domingo, 29 de junho de 2008

FOBÓPOLE: O MEDO QUE IMPREGNA A VIDA NAS CIDADES !

O coordenador do Núcleo de Pesquisa sobre Desenvolvimento Sócio-Espacial da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Marcelo Lopes de Souza, juntou as palavras gregas phobos, que quer dizer medo, e polis, que significa cidade, para criar o neologismo fobópole. O termo sintetiza a imagem de uma cidade onde o medo assume presença proeminente nas conversas cotidianas e nos noticiários da grande imprensa. Isso ocorre porque o comportamento das pessoas é condicionado pela maneira como a realidade é percebida por elas. “A decisão de mudar-se para um condomínio exclusivo, de mandar blindar o carro ou de fugir para o interior é influenciada pelo clima social mostrado na imprensa”, observa. Souza lançou neste mês o livro Fobópole - O Medo Generalizado e a Militarização da Questão Urbana (Bertrand Brasil) e concedeu uma entrevista a Bruno Paes Manso, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 29-06-2008.
Eis a entrevista.
Como o senhor analisa o recente episódio envolvendo a morte de jovens do Morro da Providência?
Na cidade, houve várias intervenções do Exército para enfrentar traficantes, indo desde o cercamento de favelas, como as operações Rio 1 e 2, em 1994 e 1995, até invasões para a recuperação de armas roubadas por traficantes. O que vemos hoje é um processo de militarização da questão urbana que, em seu sentido mais restrito, é a utilização das Forças Armadas para desempenhar um papel de polícia. Essa militarização envolve também outras estratégias coercitivas com objetivos de controle social e autoproteção, como, por exemplo, a proliferação de empresas de segurança privada. Mas não é uma exclusividade brasileira. O Exército está atuando em várias cidades mexicanas, por exemplo, com a finalidade de dar combate ao tráfico de drogas.

Ser contrário ao emprego das Forças Armadas em funções de polícia não é uma posição acadêmica, pouco pragmática?

O argumento de que praças e oficiais das Forças Armadas não estão adequadamente preparados para enfrentar criminosos comuns é bem pragmático. Como a experiência mexicana já vem mostrando, envolver diretamente as Forças Armadas no enfrentamento de traficantes de drogas e outros criminosos comuns expõe as instituições militares à corrupção e ao risco de tragédias como a do Morro da Providência. Em conseqüência, há risco de desgaste e descrédito das próprias instituições militares. Além disso, no longo prazo, é arriscado empregar o Exército para perseguir e capturar criminosos em um país onde a democracia é frágil e de pouca tradição. É importante sempre ter em mente o seguinte: o desespero e o medo são péssimos conselheiros.

Quando podemos chamar uma cidade de fobópole? Como o medo interfere no dia-a-dia da cidade?

Uma fobópole é uma cidade na qual o medo impregna o cotidiano, tornando-se um dos aspectos centrais de nossa vida e de nossas preocupações, condicionando as mais diferentes facetas da nossa existência.

As pessoas não têm razão para ter medo nas grandes cidades?

Sem dúvida. Sentir medo é humano. Indignar-se também é humano. O importante é evitar ficar refém do medo. É preciso tentar transformar o medo e a indignação em ações práticas e produtivas, em vez de enfiar a cabeça na areia e aceitar substituir a razão pela emoção. Deve-se resistir aos discursos demagógicos que sugerem que a solução consiste na adoção de medidas cada vez mais autoritárias - as quais, no longo prazo, só tendem a piorar as coisas e mesmo a criar problemas.

Em que medida a sociedade contribui para criar as “fobópoles”?

O modelo social capitalista produz maciça e crescentemente fatores de estímulo a diversos tipos de violência. Não me refiro somente a desigualdades materiais, que se associam muitas vezes a sentimentos de revolta e frustração por parte daqueles que não podem satisfazer suas necessidades e seus desejos de consumo, mas também a fatores como a desregulamentação do sistema financeiro internacional e, com isso, as facilidades para a lavagem de dinheiro sujo, ao estresse e a psicopatologias diversas associadas aos ritmos e modos de vida, entre muitos outros fatores. Por outro lado, ao mesmo tempo que cria essas condições, esse modelo se mostra incapaz de enfrentá-las com eficácia.

O senhor tem medo de viver no Rio? Como o senhor faz para lidar com esse medo?

Sinto medo como qualquer pessoa, já que não sou um super-herói nem tenho o corpo fechado. E certamente também sentiria medo morando no Recife, em São Paulo ou em Los Angeles. Já fui assaltado quatro vezes, mas nem por isso cogitei comprar uma arma ou mudar-me para um condomínio fechado. Tento, com as ferramentas de que disponho - a palavra, os argumentos -, colaborar para sensibilizar e esclarecer sobre os fatores da problemática da insegurança e da violência urbana, bem como sobre os caminhos mais promissores para enfrentar essa problemática.

BRASIL: PARAÍSO PARA AS MULTINACIONAIS !

Apesar dos números indicarem a China, o país que mais recebe investimentos, o Brasil continua sendo um país de atração ao CAPITAL TRANSNACIONAL. Leia a reportagem abaixo:

Em um cenário de turbulência internacional, a estabilidade econômica do Brasil vira um oásis para as multinacionais.
Nos mais diversos setores, do bancário ao de telecomunicações, os rendimentos no país tingem de azul os pouco animadores balanços contábeis mundo afora. O excelente desempenho das filiais brasileiras se reflete em números pomposos.
De janeiro a maio deste ano, empresas estrangeiras enviaram às matrizes US$ 15,8 bilhões, quase o dobro do mesmo período do ano passado. O suficiente para garantir ao Brasil um lugar de destaque no planejamento estratégico de empresas como Coca-Cola, Fiat, GM, Nokia, Telefonica, Santander, HSBC. A reportagem é de Ludmilla Totinick e publicada pelo Jornal do Brasil, 29-06-2008.
O número de clientes brasileiros da empresa de comunicação espanhola Telefonica supera a quantidade de espanhóis que usam o serviço da empresa na matriz européia. No setor automobilístico, a fábrica da multinacional italiana Fiat em Betim, Minas Gerais, produz 30% de todos os carros vendidos pela marca no mundo. A montadora abocanhou parte dos 248,9 mil carros comercializados no país só em abril, segundo dados da Federação Nacional de Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave). A expressão "investimento no Brasil" tem sido repetida constantemente entre os executivos da marca.
Oportunidade: Pesquisa internacional realizada pela KPMG com 300 multinacionais nas 15 principais economias – entre elas o Brasil – mostra que haverá retração de investimentos nos Estados Unidos, Japão, Cingapura e Emirados Árabes. Em contrapartida, os recursos devem migrar para para países do Bric – Brasil, Rússia, China e Índia. Só no Brasil, em cinco anos, houve aumento de previsão de investimentos de 10% para 14%.O país ocupa a oitava posição no ranking dos principais destinos dos investidores corporativos e deve subir para a sexta colocação até 2014, atrás da China, Estados Unidos, Rússia, Índia e Reino Unido.
Por outro lado, prevê-se que a parcela de investimentos nos Estados Unidos recue de 4 pontos percentuais a 23 pontos, o que faria o país ficar atrás da China.
O setor que deve receber o maior nível de investimentos no Brasil no próximo ano é o de mineração, com 17%, seguido por serviços e indústria, ambos com 13%.
De acordo com Marienne Munhoz e Roberto Hadad, sócios da área de tributação internacional da KPMG e responsáveis pela pesquisa, o Brasil é concorrente direto da Rússia e Índia. Outro motivo que qualifica o país é a política democrática, que garante estabilidade, ao contrário da Índia, país culturalmente muito complexo, ressaltam.
É fato importante, sem dúvida, pois ele está entre as três maiores democracias do mundo – lembra Haddad.
– E é um item muito observado pelos analistas financeiros do resto do mundo.
Outro ponto destacado pelos pesquisadores é a mudança de perfil dos investidores. O setor de serviços passou de 8% para 16%, serviços financeiros de zero para 8%, os produtos industriais de 13% para 25% e manufaturas de 11% para 20%.
A KPMG critica, entretanto, a falta de uma política específica do governo federal para atrair investimentos externos. O país seria capaz de atrair mais recursos e ultrapassar outros Brics. Executivos de grandes conglomerados instalados no Brasil lembram, ainda, a já recorrente reclamação da infra-estrutura.
Ernane Galvêas, ex-ministro e ex-presidente do BC, prevê que este ano o total de remessas para o exterior chegará a US$ 38 bilhões, em um ritmo cada vez maior. O motivo é simples: o dólar fraco.
– À medida que o real valoriza frente ao dólar, as empresas multiplicam os lucros, já que faturam em moeda brasileira. Elas então aproveitam para remeter uma quantidade maior de dólares – observa.
– Os executivos sabem que o câmbio favorável para eles não continuará por muito tempo nesse patamar. Por isso, a remessa é cada vez maior.
Se a operação no Brasil gera excelentes dividendos para empresas estrangeiras, o envio dos lucros para as matrizes levou o país a amargar um déficit em transações correntes recorde. Só até maio, foi registrado um rombo de US$ 14,7 bilhões.
– Essas remessas maiores se remetem a três aspectos: maior lucratividade das empresas, condições de câmbio apreciado que favorecem as remessas e necessidade de cobertura de posições, por conta da volatilidade externa – explicou Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

POLO NORTE ! ÚLTIMO GRITO DE ALERTA !

