Esta la´grima, é resultado de um massacre, genocídio que está acontecendo desde 2003 no Sudão, mais precisamente em sua porção oeste.
O mapa acima, caracteriza geograficamente a região de DARFUR, na porção oeste do SUDÃO !
Com um tamanho quatro vezes maior que a França, o Sudão é o gigante da África.
Mas é um gigante doente. Sua independência veio em 1959, mas, naquele mesmo ano, sua região norte entrou em guerra com o sul.
Após uma breve calmaria nos anos 70, a rebelião no sul se reacendeu e deixou milhões de mortos até ser encerrada, em 2003. Depois, uma outra guerra começou.
Mal o Sudão percebe que está em paz, um novo horror começa.
Dessa vez, é o oeste, em Darfur, que se subleva.
Desde 2003, a violência que devasta a região já teria deixado pelo menos 200 mil mortos e 2,7 milhões de refugiados. A reportagem é de Gilles Lapouge e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 14-07-2008.
A comunidade internacional, após ficar por muito tempo indiferente, começou finalmente a se mexer. Uma força de soldados da União Africana e da ONU está sendo formada com 26 mil homens. Mas mesmo que esses soldados fossem John Wayne, aquilo seria uma “missão impossível”. O que se passa ali é inominável e indecifrável.
No Ocidente, fala-se de um combate entre negros e árabes. É falso. Há muito que árabes e negros se casam uns com os outros. Seria então uma guerra religiosa? Segundo erro: todos, tanto os rebeldes quanto o lado do poder legal são muçulmanos sunitas. Chega-se então ao conflito étnico. Tudo não passaria de um acerto de contas entre tribos. Mas essas tribos são inatingíveis. Essas categorias, porém, não convêm à guerra. Aquilo não é nem mesmo uma guerra, é um caos de sangue. A vantagem do caos é que ele mata menos que uma guerra organizada - mas matará tanto quanto uma guerra de profissionais? A cifra fala em 200 mil mortos, mas especialistas dizem que é preciso dividir as perdas por quatro.
Circulam comentários de que o número de vítimas teria sido exagerado para obrigar a comunidade mundial a se interessar por Darfur. É verdade também que qualquer intervenção pode ter conseqüências perversas. Citemos uma: Darfur é um pedregulho sob um sol escaldante. Os habitantes travam um combate trágico a cada dia para beber.
A jornalista inglesa Julie Flint calculou que cada “soldado da paz” consome quarenta vezes mais água que um habitante de Darfur. Uma cena estranha no “teatro da crueldade”: os soldados da paz salvam os infelizes, que morrem de sede à beira de seus poços vazios.
A comunidade internacional, após ficar por muito tempo indiferente, começou finalmente a se mexer. Uma força de soldados da União Africana e da ONU está sendo formada com 26 mil homens. Mas mesmo que esses soldados fossem John Wayne, aquilo seria uma “missão impossível”. O que se passa ali é inominável e indecifrável.
No Ocidente, fala-se de um combate entre negros e árabes. É falso. Há muito que árabes e negros se casam uns com os outros. Seria então uma guerra religiosa? Segundo erro: todos, tanto os rebeldes quanto o lado do poder legal são muçulmanos sunitas. Chega-se então ao conflito étnico. Tudo não passaria de um acerto de contas entre tribos. Mas essas tribos são inatingíveis. Essas categorias, porém, não convêm à guerra. Aquilo não é nem mesmo uma guerra, é um caos de sangue. A vantagem do caos é que ele mata menos que uma guerra organizada - mas matará tanto quanto uma guerra de profissionais? A cifra fala em 200 mil mortos, mas especialistas dizem que é preciso dividir as perdas por quatro.
Circulam comentários de que o número de vítimas teria sido exagerado para obrigar a comunidade mundial a se interessar por Darfur. É verdade também que qualquer intervenção pode ter conseqüências perversas. Citemos uma: Darfur é um pedregulho sob um sol escaldante. Os habitantes travam um combate trágico a cada dia para beber.
A jornalista inglesa Julie Flint calculou que cada “soldado da paz” consome quarenta vezes mais água que um habitante de Darfur. Uma cena estranha no “teatro da crueldade”: os soldados da paz salvam os infelizes, que morrem de sede à beira de seus poços vazios.
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