Veja se cabe isso na diplomacia Mundial ? Os EUA se acham no direito de estar intervindo, COMO SEMPRE, nas realidades dos países Latinos, e no caso, o Brasil.
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, aproveitaram a Reunião de Cúpula de Presidentes do Mercosul, realizada ontem na província argentina de Tucumán, para fazer uma dura cobrança ao governo dos Estados Unidos. A reportagem é de Eliane Oliveira, Janaína Figueiredo e Leonardo Valente e publicada pelo jornal O Globo, 02-07-2008.
Ambos os chefes de Estado manifestaram forte preocupação pela reativação da Quarta Frota da Marinha americana, que após 58 anos voltou ontem a realizar operações militares nas Américas do Sul, Central e no Caribe. Durante seu discurso, no plenário de presidentes do bloco, Chávez afirmou que a estratégia militar americana representa uma ameaça para os países do continente, e defendeu a necessidade de o Mercosul “pedir uma explicação ao governo dos Estados Unidos por sua atitude”. Lula, por sua vez, disse que o governo brasileiro pedirá explicações à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
— Devemos perguntar, em bloco, ao governo dos EUA por que está mandando a Quarta Frota à nossa região — enfatizou o presidente da Venezuela, afirmando ainda que o objetivo dos EUA é apropriar-se dos recursos naturais dos países da região.
Já o presidente brasileiro se antecipou e disse ter dado instruções ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para que peça esclarecimentos sobre a Quarta Frota ao Departamento de Estado americano.
— Descobrimos petróleo em toda a costa marítima brasileira. Queremos que os EUA expliquem isto (a Quarta Frota), porque vivemos numa região totalmente pacífica. Nossa única guerra é a guerra contra a pobreza e a fome — disse Lula.
Chávez, em seguida, citou o poderio militar de Brasil e Venezuela, ressaltando que a volta da unidade da Marinha americana à região é um tema muito importante.
— Lula, você tem submarinos nucleares. Nós teremos mais aviões. Enfim, temos de saber o que eles pretendem em nossas águas. Isso é uma ameaça para todos os países da região — disse.
— A imprensa está investigando, temos que ficar atentos porque este é um assunto muito importante.
Em seu discurso, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não se referiu diretamente à Quarta Frota, mas também destacou a importância de que os países da região preservem e defendam seus recursos naturais, “hoje na mira das grandes potências mundiais.” Outros líderes da região também protestaram contra o início das operações da unidade militar americana.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que a iniciativa dos EUA é intervencionista. Já o ex-presidente cubano Fidel Castro escreveu em artigo que o objetivo da reativação “é espalhar o medo”.
Braço da Marinha americana na América Latina, a Quarta Frota americana atuou ativamente na região a partir de 1943, em meio à Segunda Guerra Mundial, com a missão prioritária de atacar embarcações alemãs na região e proteger navios aliados, que sistematicamente vinham sendo afundados por submarinos nazistas.
Com o fim da guerra e o deslocamento das atenções dos Estados Unidos para a então União Soviética, a frota foi extinta em 1950.
Desde então, sua região foi absorvida pela Segunda Frota, mas de forma secundária.
Segundo o Departamento de Estado americano, a reativação da frota tem como objetivo garantir a segurança das águas internacionais da região especialmente contra o tráfico de drogas e o terrorismo.
om sede na Flórida, não terá uma estrutura de navios fixa, mas começou a operar ontem com um porta-aviões nuclear, o George Washington (que poderá ser remanejado a qualquer momento para outras regiões) e mais 11 navios.
Seu novo comandante, Joseph Kernan, até então chefe do Comando de Táticas Especiais de Guerra Naval, é um dos mais respeitados veteranos de guerra da Marinha e sua indicação ao cargo, segundo especialistas, pode indicar a importância da recém-ativada frota.
Motivo é político, dizem analistas
Segundo analistas, a reativação é um recado político de Washington aos países da região.
— A reativação da Quarta Frota é uma forma sutil de mostrar que, ao contrário do que muitos dizem hoje, os Estados Unidos não abandonaram a América Latina, nem deixaram de considerá-la sua área de influência direta. Tem a ver também com a tentativa brasileira de criar um conselho de defesa subcontinental, como parte da Unasul. Por enquanto, é um gesto simbólico, de alerta — disse a pesquisadora Tatiana Teixeira, especialista em Estados Unidos e autora do livro “Os thinktanks e a sua influência na política externa dos EUA”.
Para outro especialista em Estados Unidos, o professor de relações internacionais Luiz Alberto Moniz Bandeira, a Quarta Frota mostra que os EUA têm vários objetivos estratégicos na região mas, mesmo assim, os governos locais não têm como protestar pois as leis internacionais permitem que qualquer país mantenha frotas em águas internacionais.
— O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já declarou, entretanto, que o Brasil não admitirá que a Quarta Frota entre e opere dentro dos limites do mar territorial. Não se trata de bravata, mas de uma admoestação. Se entrar em águas territoriais, o Brasil tem todo o direito de protestar e os EUA não vão querer um incidente diplomático.