Agora é somente uma questão de tempo.
Pouco tempo.
Para a completa dissolução estiva do Pólo Norte disparou a contagem regressiva. Vinte anos, como sugere cautelosamente o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas? Entre os 5 e os 10 anos, como asseguram autorizadas entidades de pesquisa estadunidenses? Ou apenas meses, como é a hipótese do National Geographic? A revista mensal dá conta de uma pesquisa conduzida por um grupo de estudiosos canadenses do Ártico. Segundo a avaliação destes pesquisadores, os gelos sazonais que se encontram nas imediatas proximidades do Pólo Norte seriam muito jovens e por isso menos resistentes ao derretimento: já na plenitude deste verão poderiam fundir-se. A informação é de Antonio Cianciullo e publicada pelo jornal La Repubblica, 24-06-2008.
Seria uma aceleração muito drástica, em contraste com a maioria das análises mais acreditadas. Poderia também acontecer de outra forma. No entanto, a tendência é agora clara e indiscutível. Desde 1979 o Pólo Norte perde quase um por cento dos gelos estivos ao ano e o ritmo de fusão está acelerando. De resto, é uma tendência comum a toda a criosfera: o mundo do gelo retrocede em toda parte. Na parte ocidental da Antártida o estrato de gelo está se afinando de 3 a 4 metros em cada ano. E a Groenlândia perde 220 quilômetros cúbicos de gelo ao ano: em 1996 o valor mensurado era igual a 90 quilômetros cúbicos por ano, em 2000 tinha saltado para 140, agora chegou a 220. Em substância, aumentou duas vezes e meia em dez anos. O dado, como sempre acontece nos santuários do frio extremo, tem um valor de síntese: há áreas nas quais os gelos continuam a crescer e outras em que colapsam. Mas, o que conta é o efeito complexivo e este efeito é agora claro.
Em substância, a exceção que havia maravilhado o mundo em 2000, torna-se a regra. O primeiro que atraiu a atenção geral para o que estava acontecendo foi o Worldwatch Institute que, em 2001, sublinhou o que acontecera no ano anterior, quando o rompe-gelo russo Yamal chegou ao Pólo Norte e não encontrou o gelo. A mítica passagem do Noroeste estava livre. “Como jovens, lemos que o almirante Perry procurava atingir o Pólo com o trenó: no verão passado teria que atingi-lo nadando”, comentou Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute. Desde então, em cada verão, o recuo dos gelos foi sempre mais veloz. Para o desaparecimento total durante o verão é somente questão de tempo. Talvez bem pouco tempo.

sábado, 28 de junho de 2008

O MAIOR PROBLEMA DO MUNDO, É O CONSUMISMO !

Parece uma relação conflituosa: A Vida e a Morte ! O certo e o Errado ! Na reportagem abaixo, temos mais uma visão de mundo das coisaas de forma interessante !
Para resolver o problema ambiental nº 1 do mundo, a receita do antropólogo Emilio Moran, 61, nascido em Cuba, mas morador dos Estados Unidos desde os 14 anos, chega a ser prosaica.

"Temos que aprender a desligar a televisão. Ela é a principal ferramenta do consumismo", afirma o especialista em América Latina, que há mais 30 anos investiga o desenvolvimento humano da Amazônia brasileira. A reportagem é de Eduardo Geraque e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 25-06-2008.
Apesar de a entrevista ter sido feita em um hotel a meio quarteirão da rua Oscar Freire (o palco das grandes grifes mundiais em São Paulo fora dos shoppings) o entrevistado, com orgulho, comenta: "Esta calça que estou usando eu comprei há 25 anos."
Moran é um acadêmico tradicional e assiste televisão. Na Universidade de Indiana, ele dirige um centro que une a antropologia às mudanças climáticas globais - o agricultor amazônico, por exemplo, segundo uma pesquisa feita pelo grupo, não sabe se proteger contra o El Niño, porque ele não registra essas oscilações naturais ao longo do tempo.
Pobreza amazônica
Se o modelo mundial de desenvolvimento, para o pesquisador, está errado, o da Amazônia idem. "Nos últimos 30 anos, o aumento do PIB da população amazônica subiu menos de 1%. Na região, quem ganha é quem já era rico em São Paulo e no Rio de Janeiro."
O antropólogo, que chegou à floresta no início das obras da rodovia Transamazônica, diz que pouco mudou na região. "Não existe infra-estrutura para o pequeno agricultor. A estrada, por exemplo, não mudou muito, continua ruim. Existe ausência de governo na Amazônia com toda a certeza."
Os grandes produtores, lembra o pesquisador, montam sua própria infra-estrutura e acabam fugindo do problema encontrado pelos menores.
"Falta compromisso com a indústria regional, que poderia valorizar os produtos amazônicos. Daria, por exemplo, para fazer uma fábrica de abacaxi enlatado, ou de suco". São várias opções disponíveis, diz Moran, que trabalha em áreas críticas, como Altamira (PA).
A experiência acumulada no campo, inclusive nos recantos amazônicos, é que leva o antropólogo a afirmar: "O maior problema ambiental do mundo é o consumismo. O mercado ensina egoísmo e o indivíduo cada vez mais está centrado em si mesmo", afirma.
Parte do caminho para sair dessa cilada ambiental, Moran apresenta no livro "Nós e a Natureza" (Editora Senac), lançado anteontem no Brasil. "É um livro mais apaixonado. Experimentei a sensação de ir além dos escritos acadêmicos", diz.
Para reforçar seu ponto de vista, de que o modelo mundial é insustentável, Moran usa exemplos da classe média brasileira e da sociedade americana. Ambas ele conhece bem.
No caso nacional, cita a história em que um filho de uma família de classe média do interior de São Paulo comentou com a mãe que eles eram pobres. O motivo era a ausência de uma televisão de plasma na sala, em comparação com a residência do vizinho.
"Subprime" ambiental
"No caso americano, a crise imobiliária é também um problema claro de consumismo", afirma Moran. "O americano, na média, está todo endividado. A maioria paga apenas os juros. Cada um tem uns US$ 20 mil em dívidas só no cartão de crédito". E isso, segundo ele, apenas para querer ter mais e mais. "No caso do mercado imobiliário, por exemplo, muitos fazem a segunda hipoteca [antes de quitar a primeira] para mudar para uma casa maior.
Segundo o antropólogo, enquanto nos anos 1950 a casa de uma família média americana tinha uma vaga na garagem e 140 metros quadrados para seis pessoas, hoje ela tem espaço para três carros e 300 metros quadrados para quatro pessoas.
E os carros, lembra Moran, queimam petróleo cada vez mais em maior quantidade, por causa do tamanho e da potência do motor. "Tenho feito o caminho inverso. Hoje, tenho um carro pequeno e de quatro cilindros", conta o cientista.
Apesar de o quadro ambiental mundial ser dramático, o antropólogo afirma ser otimista e retrata isso em seu novo livro também. "Se não existir esperança, o melhor é pendurar as chuteiras e ir embora."
Para Moran, é o consumidor individual o único que tem poder de ação de fato. "As pessoas podem chegar e dizer "não". Elas podem não consumir mais porque aquilo vai endividá-las e criar pressões [ambientais]".Além de ensinar os filhos a lerem com um olhar crítico os comerciais, todos deveriam olhar suas gavetas, seus armários, diz ele. "O importante é saber que não se está sozinho. Existem milhões de pessoas no mundo que já não aceitam esse modelo [de desenvolvimento] que nos levará ao colapso."

sexta-feira, 27 de junho de 2008

AFRICA ROMPE O SILÊNCIO ! ZIMBÁBUE PEDE SOCORRO !

A esperança tem sido uma estranha para o Zimbábue ultimamente.
As eleições do Zimbábue se transformaram num disfarce de democracia. A saída do candidato da oposição Morgan Tsvangirai (Svangirai) é compreensível diante da campanha de violência, obstrução e intimidação liderada pela ditadura de Robert Mugabe.
O país mergulhou numa ditadura assassina mais rapidamente do que qualquer um poderia imaginar que fosse possível.
Nos últimos anos, foi roubada dos zimbabuanos a chance de se livrarem do regime de Robert Mugabe através das urnas. O artigo é do jornal Independent, de Londres, e traduzido pelo jornal O Globo, 26-06-2008.
Mas a crescente inquietação dos vizinhos do Zimbábue a respeito do comportamento de Mugabe pode abrir espaço para otimismo: de que os líderes políticos do continente estejam finalmente começando a questionar a maneira como ele se agarra ao poder.
O partido governante na África do Sul, o ANC, declarou, embora em termos cautelosos, que o partido no governo no Zimbábue, o Zanu-PF, tem “cavalgado” sobre a democracia. O líder do ANC, Jacob Zuma, chegou a admitir publicamente o que o Ocidente há muito já sabe: que uma pressão eficaz sobre Mugabe deve incluir a participação regional, as potências africanas.
Preocupações com o regime de Mugabe também foram claramente manifestadas pelos governos de Tanzânia e Senegal.
A condenação tem sido lenta por parte dos líderes africanos, mas eles merecem um elogio por finalmente terem rompido o silêncio. Tais declarações cuidadosamente feitas podem indicar que a relutância dos governos africanos em condenar um companheiro do passado na luta pela independência pode estar finalmente desaparecendo.
Pode-se ter a esperança de que esse novo engajamento leve a maior pressão política sobre Mugabe para que abandone o poder. Em particular, o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, deveria agora rever sua relutância em condenar Mugabe e usar sua posição influente para estimular o tipo de mudança democrática no Zimbábue que deveria ter se seguido às eleições.
Mas, primeiro, os líderes africanos deveriam tratar de dois assuntos prementes. O líder opositor Morgan Tsvangirai necessita de salvo-conduto a partir de seu refúgio na Embaixada da Holanda em Harare. E os líderes africanos devem pressionar o regime a cancelar o segundo turno das eleições presidenciais de amanhã e, então, desprover Mugabe da sua camuflagem de legitimidade democrática.
Agora, é vital que os governos africanos não retornem ao seu silêncio. Mugabe deixou de integrar a causa comum africana há muito tempo. Os líderes do continente não precisam temer um rompimento com o passado ao condená-lo. Ao fazerem isso, eles não apenas puxarão o tapete de um regime brutal, como abrirão um novo capítulo na autoconfiança africana.

