Podemos afirmar que neste mundão caracterizado pela DESORDEM MUNDIAL, temos marcas que mostram interesses conflitantes entre dois gigantes, do ponto de vista populacional, e econômico...
Dois gigantes asiáticos têm chamado a atenção do mundo política e economicamente: China e Índia. Em termos de tamanho e população, cada um é um continente. Como os países estão traçando uma ascensão em conjunto, suas relações prometem moldar a política mundial. No entanto, o conflituoso relacionamento entre as duas nações pode prejudicar esse crescimento constante.
Este é um território desconhecido que deve ser visto em termos de décadas, não anos. Duas décadas atrás o Japão era visto como o principal rival para a América. Países tão grandes e complicados quanto a China podem entrar em colapso devido às suas próprias contradições. A curto prazo, os relacionamentos estrangeiros da China podem importar mais, até mesmo dentro da Ásia. Eles podem, por exemplo, ser um grande risco de conflito entre a China e o velho, mas ainda poderoso Japão. As potências ocidentais ainda exercem uma influência considerável.
Autocratas de Pequim não respeitam a Índia por sua democracia confusa e indecisa. Mas eles devem vê-la como uma rival séria e de longo prazo, especialmente se ela continuar a se inclinar em direção à América. Recentemente, a Índia era tão rica quanto a China, em termos de rendimento nacional per capita. Em seguida, a China cresceu tão rapidamente, que parecia inalcançável. Mas as perspectivas de longo prazo indianas agora parecem ser mais fortes. Enquanto a China está prestes a ver a sua população em idade ativa encolher, a Índia está apreciando a sua mão de obra, que trouxe crescimentos sustentados em outras partes da Ásia. Já não é inconcebível que seu crescimento ultrapasse o da China por um tempo considerável. Ela tem a vantagem da democracia, pelo menos como uma válvula de pressão para o descontentamento. E o exército da Índia perde em números apenas para o chinês e o norte-americano.
A perspectiva de uma nova guerra entre a Índia e a China é, desde já, algo que perturba o sono de nacionalistas da imprensa chinesa e coroneis aposentados da Índia. Mas o século 20 ensinou ao mundo que conflitos flagrantes de interesse podem tornar-se guerras imprevisíveis, e de consequências terríveis. Para a China, confiar na prosperidade e na democracia para resolver os problemas não parece prudente. Duas coisas precisam ser feitas.
Em primeiro lugar, a lentidão dos progressos para uma solução de fronteira precisa acabar. A responsabilidade principal é da China.
Ela já resolveu difíceis disputas de fronteira com a Rússia, Mongólia, Mianmar e Vietnã. Certamente, não deve ser tão difícil tratar com a Índia.
Isso leva a uma segunda necessidade, aquela que levou a Europa a duas guerras mundiais, até chegar perto de uma solução: a falta de instituições asiáticas sérias para fazer tais acordos. Seria melhor se a China, a Índia e o Japão iniciassem a construção de fóruns regionais para canalizar suas rivalidades inevitáveis em colaboração e competição saudáveis.
Globalmente, o sistema baseado em regras que o Ocidente criou na segunda metade do século XX trouxe grandes benefícios para os países emergentes. Mas isso reflete uma ordem mundial fora de moda. China e Índia deveriam ter um papel maior na definição das regras que irão reger o século XXI, o que exige concessões do Ocidente. Mas exige também um compromisso com uma ordem baseada em regras internacionais por parte da China e da Índia. Fazer um esforço sério para resolver suas desavenças próprias pode ser um bom começo.
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