terça-feira, 10 de agosto de 2010

Começa o Ramadã para 1,5 bilhão de muçulmanos

Cerca de 1,5 bilhão de muçulmanos no mundo são chamados a iniciar, no começo desta semana, o mês de jejum e de orações rituais do Ramadã, que comemora a revelação divina recebida por Maomé.


A reportagem está publicada no sítio Religión Digital, 08-08-2010. A tradução é do Cepat.

O Ramadã corresponde ao nono mês do calendário da Hégira, ao qual os muçulmanos se referem para suas festas religiosas, e que se baseia no ciclo lunar. Este calendário conta com 11 dias a menos que o calendário solar.
Por esta razão, as datas do começo e do fim do Ramadã mudam todos os anos. Em 2010, o Ramadã, o ano 1.431 da história, deve começar no dia 10 ou 11 de agosto e terminará em meados de setembro.
Este mês de jejum e orações é um dos cinco pilares do Islamismo, junto com a profissão de fé, a obrigação de rezar cinco vezes ao dia, a esmola e a peregrinação a Meca. Durante esse período, os crentes devem abster-se de comer, de beber, de fumar e de manter relações sexuais, desde o amanhecer até o pôr do sol.
Para a religião muçulmana, o Ramadã é um mês de piedade, de caridade e de frugalidade. O jejum é concebido como um esforço espiritual, uma luta contra a sedução dos prazeres terrenos.
O primeiro dia é determinado pela “noite da dúvida”, durante a qual se observa o aparecimento do primeiro quarto crescente da Lua, que deve ser visível e devidamente comprovada. Em consequência, teólogos, sábios e religiosos se reúnem todos os anos para fixar a hora precisa, variável segundo os lugares do globo.
O respeito do jejum é imposto a todos os crentes que chegaram à idade da puberdade. As famílias, contudo, vão progressivamente acostumando as crianças a jejuar.
As mulheres grávidas ou que estão amamentando, os enfermos e os viajantes estão autorizados a não jejuar, mas têm o dever de se submeter a isso assim que estejam em condições de fazê-lo.
Jantares festivos reúnem tradicionalmente as famílias para celebrar o fim do jejum. Os alimentos do fim do Ramadã, o Aid El Fitr, são igualmente uma festa.
O fato de que o Ramadã coincida este ano com as férias de verão inquieta a indústria turística da região, preocupada com o fato de que os ricos visitantes árabes procedentes da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos, Kuwait ou Líbia, preferem ficar em suas casas para passar as festas tradicionais em família.
“Os turistas árabes são muito importantes para o Egito”, destaca Samy Mahmud, do ministério de Turismo do Cairo, porque “gastam em média muito mais que os outros e suas permanências são muito mais longas”.
Por esse motivo, o Egito lançou uma campanha denominada “Festival do Fanus” – farol tradicional egípcio que se acende durante o Ramadã – destinada a convencer os turistas a que, uma vez passado o momento mais austero do jejum, possam desfrutar das animadas noites egípcias com fogos de artifício, espetáculos, concertos e danças folclóricas às margens do Nilo.

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