CAI DESIGUALDADE DE RENDA! AINDA ESTAMOS LONGE DE DEIXAR DE SER UM PAÍS INJUSTO !

NÃO acredito que a Renda no Brasil está sendo melhor distribuída, mas os números tentam me provar o contrário !

Os aumentos do salário mínimo e os programas de transferência de renda foram os principais responsáveis por uma redução, nas seis maiores regiões metropolitanas, da desigualdade entre a renda dos trabalhadores assalariados nos últimos seis anos, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A queda foi de 7% entre o fim de 2002 e o primeiro trimestre de 2008, promovida por ganhos dos mais pobres 4,5 vezes maiores que os do topo da pirâmide no governo Lula.

Se comparadas as médias de 2002 (último ano do governo Fernando Henrique Cardoso) e de 2007, a queda foi de 5,7%.

A reportagem é de Martha Beck e publicada pelo jornal O Globo, 24-06-2008.
O Ipea calculou a variação com base no Índice de Gini. Ele varia de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade.
Entre os assalariados das regiões metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife e Salvador, o índice caiu de 0,540 em 2002 para 0,502 nos primeiros três meses de 2008.
Segundo o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, o resultado até 2008 se deve principalmente aos ganhos dos trabalhadores com o reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 200 para R$ 380 no período (hoje já está em R$ 415), e a programas de transferência de renda, como a Loas (Lei Orgânica de Assistência Social).
Pochmann afirmou ainda que, até o fim do governo Lula, em 2010, o Índice de Gini deve chegar a 0,49, o menor desde 1960. O presidente do Ipea destacou que o Brasil ainda é um país muito desigual. Para ele, nações com índice acima de 0,45 têm uma distribuição de renda “selvagem e primitiva”.
— Estamos longe de ser um país menos injusto.
Pochmann lembrou que o Bolsa Família também contribui para a redução da desigualdade, mas que seus efeitos não aparecem muito no estudo porque ele é mais forte no interior do país:
— O Bolsa Família é mais forte no interior, enquanto o salário mínimo é mais forte nas regiões metropolitanas.
Pochmann: ricos deveriam pagar mais imposto
O presidente do Ipea destacou ainda que a redução da desigualdade também pode ser vista na diferença entre os rendimentos dos trabalhadores.

Os 10% mais ricos em 2004 ganhavam 27,4 vezes mais que os 10% mais pobres. Essa relação caiu para 25,1 vezes em 2006 e 23,5 vezes em 2007.
No ano passado, os trabalhadores mais pobres das seis regiões metropolitanas ganhavam, em média, R$ 206,38. Os 10% mais ricos, R$ 4.853,03.
O estudo do Ipea aponta ainda que os 10% mais pobres tiveram um ganho de renda bem maior que os 10% mais ricos no período entre 2003 e 2007. Os trabalhadores com menores rendimentos tiveram ganhos de 22%. Já os com maiores ganhos tiveram aumento de 4,9% na mesma comparação.
Segundo Pochmann, o Brasil precisa continuar trabalhando por políticas de transferência de renda, pela elevação do salário mínimo e por um sistema tributário mais justo:
— Os impostos deveriam ser mais progressivos, para que os mais pobres pagassem menos e os mais ricos pagassem mais.
Ele lembrou que a renda assalariada ainda responde, proporcionalmente, por pouco da renda total do país: algo em torno de 39,8% do total. A renda vinda de ganhos com juros, lucros de empresas e ganhos com imóveis, por exemplo, cresce em proporção maior.
Pochmann evitou projeções sobre o impacto que o aumento da inflação terá sobre a renda dos assalariados, mas afirmou que a alta dos índices de preços e as medidas que o governo adotar para conter essa escalada podem acabar prejudicando o mercado de trabalho.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

POR QUE O GOVERNO LULA PERDEU A BATALHA DA COMUNICAÇÃO !

E como a Globo definiu a narrativa dominante e única da crise do mensalão. A central de Brasília, dizem jornalistas que trabalharam no sistema Globo, formou uma espécie de “gabinete de crise" com líderes da oposição do qual faziam parte ACM Neto e Paes de Andrade. Fechar a Radiobrás foi o ato síntese de todos os grandes erros na política da comunicação do governo Lula. A análise é de Bernardo Kucinski e publicada pela Agência Carta Maior, 25-06-2008.

Eis o artigo.

