldarem as suas hipotecas, regular atividades de bancos e fundos, ter regras claras para poupanças e a restrição aos paraísos fiscais, criam condições para que a economia mundial volte a crescer. As pessoas querem recuperar a confiança. Hoje, elas podem começar a fazer isso”.

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