O potencial bélico que possui tem limites políticos. De qualquer modo, a reativação mostra a urgente necessidade de reequipar e modernizar a Marinha do Brasil, que foi sucateada nos anos 1990, e acelerar a construção do submarino nuclear — disse.
Ambos os chefes de Estado manifestaram forte preocupação pela reativação da Quarta Frota da Marinha americana, que após 58 anos voltou ontem a realizar operações militares nas Américas do Sul, Central e no Caribe. Durante seu discurso, no plenário de presidentes do bloco, Chávez afirmou que a estratégia militar americana representa uma ameaça para os países do continente, e defendeu a necessidade de o Mercosul “pedir uma explicação ao governo dos Estados Unidos por sua atitude”. Lula, por sua vez, disse que o governo brasileiro pedirá explicações à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
— Devemos perguntar, em bloco, ao governo dos EUA por que está mandando a Quarta Frota à nossa região — enfatizou o presidente da Venezuela, afirmando ainda que o objetivo dos EUA é apropriar-se dos recursos naturais dos países da região.
Já o presidente brasileiro se antecipou e disse ter dado instruções ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para que peça esclarecimentos sobre a Quarta Frota ao Departamento de Estado americano.
— Descobrimos petróleo em toda a costa marítima brasileira. Queremos que os EUA expliquem isto (a Quarta Frota), porque vivemos numa região totalmente pacífica. Nossa única guerra é a guerra contra a pobreza e a fome — disse Lula.
Chávez, em seguida, citou o poderio militar de Brasil e Venezuela, ressaltando que a volta da unidade da Marinha americana à região é um tema muito importante.
— Lula, você tem submarinos nucleares. Nós teremos mais aviões. Enfim, temos de saber o que eles pretendem em nossas águas. Isso é uma ameaça para todos os países da região — disse.
— A imprensa está investigando, temos que ficar atentos porque este é um assunto muito importante.
Em seu discurso, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não se referiu diretamente à Quarta Frota, mas também destacou a importância de que os países da região preservem e defendam seus recursos naturais, “hoje na mira das grandes potências mundiais.” Outros líderes da região também protestaram contra o início das operações da unidade militar americana.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que a iniciativa dos EUA é intervencionista. Já o ex-presidente cubano Fidel Castro escreveu em artigo que o objetivo da reativação “é espalhar o medo”.
Braço da Marinha americana na América Latina, a Quarta Frota americana atuou ativamente na região a partir de 1943, em meio à Segunda Guerra Mundial, com a missão prioritária de atacar embarcações alemãs na região e proteger navios aliados, que sistematicamente vinham sendo afundados por submarinos nazistas.
Com o fim da guerra e o deslocamento das atenções dos Estados Unidos para a então União Soviética, a frota foi extinta em 1950.
Desde então, sua região foi absorvida pela Segunda Frota, mas de forma secundária.
Segundo o Departamento de Estado americano, a reativação da frota tem como objetivo garantir a segurança das águas internacionais da região especialmente contra o tráfico de drogas e o terrorismo.
om sede na Flórida, não terá uma estrutura de navios fixa, mas começou a operar ontem com um porta-aviões nuclear, o George Washington (que poderá ser remanejado a qualquer momento para outras regiões) e mais 11 navios.
Seu novo comandante, Joseph Kernan, até então chefe do Comando de Táticas Especiais de Guerra Naval, é um dos mais respeitados veteranos de guerra da Marinha e sua indicação ao cargo, segundo especialistas, pode indicar a importância da recém-ativada frota.
Motivo é político, dizem analistas
Segundo analistas, a reativação é um recado político de Washington aos países da região.
— A reativação da Quarta Frota é uma forma sutil de mostrar que, ao contrário do que muitos dizem hoje, os Estados Unidos não abandonaram a América Latina, nem deixaram de considerá-la sua área de influência direta. Tem a ver também com a tentativa brasileira de criar um conselho de defesa subcontinental, como parte da Unasul. Por enquanto, é um gesto simbólico, de alerta — disse a pesquisadora Tatiana Teixeira, especialista em Estados Unidos e autora do livro “Os thinktanks e a sua influência na política externa dos EUA”.
Para outro especialista em Estados Unidos, o professor de relações internacionais Luiz Alberto Moniz Bandeira, a Quarta Frota mostra que os EUA têm vários objetivos estratégicos na região mas, mesmo assim, os governos locais não têm como protestar pois as leis internacionais permitem que qualquer país mantenha frotas em águas internacionais.
— O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já declarou, entretanto, que o Brasil não admitirá que a Quarta Frota entre e opere dentro dos limites do mar territorial. Não se trata de bravata, mas de uma admoestação. Se entrar em águas territoriais, o Brasil tem todo o direito de protestar e os EUA não vão querer um incidente diplomático.
O potencial bélico que possui tem limites políticos. De qualquer modo, a reativação mostra a urgente necessidade de reequipar e modernizar a Marinha do Brasil, que foi sucateada nos anos 1990, e acelerar a construção do submarino nuclear — disse.
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