A mídia na era Lula deixou de funcionar como mediadora da política, passan o a atuar diretamente como um partido político de oposição. Apesar de disputarem agressivamente o mercado entre si, há mais unidade programática hoje entre os veículos da mídia oligárquica do que no interior de qualquer partido político brasileiro, até mesmo partidos ideológicos como o PT e o PSOL. Todos os grandes veículos, sem exceção, apóiam as privatizações, a contenção dos gastos públicos, a redução de impostos; a obtenção de um maior superávit primário, a adesão do Brasil à ALCA; todos são críticos à criação de um fundo soberano, ao controle na entrada de capitais, ao Bolsa Família, à política de cotas nas universidades para negros, índios e alunos oriundos da escola pública, à entrada de Venezuela no Mercosul e ao próprio Mercosul. Todos criticam o governo sistematicamente, em todas as frentes da administração, faça o governo o que fizer ou deixar de fazer.
Na campanha da grande imprensa que levou Vargas ao suicídio, o governo ainda contava como apoio da poderosa cadeia nacional de jornais Última Hora. Hoje, não há exceção entre os grandes jornais. Outra diferença desta vez é a adesão ampla de jornalistas à postura de oposição, e sua disseminação por todos os gêneros jornalísticos tornando-se uma sub-cultura profissional. Emulada por editores, prestigiada por jornalistas bem sucedidos e comandada pelos intelectuais orgânicos das redações, os colunistas, essa sub-cultura é dotada de um modo narrativo e jargão próprios.
Em contraste com o jornalismo clássico, que trabalha com assertivas verazes para esclarecer fatos concretos, sua narrativa não tem o objetivo de esclarecer e sim o de convencer o leitor de determinada acusação, usando como fio condutores seqüências de ilações. É ao mesmo tempo grosseira na omissão inescrupulosa de fatos que poderiam criar outras narrativas , e sofisticada na forma maliciosa como manipula falas, datas e números. O enunciador dessa narrativa conhece os bastidores do poder e não precisar provar suas assertivas. VEJA acusou o PT de receber dinheiro de Cuba, admitindo na própria narrativa não ter provas de que isso tenha acontecido. Em outra ocasião, justificou a acusação alegando não haver nenhuma prova de que aquilo não havia acontecido.
Trata-se de uma sub-cultura agressiva. Chegam a atacar colegas jornalistas que a ela se recusaram a aderir , criando nas redações um ambiente adverso a nuances de interpretação ou divergências de análise. O meta-sentido construído por essa narrativa é o de que o governo Lula é o mais corrupto da história do Brasil, é incompetente, trapalhão, só tem alto índice de aprovação porque o povo é ignorante ou se deixa levar pelo bolso, não pela cabeça.
Levantam como principal bandeira o repúdio à corrupção. Mas como quase todo o moralismo em política, trata-se de mais uma modalidade de falso moralismo: é o “moralismo dirigido” que denuncia os “ mensaleiros do PT” e deixa pra lá o valerioduto dos tucanos, onde tudo de fato começou, e mais recentemente o escândalo do Detran de Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul onde tudo continua. É “ moralismo instrumental”, que visa menos o restabelecimento da ética e mais a destruição do PT e do petismo.
O que poucos sabem é que essa sub-cultura se tornou dominante graças a uma mãozinha da Globo. Quando foi revelada em fevereiro de 2004 a propina recebida dois anos antes por Waldomiro Diniz, sub-chefe da assessoria parlamentar da Casa Civil do governo Lula, a Globo vislumbrou a oportunidade de uma ofensiva de caráter estratégico: cortar o barato do petismo e de sua ameaça de governar o Brasil por 40 anos. Com esse objetivo, mudou o modus operandi do seu jornalismo político. Logo depois das denúncias de Roberto Jefferson, criou uma central de operações, em Brasília, unificando as coberturas de política da TV, CBN e jornal O Globo sob o comando de Ali Kamel, que para isso se deslocou para Brasília.
Em quase todas as campanhas eleitorais os grandes jornais criam uma instância adicional de decisão sob o comando de alguem de confiança da casa, que passa a centralizar toda a cobertura política. A central coordenada por Ali Kamel em Brasília reflete essa passagem de um jornalismo normal para um jornalismo de campanha, apesar de não estar em curso uma campanha eleitoral.
A central de Brasília, dizem jornalistas que trabalharam no sistema Globo, formou uma espécie de “gabinete de crise" com líderes da oposição do qual faziam parte ACM Neto e Paes de Andrade, pautando-os e por eles se pautando. Vários jornalistas faziam parte da operação, cada um encarregado de uma “fonte” da oposição. Tinham a ordem de repercutir junto àquela fonte, todos os dias, falas e acusações, matérias do dia anterior, entrevistando sempre os mesmos protagonistas: Heloísa Helena, ACM Neto, Gabeira , Onix Lorenzoni. No dia seguinte, os jornais davam essas falas em manchete, como se fosse fatos. Assim surgiu todo um processo de construção de um relato da crise destinado a se tornar a narrativa dominante e única.
A VEJA lançara sua própria operação de objetivos estratégicos muito antes. Entre 2003 e 2006, VEJA produziu 50 capas contra Lula , sendo 18 delas consecutivas.
Quando surgiu a fita de Waldomiro Diniz, a revista revelou esse objetivo em ato falho : “Os ares em torno do Palácio tinham na semana passada sabor de fim de governo.”
Na Globo, a operação encontrou resistências internas de jornalistas que ainda lambiam as feridas provocadas pelo falseamento do debate Collor-Lula, e da cobertura da campanha das Diretas Já. Deu-se então a marginalização de Franklin Martins da cobertura política. Esse afastamento teve grande importância porque institui no corpo de jornalistas a sensação de insegurança e o medo, necessários para a imposição da nova ordem. Sua saída foi um baque”, avaliou Luiz Nassif em entrevista a Forum.
Com o vazamento de informações sobre o clima interno de intolerância, em especial uma reportagem de Raimundo Pereira em Carta Capital, e matérias críticas em blogs e no site Carta Maior, a cúpula jornalística da empresa mandou circular um manifesto cobrando lealdade à casa. Três jornalistas que se recusam a assinar foram expurgados.
Da Globo o expurgo respingou a outros veículos da grande imprensa. O último capítulo desse processo foi a não renovação do mandato do Ombudsman da Folha, Mário Magalhães por criticar na internet a forma como a Folha reportou o vazamento dos gastos do governo FHC com cartões corporativos. Apontou falta de transparência por não indicarem as fontes da acusação de que Dilma Roussef foi a mandante, e a falha de não ouvir os causados. No caminho também perdeu seu espaço Paulo Henrique Amorim. Mino Carta, em solidariedade, desligou-se do IG.
Na campanha contra Getúlio a sobre-determinante era a guerra-fria, que desqualificava o nacionalismo e as demandas sindicais como meros instrumentos do comunismo. Hoje a sobre-determinante é o neoliberalismo que desqualifica opções de política econômica em nome de uma verdade única à qual é atribuído o monopólio da eficácia. A unanimidade anti-Lula da grande mídia só tem paralelo na unanimidade pró-neoliberal dessa mesma mídia.
Mas temos um paradoxo. O governo Lula tem mantido religiosamente seu acordo estratégico com o capital financeiro, que é o setor dominante hoje no capitalismo mundial e brasileiro. E apesar do vasto leque de políticas públicas de apoio aos pobres, não brigou com nenhum dos outros grupos de interesses do grande capital. Por que então tanta hostilidade da mídia? É como se a grande mídia agisse por conta própria, pouco ligando para a dupla capital financeiro-capital agrário e na qual se apóia.
É uma mídia governista, ou ”áulica”, na adjetivação de Nelson Werneck Sodré, quando o governo faz o jogo da dependência, como foram os governos de Dutra, Café Filho, Jânio Quadros e Fernando Henrique. E anti-governista, quando os governos são portadores de projetos de autonomia nacional, como foram os governos de Getúlio, Juscelino, que rompeu com o FMI, Jango e agora o de Lula.
Uma mídia que já nasceu neoliberal, muito antes do neoliberalismo se impor como ideologia dominante e organizativa das políticas públicas. Nunca aceitaram o Estado que chamam pejorativamente de “populista”. Em artigo recente na Folha, Bresser Pereira associou diretamente o discurso da mídia contra o populismo e sua inclinação pelo golpe à nossa extrema pobreza e polarização de renda. “Como a apropriação do excedente econômico não se realiza principalmente por meio do mercado mas do Estado, a probabilidade de que facções das elites recorram ao golpe de Estado quando se sentem ameaçadas é sempre grande.” Diz ainda que nossas elites “estão quase sempre associadas às potências externas e às suas elites.” Daí, diz ele ”O que vemos na imprensa, além de ameaças de golpe é o julgamento negativo dos seus governantes...”
A incompatibilidade entre governos populares portadores de projetos nacionais e a mídia oligárquica é de tal ordem que muitos desses governantes tiveram que jogar o mesmo jogo do autoritarismo, para dela se proteger. Getulio criou a Hora do Brasil como programa informativo de rádio para defender a revolução tenentista contra a oligarquia ainda em 1934, quando o regime era democrático, fundado na Constituição de 34. No Estado Novo foi ao extremo de instituir a censura previa através criando o Departamento de Imprensa e Propaganda. (DIP). No em seu retorno democrático, estimulou Samuel Wainer a criar sua cadeia Última Hora.
Estas reflexões, se tem algum fundamento, mostram como foi equivocada a política de comunicação do governo Lula, a começar por não atribuir à comunicação e às relações com a mídia o mesmo peso estratégico que atribuiu às suas relações com a banca internacional. Nem sequer havia um comando único para a comunicação, que sofreu um processo de feudalização. Só na presidência, três feudos disputavam espaço: a Secom, o Gabinete do Porta-Voz e Assessoria de Imprensa. Fora dela, dois ministérios definiam políticas públicas na esfera da comunicação: Ministério das Comunicações e Ministério da Cultura.
Propostas longamente discutidas ainda no âmbito dos grupos de jornalistas do PT, e pelos funcionários da Radiobrás, não foram sequer discutidas. Nesse vazio, o único grande aparelho de comunicação social do governo, o sistema Radiobrás acabou embarcando numa política editorial chamada de “comunicação cidadã”, que tinha como preocupação fundamental e explícita de dissociar-se do governo do dia. O que é pior: despojava a Radiobrás de sua atribuição formal de sistema estatal de comunicação. Isso num momento histórico que exigia, ao contrário, reforçar o sistema estatal de comunicação.
Pouco experiente em jornalismo político, a equipe não conseguiu resolver de forma criativa a contradição entre fazer um jornalismo veraz de qualidade e politicamente relevante, e ser ao mesmo tempo um serviço estatal de comunicação. Com definições opacas, que nada acrescentavam ao que se entende por jornalismo, acabaram desenvolvendo um jornalismo de tipo alternativo, parecido ao que fazem as ongs e movimentos sociais.
A importante mudança do papel da Radiobras nunca foi discutida no Conselho da Radiobrás. O corpo da Radiobrás chegou a se entusiasmar com a idéia sempre simpática a jornalistas, mas simplória, de deixar de ser “chapa-branca”, mas acabou não havendo muita harmonia entre a nova direção e as bases. Uma apregoada “gestão participativa”, ficou mais no papel do que na prática.
Em minucioso relatório sobre as conquistas da Radiobrás perto do final do primeiro mandato, o presidente do Conselho enumerou os muitos avanços técnicos, mas apontou que a Radiobrás havia criado uma outra missão e outro papel para si, sem discutir essas mudanças previamente com o próprio governo. Também apontou ser falso o debate que contrapõe comunicação de caráter oficial com o direito do cidadão á boa informação.
Mais equivocada ainda foi a proposta de acabar com a obrigatoriedade da Voz do Brasil, formulada pela direção da Radiobrás logo no primeiro ano do mandato de Lula, a partir dos conceitos neoliberais de que o Estado não faz parte da esfera pública e a liberdade de imprensa do baronato da mídia é a própria liberdade de imprensa. A Radiobrás chegou a co-patrocinar no anexo II da Câmara dos Deputados, junto com os Mesquitas um seminário para apoiar a flexibilização da Voz do Brasil.
Essa mesma visão ingênua levou a Radiobrás a adotar como sua e como se fosse a única possível, a narrativa da grande imprensa na grande crise do mensalão, que como vimos foi em grande parte articulada entre o sistema Globo e a oposição. Embora só hoje se saibam alguns detalhes dessa operação, as forçadas de barra no noticiário e nas manchetes eram discerníveis a qualquer jornalista experiente.
Naquele momento, a Radiobrás era o único sistema de comunicação social capaz de criar uma narrativa realmente independente da crise, que sem ser chapa branca também não fosse submissa à articulação comandada pela Globo. Mas quando veio a crise, seu projeto editorial entrou em parafuso. Mais do que isso: a crise traumatizou a direção da empresa que viu ruir a bandeira ética do PT, sob a qual muitos deles cresceram, formaram-se e criaram sua identidade pública. Só um estado catatônico poderia explicar o fato da Radiobrás dar ao vivo e na íntegra o depoimento de Roberto Jefferson de junho de 2005 como se quisesse se colocar à frente do sistema Globo. No momento crucial da crise cortou um discurso de Lula em Luziania, o que nem a Globo fez.
Foi a fase em que manchetes da Agência Brasil rivalizavam com as da grande imprensa na espetacularização da crise e na disseminação de noticias infundadas. Entre essas manchetes está a acusação nunca comprovada do dia de renuncia de Zé Dirceu (16/06/05) : “Ex-agente do SNI diz que Casa Civil está envolvida nas provas dos correios”. E a noticia falsa de que “Miro Teixeira confirmou as acusações de Jeffersson”, dada no mesmo dia 21/06;05 em que até a grande imprensa admitia que Miro Teixeira não havia confirmado essas acusações. Mesmo sem atentar para a dimensão política desse tipo de noticiário, sua fragilidade era incompatível com o padrão que se espera de uma comunicação de Estado.
Outras manchetes meramente reproduziam falas de líderes da oposição: ”Nada poderá restringir nosso trabalho na CPI”, diz líder do PFL (17/056/05) ou “PFL e PSDB alegam que PT violou legislação (22/06/05). A Radiobrás, sem perceber, havia entrado no esquema orquestrado por Ali Kamel. Naquele momento nascia o processo de colonização da comunicação de governo e do Estado pelo ideário liberal-conservador , que acabou levando ao fechamento intempestivo da própria Radiobrás.
Fechar a Radiobrás foi o ato síntese de todos os grandes erros na política da comunicação do governo Lula. Ademais, ao fechar a Radiobrás o governo violou a Constituição que manda coexistirem os três sistemas; púbico, privado e estatal E não é à toa que a Constituinte cidadã assim decidiu. Como sabemos, diversas vezes a grande mídia latino-americana apoiou golpes de Estado, algo inimaginável nas democracias dos países centrais. Ter um sistema estatal de comunicação minimamente funcional , com credibilidade e legitimidade junto à população é uma espécie de apólice de seguro contra golpes de Estado.
O governo lidou com a comunicação como se a nossa democracia fosse igualzinha a democracia americana. Mas o que vale para os Estados Unidos da América, pode não valer para o Brasil. O Estado americano não tem uma Radiobrás ou uma Voz do Brasil, porque nunca sofreu um golpe midiático, mas tem a Voice of America, para defender seus interesses imperiais. O Estado brasileiro não contempla interesses imperiais, mas precisa se defender do golpismo e das pressões externas sobre a Amazônia. Por isso precisa de uma Radiobrás e de uma Voz do Brasil.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

