"Falta luz e sobra metáfora no fim da picada das explicações de economistas sobre o atual estado da Grande Recessão", escreve Vinicius Torres Freire, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 19-04-2009.
Eis o artigo.
O pior já passou? A economia despiora? Há "brotos verdes"? Eles morrerão de frio? "Cintila a esperança" (como diz Barack Obama)? A segunda derivada ficou positiva? Sim, até cálculo diferencial entra na dança das hipóteses midiáticas sobre a chegada ao fundo do poço. Alguém se entende? Não muito.
Abaixo, uma coletânea de palpites de luminares da economia sobre os vaga-lumes no fim do túnel.
"A recuperação deve ser anêmica, [mas] a enorme ação global nos livrou de uma Grande Depressão. O pior ficou para trás? Segundo nossas projeções, sim! Mas a Grande Recessão ainda vai durar. O PIB mundial deve voltar a crescer no terceiro trimestre de 2009. No G10 [europeus ricos, EUA, Canadá e Japão], no último trimestre." De Manoj Pradhan, economista do Morgan Stanley.
"Muitos dos otimistas duros de matar de Wall Street foram reduzidos a pó, mas aqueles que ainda resistem agora apelam a um pouquinho de cálculo. A segunda derivada, dizem, está ficando positiva. Isso significa que, embora a economia ainda caia em parafuso, agora cai mais devagar". "Há alguns dados para sustentar tal afirmação... [Mas] para cada naco de boas notícias, há um monte de coisa ruim". Na revista "Economist" que saiu na quinta, 16.
"As coisas ainda estão piorando [nos EUA]... O máximo que se pode dizer é que há sinais esparsos de que as coisas estão piorando mais devagar. Algumas das boas notícias não convencem. As mais positivas vêm dos bancos. Mas alguns desses balanços parecem bem esquisitos." Do Nobel Paul Krugman em sua coluna no "New York Times", de quinta, 16. Mais Krugman: "Mesmo quando [o pior] passar, não terá passado. O desemprego ainda continuou a crescer por um ano e meio depois do fim oficial da recessão de 2001."
"Os resultados [de nosso estudo] indicam que a presente recessão será especialmente longa e grave; a recuperação será lenta." Do FMI, no seu "Perspectiva Econômica Global", divulgado na quinta, 16."É uma alta num mercado baixista [nas Bolsas], pois o pior não passou na economia [real]". "A perspectiva para o Brasil é melhor que a da maioria dos outros países." De George Soros. Na Bloomberg, 7 de abril.
"Os dados de março confirmaram que a economia da China entrou acelerando neste trimestre... Os indicadores americanos, por outro lado, foram mais ou menos, na melhor das hipóteses." Do relatório diário mundial do JPMorgan, no dia 16.
"A economia brasileira dá sinais de vida com os fortes números de emprego e de vendas de varejo e de carros." Idem, ibidem. Por isso, o JPMorgan passou a achar que o juro cairá menos no Brasil, neste ano."Quem fez esse plano [de Obama] está no bolso dos bancos ou é incompetente. Vão é salvar os acionistas e os credores [dos bancos]. Alguns dos que vão entrar nessa [comprar papéis de bancos com subsídio do governo], como a Pimco, são grandes acionistas [a Pimco é uma das maiores gestoras de investimento do planeta]. Eles querem recriar uma bolha." Do Nobel Joseph Stiglitz.
Mais Stiglitz: "As pessoas vão de Wall Street para o Tesouro e voltam para Wall Street. Ainda que não exista toma-lá-dá-cá, essa não é a questão. O problema é a mentalidade". Questão de mentalidades, sim.
Eis o artigo.
O pior já passou? A economia despiora? Há "brotos verdes"? Eles morrerão de frio? "Cintila a esperança" (como diz Barack Obama)? A segunda derivada ficou positiva? Sim, até cálculo diferencial entra na dança das hipóteses midiáticas sobre a chegada ao fundo do poço. Alguém se entende? Não muito.
Abaixo, uma coletânea de palpites de luminares da economia sobre os vaga-lumes no fim do túnel.
"A recuperação deve ser anêmica, [mas] a enorme ação global nos livrou de uma Grande Depressão. O pior ficou para trás? Segundo nossas projeções, sim! Mas a Grande Recessão ainda vai durar. O PIB mundial deve voltar a crescer no terceiro trimestre de 2009. No G10 [europeus ricos, EUA, Canadá e Japão], no último trimestre." De Manoj Pradhan, economista do Morgan Stanley.
"Muitos dos otimistas duros de matar de Wall Street foram reduzidos a pó, mas aqueles que ainda resistem agora apelam a um pouquinho de cálculo. A segunda derivada, dizem, está ficando positiva. Isso significa que, embora a economia ainda caia em parafuso, agora cai mais devagar". "Há alguns dados para sustentar tal afirmação... [Mas] para cada naco de boas notícias, há um monte de coisa ruim". Na revista "Economist" que saiu na quinta, 16.
"As coisas ainda estão piorando [nos EUA]... O máximo que se pode dizer é que há sinais esparsos de que as coisas estão piorando mais devagar. Algumas das boas notícias não convencem. As mais positivas vêm dos bancos. Mas alguns desses balanços parecem bem esquisitos." Do Nobel Paul Krugman em sua coluna no "New York Times", de quinta, 16. Mais Krugman: "Mesmo quando [o pior] passar, não terá passado. O desemprego ainda continuou a crescer por um ano e meio depois do fim oficial da recessão de 2001."
"Os resultados [de nosso estudo] indicam que a presente recessão será especialmente longa e grave; a recuperação será lenta." Do FMI, no seu "Perspectiva Econômica Global", divulgado na quinta, 16."É uma alta num mercado baixista [nas Bolsas], pois o pior não passou na economia [real]". "A perspectiva para o Brasil é melhor que a da maioria dos outros países." De George Soros. Na Bloomberg, 7 de abril.
"Os dados de março confirmaram que a economia da China entrou acelerando neste trimestre... Os indicadores americanos, por outro lado, foram mais ou menos, na melhor das hipóteses." Do relatório diário mundial do JPMorgan, no dia 16.
"A economia brasileira dá sinais de vida com os fortes números de emprego e de vendas de varejo e de carros." Idem, ibidem. Por isso, o JPMorgan passou a achar que o juro cairá menos no Brasil, neste ano."Quem fez esse plano [de Obama] está no bolso dos bancos ou é incompetente. Vão é salvar os acionistas e os credores [dos bancos]. Alguns dos que vão entrar nessa [comprar papéis de bancos com subsídio do governo], como a Pimco, são grandes acionistas [a Pimco é uma das maiores gestoras de investimento do planeta]. Eles querem recriar uma bolha." Do Nobel Joseph Stiglitz.
Mais Stiglitz: "As pessoas vão de Wall Street para o Tesouro e voltam para Wall Street. Ainda que não exista toma-lá-dá-cá, essa não é a questão. O problema é a mentalidade". Questão de mentalidades, sim.
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