sábado, 13 de junho de 2009

O BRASIL E A RECESSÃO "TÉCNICA" ! O QUE PENSAR ? A MAROLINHA, AFINAL CHEGOU AQUÍ ?

O BRASIL ESTÁ FINALMENTE PASSANDO POR UMA RECESSÃO ' TÉCNICA ' !
O GOVERNO DO PRESIDENTE LULA COMEMORA, POIS ERA PARA SER MAIOR, SEGUNDO ANALISTAS, DISSE...
OUTROS DIZEM... É AGORA QUE O PAÍS VAI COMEÇAR A SE RECUPERAR...
RECESSÃO OU NÃO, SÓ SEI DE UMA COISA...
OS PREÇOS QUE PAGO NO QUITANDEIRO.. CONTINUAM SUBINDO...
NO SUPERMERCADOS... NEM SE FALA... CADA MÊS SOBEM MAIS...
NA PADARIA... PARECE QUE CADA DIA COMO MAIS CARO...
ISSO É RECESSÃO ? O QUE SERÁ?
VAMOS LER O QUE DIZEM POR AÍ... PESSOAS, GENTE QUE ENTENDE DO ASSUNTO SOBRE ISSO...
O Brasil não cresceu tanto como a China e a Índia no início de 2009, mas não chegou a registrar tombo semelhante ao verificado nas economias desenvolvidas no mesmo período.
A reportagem é de Andrea Vialli e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 10-06-2009.
Em comparação ao primeiro trimestre do ano passado, a queda de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos primeiros três meses de 2009 mostra um desempenho pior do que o registrado na China (+6,1%), Índia (+5,8%), Polônia (+1,9%), Austrália (+0,4%) e Noruega (-0,3%).
Entre os Brics, o resultado brasileiro só não foi pior que o da Rússia, cujo tombo foi de 9,5% no primeiro trimestre de 2009, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao último trimestre de 2008, a queda de 0,8% do PIB brasileiro só foi pior do que os resultados apurados na Polônia e Austrália (+0,4%), Coreia do Sul (+0,1%) e Noruega (-0,4%). O Brasil ficou empatado com a Suíça (-0,8%) e em melhor situação quando comparado a países como França (-1,2%), Estados Unidos (-1,5%), Alemanha (-3,8%) e Japão (-4,0%). Os dados referentes a China e Índia no quarto trimestre de 2008 não estão disponíveis.
"O Brasil está no meio do caminho. E isso não é necessariamente ruim", afirma o economista Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios. Segundo ele, o PIB brasileiro não pode ser comparado ao de países como China e Índia, que estão em outro estágio de desenvolvimento. "O Brasil já passou pela maioria das etapas que esses países estão passando, como a transição da economia rural para a urbana, a democratização, o controle da inflação", afirma Leite.
Em termos comparativos, a China chegou a sentir o baque da crise econômica de forma proporcional ao Brasil. "Até meados do ano passado, a China vinha crescendo 12% ao ano, e deve fechar 2009 com 7% de crescimento. O Brasil vinha a 5% e devemos chegar a zero. Não estamos em situação pior."
RAPIDEZ
No entanto, a China mostrou maior agilidade no enfrentamento da crise, o que sustentou parte do seu desempenho. "Em novembro, o país anunciou um pacote de quase US$ 600 bilhões em investimentos em infraestrutura. Além disso, eles baixaram os juros e tomaram medidas fiscais, o que trouxe reflexos imediatos", afirma Filipe Albert, economista da Tendências Consultoria. "Mas o Brasil está bem posicionado. O tombo esperado era de 2% nesse trimestre. Veio 0,8%."
Ex-ministro da Fazenda, o economista Delfim Netto afirma que é "irrelevante" o marco da recessão técnica, configurada pelos dois trimestres seguidos de contração. Para ele, o país sairá com facilidade do atual quadro, que poderia ter sido melhor se o BC tivesse instrumentos para garantir o financiamento às exportações e a rolagem da dívida privada.
A entrevista é de Toni Sciarretta e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 10-06-2009.
Eis a entrevista.
Essa discussão sobre a recessão técnica é relevante?
Essa discussão é completamente irrelevante. Como toda convenção, não significa mais do que isso: duas quedas continuadas e sucessivas do PIB. O importante é que tivemos uma queda generalizada. É uma situação que já passou, mas que foi bastante ruim.
Qual a sua avaliação?
É uma situação um pouco menos ruim do que se supunha. Os pessimistas esperavam 3%, e os otimistas, 1,5%. Acredito que no segundo trimestre tenha recuperado um pouquinho, mas você terá ainda notícias ruins.
Por que todos erraram?
Tudo isso é palpite. Ontem o mercado apostava em [PIB de] menos 3,5%. Leva à conclusão de que o mercado não sabe nada.
Qual a diferença em relação às recessões anteriores?
As grandes recessões que tivemos foram todas induzidas -aconteceu em 1981, 1982 e 1983. Induzidas porque você tinha um déficit externo que não era financiável. Aquela recessão produziu os resultados que dela se esperavam: o equilíbrio externo. Esta recessão é muito mais importada.
Certamente, [a recessão] foi muito maior do que precisava se o BC pudesse usar sua musculatura para dar conforto para o sistema bancário. O BC agiu sempre na direção certa, mas sempre lentamente. O agente público do BC não tem segurança jurídica para tomar a responsabilidade que ele precisava. Age com essa autonomia restrita.
O senhor está se referindo apenas aos juros?
Não é só juros. Era dar conforto, garantir que podíamos financiar os títulos [privados] que estavam vencendo, que podíamos acelerar as exportações.
Como sairemos da atual recessão?
Vamos supor que não tenhamos crescido no segundo trimestre em relação ao primeiro -que o PIB fique constante; no terceiro trimestre, que cresça 1%, e, no quarto trimestre, mais 1%. Quando chegar ao final do ano, já está com crescimento próximo do positivo.
De alguma forma, a política monetária terá algum efeito. Os investimentos do governo também estarão maturando. Quando estivermos nos aproximando do segundo semestre de 2010, vamos estar rodando entre 3,5% a 4%. Não é preciso um esforço gigantesco. Se isso acontecer, a eleição será com o Brasil a 3,8%, 4%, o que não é mau. Estamos fazendo o que pode ser feito no Brasil. Se comparar o esforço brasileiro com o chinês é uma piada. Eles têm muito mais recursos e outra estrutura.