XENOFOBIA CRESCE NA ALEMANHA !

Neonazistas na Alemanha, foto recente !
A fase dois de uma pesquisa iniciada há dois anos revela a tendência de a xenofobia se tornar cada vez maior na Alemanha, contrariando crença generalizada.

A pequisa indica ainda que a maioria dos participantes só apóia a democracia na medida em que garante a prosperidade pessoal. A reportagem é do sítio Deutsche Welle, 22-06-2008."Sempre que a obturação do bem-estar se esfacela, tradições antidemocráticas voltam a se manifestar no vazio resultante." Assim o psicólogo Oliver Decker avaliou o resultado de uma pesquisa da Fundação Friedrich Ebert (ligada ao Partido Social-Democrata – SPD).

Segundo esta, noções xenófobas são bem mais difundidas na Alemanha do que se acreditava. O relatório apresentado em Berlim na última semana compõe a segunda parte de um estudo iniciado em 2006. Na primeira fase, 5 mil alemães acima dos 14 anos foram interrogados sobre suas opiniões a respeito do extremismo de direita.

Concluiu-se que um entre cada quatro alemães defendia pontos de vista xenófobos. Nesta segunda fase, os pesquisadores procuraram estabelecer as raízes dos preconceitos. Para tal, convidaram uma seleção de 150 dos participantes para discussões em grupo. "Queríamos examinar as opiniões dos entrevistados no contexto de suas vidas", explica Decker.

A conclusão foi surpreendente: a xenofobia está se tornando cada vez mais mainstream na Alemanha. Os participantes do debate expressaram rejeição em relação a estrangeiros "com uma trivialidade preocupante, inclusive pessoas que na primeira enquete não haviam chamado a atenção por atitudes de extrema direita", comentou o psicólogo.No pós-guerra, em ambas as metades da Alemanha, a ideologia radical de direita foi apenas recalcada no centro da sociedade, prossegue Decker.

Com o milagre econômico, a prosperidade se estabeleceu de forma relativamente veloz na Alemanha Ocidental, não deixando espaço para a reflexão ou para a vergonha.Os alemães do Leste esperavam um desenvolvimento semelhante, após a queda do Muro. E reagiram com desencanto político e democrático à frustração dessa expectativa. "Foi assustadora para nós a facilidade com que os entrevistados estavam dispostos a trocar a democracia mais modesta em favor de estruturas autoritárias, nas quais supostamente reinassem ordem, tranqüilidade e igualdade de chances", comenta Oliver Decker.Diversos jovens declararam desejar "algum tipo de líder". Para os participantes de meia idade, a política é, de qualquer modo, mentira e engano. E os mais velhos evocam os modelos de sua juventude: no Leste, as represálias da RDA; no Oeste, o regime nazista.Outra revelação chocante é que o problema se encontra no próprio centro da sociedade alemã, contradizendo a teoria de que os celeiros do extremismo de direita se encontrariam nas partes do país afetadas pelo desemprego e a decadência social.Segundo 37% da população, os imigrantes viriam para a Alemanha "para explorar o Estado de bem-estar"; 39% consideram o país "perigosamente superpovoado de estrangeiros". E 26% gostariam que houvesse "um único partido forte para representar a comunidade alemã".

Os principais alvos de preconceito são os turcos e os russos, considerados parasitas e gananciosos. Entretanto, os pesquisadores também identificaram a emergência do que denominaram "racismo cultural": preconceitos contra grupos marginais, tais como os desempregados e os socialmente desprivilegiados. Tal fato revelaria uma forte pressão para corresponder à norma social percebida, e a conseqüente condenação dos que fracassam neste processo.Ficou ainda claro que a maioria dos participantes só apóia a democracia na medida em que garante a prosperidade pessoal. Caso contrário, passam imediatamente à intolerância. Uma atitude semelhante marcou também a década de 1950 na Alemanha, observaram os pesquisadores da Fundação Friedrich Ebert. Na época, o milagre econômico provou-se um obstáculo à reelaboração do passado nazista.

FIM DA "ERA DE OURO" DA ALIMENTAÇÃO !

Esta reportagem abaixo, que saiu hoje no Jornal Folha de São Paulo, pode traduzir um pouco a realidade da Fome no Mundo, e de quebra, no Brasil.
Um dia, olharemos para as gôndolas dos atuais supermercados das grandes cidades ocidentais com nostalgia. Nunca mais o mundo terá tanta variedade na oferta de alimentos como hoje. Vivemos o que Paul Roberts chama de a "Era de Ouro" da alimentação. "Damos como certo que tudo será melhor a cada ano, com mais variedade, melhor qualidade, preços mais baixos, que vinha sendo a dinâmica até agora", diz o autor. "Nada mais errado."
Paul Roberts é especialista em energia, jornalista e escritor investigativo desde 1983 e mora em Washington. É autor dos livros The End Of Oil ("O Fim do Petróleo") e The End of Food ("O Fim do Alimento").
Segue a matéria de Sérgio Dávila e que está
publicada na Folha de S.Paulo, 23-06-2008.
Para ele, a equação atual se sustentava enquanto apenas a parte mais rica do mundo tinha acesso. Com a ascensão à classe média de largas fatias da população de países como China, Índia e Brasil, não haverá qualidade e quantidade que chegue para tanta gente. "É o fim do morango 12 meses por ano", decreta. Como assim?
"Vivo no Estado de Washington, onde só dá morango em uma época do ano", conta. "Acontece que meu filho foi criado de maneira a querer comer morango todos os meses, e a ter esse desejo satisfeito. Assim, para atender a mim e a milhares de outros pais, meu supermercado compra morangos de outros lugares, que chegam aqui a um custo ambiental e econômico elevadíssimo, gastando combustível de avião."
Isso deve acabar, diz. No lugar, Roberts acredita que será valorizada a produção local, com custo de distribuição menor, e produtos exóticos serão um luxo para poucos. Também os produtos industrializados terão queda. "Imagino que, na era em que estamos entrando, cozinharemos mais, em vez de comprar pronto, porque processar alimento e distribuí-lo vai ficar cada vez mais caro."
"Hoje em dia, a indústria alimentícia faz tudo por você, menos mastigar a comida - isso porque ainda não acharam um jeito", brinca Roberts. "Eu vejo a crise levando as pessoas a retomar o controle da cadeia alimentar, pelo menos mais do que hoje. Vejo as pessoas comendo menos carne. E repensando a distribuição."
Não é o caso de romantizar o passado, defende-se. "Há muito do que aconteceu no passado que deve ficar lá, mas a alimentação sazonal, baseada no que é da época ou não, fazia muito sentido. Se não é época de morangos, que se espere."
E AÍ, CONCORDA OU DISCORDA DE PAUL ROBERTS ?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O MUNDO É LINDO - 2º DE UMA SÉRIE DE PARTES !

Espelho d'água ! Sentimentos que brotam no ar, realizações sentimentais que nos tocam, situações que poderiam me deixar tão bem, que todo o dinheiro do mundo não pagaria tão alegria e felicidade !
Já imaginou que lugar é esse ?
Sabe aqueles dias em que tudo te leva a uma deprê ? Tudo ao seu redor te encaminha para aquela famosa frase: "tá nervoso, vá pescar" ? pois bem, esta imagem é para você que se sente assim, tente descobrir qual é o lugar que te deixa tão calmo, tranquilo e te dizendo : vá descansar, quer pescar, ficar vendo as coisas assim, do jeito natural, que DEUS fez para você.
Vai querer ficar nervoso por não descansar, ou por não ter conhecido o lugar acima ?

Uma imagem como esta acima, só faz bem ao coração, pois nos deixa naquela sensação de que existe PARAÍSO no mundo, e isso é para se ver e lutar para conhecer e ficar uns tempos por lá.

E aí já descobriu onde é o lugar acima ? tente imaginar, sonhar e deixar-se envolver por esta linda paisagem natural.

terça-feira, 17 de junho de 2008

ORAÇÃO DE UM POLÍTICO ! CORRUPÇÃO À VISTA !

Ó Besta milagreira, protege-me da Revista Veja.

E de todas as suas denúncias.Protege-me das escutas telefônicas,

Protege-me do Judiciário,E de todas as operações da PF.

Livrai-me de qualquer suspeita.

O Brasil, este país tão rico e festeiro.

Não precisa de ética,Mas de cachaça, circo e fogo de artíficio.

Não me abandones besta Para que eu não me torne um sem cargo.

Mesmo que não mereça
Conserva meu gabinete e meu endereço em Brasília.

E se este meu pedido

A tua porta ficar
Posso tentar te corromper
Um dinheiro por fora,Um mensalinho, um mensalão

Um amigo para tuas contas pagar
Até mesmo um boi obeso

Posso em teu pasto colocar

De algo deves precisar...Faça-se a tua vontade
Mas, sobretudo a minha.Amém.

ORAÇÃO DE UM CORRUPTO !


SENHOR,

fazei de mim um instrumento de mudança na Constituição para garantir mais uma reeleição...

e onde houver mutreta... que eu carregue uma maleta;

e onde houver gorjeta... que seja minha essa teta... que eu tenha dor na munheca de tanto encher a cueca;

em cada licitação... que alguém molhe a minha mão e que no meu endereço... paguem sempre o meu preço;

onde houver jabá... que eu sempre esteja por lá... onde houver beócio... que eu feche primeiro o negócio;

onde houver propina, que reservem a minha, o da Vila Campesina mas sem esquecer do MST, das ONGs e doos partidos políticos,

onde houver colarinhos brancos... é pra dobrar o lucro dos bancos;

onde houver esquema... que não grampeiem o telefonema;

e quando tocar o sino... chamem logo o Genoíno; se mexerem no meu... que me ajude o Zé Dirceu e, se a proposta for chula, Senhor, aumentai... (lembrai do custo do Lula)

Ó Mestre, que eu tenha poder para corromper e ser corrompido... porque é sonegando que se é promovido e é mentindo que se vai subindo...

e enquanto o povo sofre... com imposto e inflação, e os sem terra vão fazendo todo dia invasão,(e depois vendem as terras e assim ganham um dinheirão) a base aliada entrará em boa negociação e a gente vai poder, Senhor, feliz , meter a mão...

E que a pizza haja sempre, feita pela vossa santa vontade e que toda a grana usada nessa cara publicidade possa enrolar o povo, coitado... e esse passe a aceitar, inocente, nossa pirataria e desonestidade como se fosse 'cidadania e bondade'... AMÉM

AFEGANISTÃO E IRAQUE E A ONDA DE REFUGIADOS NO MUNDO!

Esse mapa reflete os destinos dos refugiados e das pessoas deslocadas internamente. América do Sul, Oriente Médio, África do Sul e Europa Ocidental têm algumas das maiores populações de refugiados.
Afeganistão e Iraque alimentam onda de refugiados no mundo--ONU
GENEBRA, Suíça (Reuters) - Os conflitos no Iraque e no Afeganistão fizeram aumentar pelo segundo ano consecutivo, em 2007, o número mundial de refugiados, afirmou na terça-feira a Organização das Nações Unidas (ONU).
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) disse que, no final do ano passado, havia 11,4 milhões de refugiados sob sua responsabilidade, uma cifra maior do que os 9,9 milhões registrados um ano antes.
"Grande parte do aumento no número de refugiados em 2007 deveu-se à situação instável do Iraque", disse o Acnur em um relatório, observando que os iraquianos e afegão representavam quase metade dos refugiados colocados sob os cuidados da entidade.
O número de pessoas expulsas de suas casas por conflitos -- entre as quais as que não saíram de seus próprios países e, por isso, não são consideradas refugiados em sentido estrito -- elevou-se de 24,4 milhões para 26 milhões, afirmou o Acnur, citando dados para 2007 do Centro de Monitoração sobre o Deslocamento Interno.
"Agora, temos dois anos de aumento, e isso é um motivo de preocupação", afirmou Antonio Guterres, chefe da agência, cuja sede fica em Genebra.
Segundo Guterres, os conflitos ocorridos no Iraque, no Afeganistão e em outros lugares, bem como as pressões ambientais e a miséria decorrente da alta do preço dos alimentos contribuíam para inchar ainda mais o número de refugiados, cifra essa que havia diminuído entre 2001 e 2005.
"Hoje nos deparamos com uma mistura complexa de desafios globais que poderiam provocar um número ainda maior de deslocamentos forçados", disse.
O Acnur calcula que há 3 milhões de afegãos vivendo fora de seu país natal, a maior parte deles no Paquistão e no Irã, e outros 2 milhões de iraquianos no exterior, principalmente na Síria e na Jordânia.

Conflitos armados e violações graves dos direitos humanos na República Centro-Africana, na República Democrática do Congo, na Somália e no Sudão também fizeram surgir refugiados em 2007, ao passo que muitas pessoas foram repatriadas para o Sudão, a Libéria e o Burundi no mesmo período.
A Colômbia registrou ainda um grande número de pessoas expulsas de suas casas no ano passado. O Acnur disse que o Paquistão era o país que mais recebia refugiados no mundo, e isso em especial por causa de sua proximidade do Afeganistão, onde combatentes do Taliban vêm travando uma guerra contra as forças da coalizão liderada pelos EUA e que os tirou do poder em 2001. A Síria, o Irã, a Alemanha e a Jordânia eram os próximos na lista dos países que mais recebem refugiados, seguidos pela Tanzânia, pela China, pela Grã-Bretanha, pelo Chade e pelos EUA, disse o relatório.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

GRILAGEM NA AMAZÔNIA : E O DESMATAMENTO !

Observe o Mapa acima, caracterizando os Biomas da Amazônia, e o "Arco do Desmatamento".
O Brasil ainda tem 25,3 milhões de hectares de florestas públicas - o equivalente a pouco mais que o território do Estado de São Paulo- que podem ser alvos de grileiros.

A situação, revelada pela atualização do Cadastro Nacional de Florestas Públicas, realizado pelo SFB (Serviço Florestal Brasileiro), ocorre porque essas áreas, apesar de cadastradas pelo governo federal, ainda não estão com sua situação definida.
Quase todas as terras nessa condição (99%) ficam na região norte do país - onde está a maior parte da Amazônia. A reportagem é de Afra Balazina e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 16-06-2008.
Florestas públicas são todas aquelas que existem em terras públicas, mesmo no terreno de uma universidade, por exemplo.

Elas podem ser destinadas a três finalidades: 1) unidades de conservação, como parques ou Flonas (Florestas Nacionais); 2) uso comunitário, como terras indígenas, terras de quilombolas ou assentamentos; 3) concessão florestal.
De acordo com o diretor-geral do SFB, Tasso Azevedo, deixar de encaixar as florestas públicas em uma dessas categorias favorece a ocupação ilegal. Azevedo, entretanto, argumenta que houve avanços recentes.
Em 2007, quando foi iniciado o cadastro nacional, havia 29,2 milhões de hectares de florestas sem destinação. De lá para cá, uma área total de 3,2 milhões de hectares em torno da BR-319, no sul do Amazonas, e outra de 628 hectares, no Amapá, foram definidas como unidades de conservação.Independentemente do atraso, estaria o ritmo de destinação muito lento? O SFB afirma que não. "Ter destinado uma área do tamanho do Estado do Rio de Janeiro nesse período não é pouco. Mas ainda há muito a ser feito", diz Azevedo.
Segundo o diretor-geral, "a destinação define como a área vai ser gerida". "Ela passa a ter um responsável pela gestão, pelo monitoramento, pela fiscalização e pela implementação do uso sustentável."
Quatro Franças: O SFB mostra que, até agora, as florestas públicas cadastradas representam 25% do território do país -ou 210,7 milhões de hectares, uma área pouco maior que o território do México ou equivalente a quase quatro territórios da França.
"Um quarto do Brasil já são florestas públicas e não podem ter seu uso transformado. Quanto mais florestas aparecem no cadastro, significa que mais florestas estão sendo garantidas como florestas permanentes", ressalta Azevedo.
No ano passado, as florestas cadastradas cobriam 23% do Brasil. O SFB estima que, quando o cadastro estiver completo, o total de florestas públicas no País chegará a 300 milhões de hectares -35% do país.
O cadastro foi criado para atender à Lei de Gestão de Florestas Públicas, de 2006. Segundo a legislação, o uso de florestas públicas federais só pode ocorrer quando elas estão cadastradas pelo governo e são monitoradas por satélite. Segundo Azevedo, até 2010, de 80% a 90% do levantamento já estará pronto.
Paulo Barreto, pesquisador da ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), considera o trabalho do Serviço Florestal um "avanço importante".
Ele afirma, no entanto, que o cadastro esbarra numa dificuldade. "Um grande problema são algumas áreas que no papel são terras públicas, mas que de fato estão ocupadas, tomadas pelo setor privado. Muitas dessas terras são alvo de posseiros", afirma. Nas áreas ocupadas ilegalmente ocorrem desmatamentos e exploração ilegal de madeira, por exemplo.
Segundo ele, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), ou algum outro órgão governamental, deveria ir a campo para descobrir o que está acontecendo.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

UM CLIMA PARA RICOS E OUTRO PARA POBRES !