O ex-ministro Rubens Ricupero avalia que os dados do 1º trimestre mostram que o País ainda pode crescer em 2009.
A entrevista é de Leandro Modé e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 10-06-2009.
Eis a entrevista.
Como vê o resultado do PIB?
Os números confirmam que os efeitos da crise no Brasil serão relativamente menores do que em outras economias. O dado mais importante foi o consumo - das famílias e do governo -, que ratificou a visão de que a demanda está salvando a economia brasileira. A impressão é de que o primeiro trimestre é um bom augúrio para o resto do ano, uma vez que nos próximos meses haverá um reforço ainda maior do consumo. Em meados do ano, começará a ser sentido o efeito do aumento do funcionalismo público, que se somará ao reajuste do salário mínimo e ao Bolsa-Família. É provável até que o PIB do ano não seja negativo, como a maior parte do mercado espera.
A expansão no 1º trimestre torna mais factível a projeção de crescimento do governo, de 1%?
Não sei se o PIB chegará a ser positivo, mas acho que nos aproximamos do zero com tendência para acima de zero. Minha impressão pessoal é de que vamos ter crescimento positivo.
A recessão técnica poderia ter sido evitada?
O importante não é que tenhamos sofrido o primeiro impacto, que afetou todos os países. Mas que ele tenha sido minorado pelas medidas de política econômica adotadas. Elas permitem que agora possamos sair rapidamente desses dois trimestres de queda.
A expansão fiscal promovida pelo governo para amortecer os efeitos da crise preocupa?
Não tenho preocupação com a expansão fiscal relacionada ao investimento, mas com o aumento dos gastos correntes.
O PIB do 1º trimestre influencia a decisão do Copom?
Não acho que altere a tendência de redução. O que se pode ver nesses números é que os cortes do juro estão começando a ter efeitos, mas não de maneira exagerada. Estamos ainda com capacidade ociosa, o que recomenda que se mantenha uma queda vigorosa dos juros. Eu preferia uma baixa de 1 ponto porcentual.
A crise pode piorar lá fora?
Acho pouco provável. A impressão é de que o fundo da crise já foi atingido e começamos a vislumbrar os primeiros sinais de estabilização e um começo, ainda tímido, de recuperação.

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