"Se nada for feito, as mudanças climáticas poderão levar-nos a uma barbarização no mundo; os ricos se fecharão em comunidades confinadas e protegidas, enquanto bilhões de pobres terão de viver nos lugares destroçados", afirmou Mohan Munasingh, vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Segundo Washington Novaes, jornalista, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 13-06-2008, "convém prestar atenção á advertência".
Eis o artigo.
Com o frio no Sul brasileiro produzindo uma sensação térmica de 15 graus abaixo de zero, a chuva em Natal (RN) chegando a mais de 200 milímetros em 24 horas, os produtores nacionais de cana-de-açúcar prevendo uma redução de 15% na safra 2008/2009 por causa do “excesso de chuvas”, chega-se neste fim de semana ao encerramento de mais uma reunião dos países que fazem parte da Convenção do Clima. Ainda sem acordo relevante quanto ao texto (que tem prazo até o final do ano que vem para ser aprovado) que substituirá o Protocolo de Kyoto, em vigor até 2012. Mas com outro alerta grave para o Brasil, emitido pelo estudo da Coppe (UFRJ), de que as mudanças climáticas ao longo deste século poderão levar a uma redução da vazão dos rios no Nordeste (até 26,4%), no complexo Araguaia-Tocantins (15,8%) e em outros rios, com a conseqüente queda média de 10,8% na vazão utilizada para geração de energia elétrica. Essas mudanças poderão também baixar em 60% o potencial eólico, inviabilizar no Nordeste a produção de biocombustíveis derivados do girassol, da mamona e do dendê e aumentar em 8% o calor no País.
Apesar disso tudo, ainda não temos uma política nacional para mudanças do clima, que está sendo prometida pelo governo federal para daqui a alguns meses (mais de 16 anos após assinarmos a Convenção do Clima). E insistimos em não assumir compromissos formais de redução de emissões. O Itamaraty segue falando em “passos mensuráveis, verificáveis e reportáveis”, sem que se saiba exatamente o que isso significa. Informa-se apenas que o País insistirá em que haja no novo texto discutido na convenção um formato para que países industrializados paguem, se houver redução de emissões em territórios como o nosso por causa de desmatamentos e queimadas. Mas a fórmula até agora proposta - calcular a redução sobre a média do desmatamento em uma década e sem metas estabelecidas previamente - não tem encontrado apoio.
Na abertura das conversações de Bonn, o secretário-geral da convenção, Yvo de Boer, lembrou que se estão acentuando as mudanças do clima, que já são “ameaças monumentais” para bilhões de pessoas. Por isso precisamos de um acordo mais forte que o de Kyoto (que ainda não foi cumprido pelo conjunto de países industrializados), já que “a redução de emissões determinará o nosso futuro na Terra”.
Surpreendentemente, nesses mesmos dias, em discurso na Eslovênia, o presidente Bush afirmou que é possível, antes do término de seu mandato, em janeiro, chegar a um pacto para reduzir as emissões - desde que China, Índia e outros países emergentes (onde se inclui o Brasil) aceitem compromissos de reduzir as suas, o que não está à vista no horizonte. Nem no panorama interno de seu país, onde o Senado acaba de impedir a aprovação de uma proposta que estabeleceria taxação sobre emissões de geradoras de energia, refinarias, indústrias e outros setores, para baixar em 2% ao ano essas emissões. Mesmo assim, algo está acontecendo ali por causa da alta do preço da gasolina (mais 20% de janeiro a abril, mais 200% em uma década): não só o consumo de combustíveis por automóveis tem caído 13% a cada dólar de alta no preço, como chega a 25% a queda no consumo dos superutilitários. E, pela primeira vez, um relatório científico endossado pela Casa Branca admitiu a contribuição das ações humanas para o aquecimento global, as mudanças do clima, as secas, as inundações, a perda de colheitas, etc.
O susto não é apenas norte-americano. O Japão (o quinto maior emissor) anuncia que até 2050 pretende reduzir entre 60% e 80% suas emissões. O Parlamento alemão aprovou pacote de leis para reduzir as emissões nacionais em 36% até 2020 (calculadas sobre 1990), mais que o conjunto da União Européia, que quer baixar as suas em 20% no mesmo período. Para tanto a Alemanha vai aumentar de 13% para 25% a 30% a participação das energias renováveis em sua matriz energética e torná-las obrigatórias em todos os novos edifícios. A chefe do governo, Angela Merkel, propõe que cada país calcule qual é a emissão média de poluentes por pessoa em seu território e assuma metas que tenham isso como base - o que faz sentido, já que um norte-americano emite quase sete vezes mais que um chinês ou o dobro de um europeu (embora a China já seja o maior emissor, seguida de EUA, Rússia e Brasil).
Há muitos dramas no caminho, que voltarão a ser discutidos em agosto, em Gana. Um deles é a alta dependência chinesa do carvão como fonte energética (68%), num país que já tem as 20 cidades mais poluídas do mundo, continua urbanizando dezenas de milhões de pessoas por ano (e aumentando o consumo de energia e alimentos, assim como as emissões de poluentes), mas já está preparando legislação para taxar as fontes de poluição. Outro drama está no setor de transportes no mundo, que até 2010 terá aumentado suas emissões em 30,5% (calculadas sobre os níveis de 1990). E que em 2030 poderão ser até 80% maiores que as de hoje.
Até o nível do debate com os chamados “cientistas céticos” está mudando. Embora muitos continuem a afirmar que a redução das emissões de gases não resolverá o problema do clima - porque o aquecimento da Terra teria outras razões preponderantes -, nos últimos tempos muitos deles passaram a admitir que as ações humanas, de fato, têm contribuído para o aumento da temperatura, embora não seja este o fator principal e determinante das mudanças climáticas.
Seja como for, convém prestar atenção às palavras do vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Mohan Munasingh, numa conferência no mês passado na Universidade de Cambridge: “Se nada for feito, as mudanças climáticas poderão levar-nos a uma barbarização no mundo; os ricos se fecharão em comunidades confinadas e protegidas, enquanto bilhões de pobres terão de viver nos lugares destroçados.”

quinta-feira, 12 de junho de 2008

CÚPULA DA FOME FRACASSA !

A Conferência de Cúpula sobre Segurança Alimentar realizada de 3 a 5 de junho, em Roma, na Itália, pela Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (FAO) fracassou.Apesar da presença de 40 chefes de Estado ou de governo, não chegou nem perto de arrecadar os US$ 20 bilhões anuais pedidos pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.
Ficou em promessas no total de US$ 7 bilhões. Ban defendeu ainda investimentos para aumentar a produtividade dos pequenos agricultures e assim promover uma nova “revolução verde” na África.
O diretor da FAO, Jacques Diouff, acha que são necessários US$ 30 bilhões anuais para matar a fome de 862 milhões. E a diretora do Programa Mundial de Alimentos, Josette Sheeran, teme que a crise dobre o número de necessitados de ajuda.Embora os 151 países participantes concordem que a crise mundial provocada pela inflação nos preços dos alimentos exige uma "ação urgente", tomaram poucas medidas práticas.
A declaração final ficou fraca pela falta de acordo sobre questões centrais como os biocombustíveis e as restrições e barreiras ao comércio agrícola.
Ao adotar uma postura defensiva, atacando o protecionismo agrícola mas defendendo a posição brasileira de produzir álcool de cana-de-açúcar, o presidente Lula perdeu uma oportunidade de levar uma de suas grandes bandeiras, a luta contra a fome, para o cenário internacional.
Lula deveria ter oferecido a experiência brasileira em programas sociais e assistência técnica em agricultura. A agricultura brasileira hoje é das mais competitivas do mundo, certamente a mais desenvolvida em clima tropical.
A fome mata seis milhões de crianças por ano no mundo, mais do que a aids, mais do que a malária e outras doenças infecto-contagiosas, mais do que armas de destruição em massa ou qualquer tipo de arma.Na Etiópia, cerca de 4,5 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome por causa da seca e de uma quebra nas safras agrícolas do país, além da inflação mundial nos preços dos alimentos, e precisam ajuda alimentar de emergência, advertem organizações internacionais. Mais de 126 mil crianças têm sérios problemas de desnutrição.
É a pior crise na Etiópia desde 1984 a 1986, quando um milhão de pessoas morreram de fome em meio a uma guerra civil. As imagens de crianças e adultos em pele e osso provocaram uma comoção mundial. Com 78 milhões de habitantes, o país tem a segunda maior população da África.
Um centro de nutrição infantil da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras na cidade de Chachemene, no Oeste do Etiópia, está cheia de mães segurando filhos que não se sustentam em pé, com lábios rachados e olhar parado.Mitchu, uma menina de três anos, pesa cinco quilos, pouco mais do que um bebê saudável. Há duas semanas, é alimentada a cada três horas há duas semanas. Mas não reage. Os médicos acham que ela vai morrer de fome e malária.O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas precisa de mais 180 mil toneladas de comida para atender às necessidades somente da Etiópia em 2008. Está pedindo mais US$ 150 milhões aos países ricos só para este país.
Mas há crise aguda em vários outros países da África, na Somália, um país sem governo; na província de Darfur, no Oeste do Sudão; no Zimbábue, onde o governo proibiu a ajuda internacional; na África do Sul, onde gangues miseráveis perseguiram, massacraram e expulsaram imigrantes africanos pobres; no Haiti, onde caiu o primeiro-ministro; no Togo, no Senegal, na Costa do Marfim.A questão central é a falta de dinheiro para comprar comida a preços inflacionados por causa do aumento da demanda causado pelo desenvolvimento da Ásia, os preços do petróleo, os biocombustíveis, a mudança do clima e a especulação no mercado internacional de produtos primários.Acima de tudo, era uma oportunidade para colocar a questão da fome entre as prioridades da sociedade internacional.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O MUNDO É LINDO - 1º DE UMA SÉRIE DE PARTES !

Este lugar tão especial foi um dos muitos que já visitei, e que por sinal, me marcou muito ! é um daqueles lugares que deixam você com a sensação que o "paraíso" existe !
Tanta beleza, qual é o país que possui um por do sol tão ESPETACULAR ? Sabe onde fica ?

Esta paisagem, também um lugar muito especial para este país, é um dos meus sonhos de turista e professor ! sabe onde fica ?

Taí um lugar que todo professor ou cidadão gostaria de visitar e se maravilhar com tanta beleza ! sabe onde fica ?

Esta paisagem acima, é um dos lugares, que eu, com certeza gostaria de conhecer ! sabe onde fica?

GASTOS COM ARMAS AUMENTOU NO MUNDO !

QUE IMAGEM COMOVENTE, NÃO ? O QUE ELA TEM A VER COM O TÍTULO DESTA PUBLICAÇÃO ?
Parece ironia, ou são apenas fatos do mundo atual?
Ao mesmo tempo em que noticiamos que a FOME está aumentando no mundo, temos de aguentar mais essa ! Os gastos com armas aumentam, e assustadoramente !

Governos gastam 190 vezes mais em armas do que na luta contra a fome !

Qual é a lógica do tema ? o que tem a Ver, você diria ? Tudo sobre alimentos em nada tem associação com a produção de armas, setores diferentes !

Todas as vezes que os gastos com armas aumentam, temos a percepção de que isso interessa a indústria armamentista, geradora de poderes e artifícios militares, enquanto a produção de alimentos, artifício gerador de possibilidades de erradicar a fome, não gera interesse nenhum !

Leia a Notícia abaixo, referente ao tema:

A despesa mundial em armamento militar aumentou 6% em 2007 com relação ao ano anterior, passando para US$ 1,339 trilhão (R$ 2,179 trilhões), informa o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira. Este número corresponde a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial e representa um aumento de 45% desde 1998.

Segundo o instituto, apesar do gasto mundial com armamento ter continuado a crescer no ano passado, há uma crescente expectativa para que tenham início discussões sobre o controle de armas, que dependem muito dos Estados Unidos, país que mais gasta com armas no mundo.
Em seu relatório anual, o instituto afirma que espera por novas conversas sobre controles de armas e desarmamento nos próximos 12 meses por causa de "um ampliado consenso (...) que medidas mais sérias e efetivas sobre o controle de armas e desarmamento" precisam ser implementadas.
Do US$ 1,339 trilhão do gasto mundial com armamento militar, os Estados Unidos encabeçam a lista dos países que mais destinam fundos para o armamento, com 45% desse valor. Desde a Segunda Guerra Mundial, 2007 foi o ano em que os EUA mais gastaram com armamento (US$ 547 bilhões), segundo o relatório, um crescimento de 3,4% com relação ao ano anterior.
Logo depois dos EUA na lista dos países que mais gastam com armamento vêm o Reino Unido (US$ 59,7 bilhões) e a China (US$ 58,3 bilhões), com 5% do total cada um. A China subiu mais uma posição, ultrapassando a França, que agora ocupa a quarta posição no ranking. No ano passado, o governo chinês havia ultrapassado o Japão e ficado com a quarta posição. O Brasil ocupa o 12º lugar, com gastos de US$ 15,3 bilhões ou 1% do total mundial.
A organização sueca disse ainda que as oito potências nucleares do mundo tinham juntas mais de 25 mil armas nucleares no começo de 2008, sendo que mais de 10 mil estavam disponíveis para serem usadas. A instituição não inclui a Coréia do Norte na lista.
"As prioridades da próxima administração dos EUA terão uma função crítica na formação do progresso para o controle de armas", disse ele. "Ambos os prováveis candidatos para a Presidência dos EUA disseram que têm intenção de reduzir o arsenal nuclear da América e que vão considerar levar adiante o Tratado Abrangente de Proibição de Testes Nucleares para a ratificação do Senado", disse.
2006
No ano passado, o relatório elaborado pelo mesmo instituto mostrava que os gastos militares globais em 2006 alcançou US$ 1,2 trilhão, um aumento de 3,5% com relação ao ano anterior. Os Estados Unidos investiram US$ 529 bilhões em armas em 2006, mantendo a primeira posição no ranking dos países com maiores gastos militares mundiais.
Uma das novidades do relatório divulgado no ano passado é que a China ultrapassou o Japão como o maior investidor em armas na Ásia, chegando à quarta posição no ranking com gastos de US$ 50 bilhões. O Reino Unido e a França foram o segundo e terceiro colocados, respectivamente, e o Japão ficou com a quinta posição, com US$ 43,7 bilhões em gastos.
Com Associated Press e Efe

As prioridades do orçamento mundial (gastos em dólares) Armamentos - 80 bilhões; Fumo - 40 bilhões; Publicidade - 25 bilhões; Cerveja - 16 bilhões; Vinho - 8,6 bilhões; Golfe - 4 bilhões.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

2008 : ANO DO PLANETA TERRA !

Esta Imagem te impressiona ? o Planeta está deixando você preocupado, com relação às mudanças que nele acontece?

OBSERVE a imagem acima... ela te instiga ? sentes preocupado com a vida no Planeta Terra ?

Você que anda de um jeito ou de outro acessando ao meu blog, quero te fazer um
DESAFIO !

Neste ano em que a ONU declara ser o do Planeta Terra, convido você a me dizer o que pretendes fazer ou está fazendo para

PRESERVAR

CONSERVAR

A vida no Planeta com Dignidade, Igualdade e Otimismo ?
VENHA, REGISTRE SUAS AÇÕES....

terça-feira, 3 de junho de 2008

G-20 PROTESTA CONTRA SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS DOS EUA !

Leia notícia abaixo:
"O G-20, grupo de países emergentes liderado pelo Brasil, divulgou hoje comunicado conjunto protestando contra os subsídios agrícolas norte-americanos. O comunicado ataca a decisão dos parlamentares dos Estados Unidos de renovar os subsídios por meio da nova lei agrícola do país (Farm Bill). A iniciativa, segundo o G-20, dificulta ainda mais uma conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), já em crise.Para os países emergentes, a decisão vai "na direção errada". "A Rodada Doha deveria resultar em uma redução dos subsídios", afirmaram as economias em desenvolvimento no comunicado. "Mas a Farm Bill irá gerar uma maior distribuição de recursos para 15 commodities, em contradição com o mandato da Rodada e com a decisão da OMC de condenar os subsídios ao algodão", afirmou o comunicado do bloco, formando ainda por Argentina, África do Sul, Índia, Egito e outros emergentes. Na avaliação do bloco, a única forma de "conter" a Farm Bill seria com novas regras na OMC estipulando um limite por ano no valor que os americanos poderiam subsidiar. Para isso, o bloco pede o engajamento dos Estados Unidos nas negociações".

COMENTÁRIO: A participação do Brasil neste bloco, fortalece a união dos países que buscam um comércio mundial mais equitativo, mais justo, e "democrático", sem prevalecer países ou empresas de países mais ricos.
A luta dos países menos ricos, ou subdesenvolvidos não deve ser fácil, pois os países mais ricos possuem uma força muito grande na O.M.C.

BRASIL IMPÕE DERROTA AOS E.U.A. NA OMC !

Leia a Notícia abaixo, publicada em vários jornais neste dia 3/6/08:

"A Organização Mundial do Comércio (OMC) condenou nesta segunda-feira 2/06/08, os subsídios dos Estados Unidos à produção de algodão. A decisão abre caminho para que o Brasil peça a imposição de sanções contra os americanos. As punições vão da suspensão ao direito de patente à interrupção de parte do comércio do produto.
Segundo a arbitragem da OMC, "os Estados Unidos atuam de maneira inconsistente com suas obrigações, já que seus subsídios aos produtores de algodão representam uma significante redução de preço, que constitui um sério prejuízo ao Brasil". A OMC já havia condenado os Estados Unidos na questão em dezembro de 2007. Em fevereiro, contudo, Washington apelou da primeira ordem. Agora, a condenação foi mantida.
A queixa teve origem em 2003, quando o Itamaraty informou que os subsídios agrícolas dos EUA estavam prejudicando os produtores nacionais de algodão. Na ocasião, a OMC acatou a argumentação brasileira e exigiu a reforma dos programas de ajuda aos produtores. O Itamaraty chegou a pedir uma retaliação no valor de 4 bilhões de dólares contra os americanos. Antes que a medida fosse aplicada, porém, fechou um acordo com a Casa Branca, que prometeu rever os subisídios.
Como as mudanças anunciadas jamais vieram, o Brasil fez uma nova queixa - desta vez para provar que as determinações da OMC não foram respeitadas pelos EUA. A questão era acompanhada com enorme interesse em Washington. Os produtores de algodão estão entre os mais importantes doadores de recursos aos candidatos à presidência americana.



COMENTÁRIO: O Brasil já pode pedir a imposição de sanções que compensem os danos dos subsídios concedidos aos produtores de algodão dos EUA. A iniciativa tem o aval da Organização Mundial do Comércio (OMC), que endossou ontem a reclamação brasileira. O governo recebeu a decisão com grande "satisfação", mas ressalta que sua queixa envolveu um conjunto amplo de produtos agrícolas americanos, beneficiados por subsídios.


O que podemos ainda destacar, é que as práticas protecionistas aplicadas pelos EUA e da União Européia desencorajam os países pobres, que saem sempre no prejuízo, fato este gerador de reclamações na OMC.


Com esta vitória, acredita-se que os países pobres possam ter um impulso a recorrer ao organismo, pois assim, seus direitos comerciais poderão ser respeitados, e quiçá, o ganho com o comércio beneficie populações de muitos países africanos e asiáticos.