sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A CHINA E OS JOGOS OLÍMPICOS !

O que estaria pensando se alguém mostrasse para voce esta imagem acima? ACREDITARIA? DUVIDARIA? ACHARIA QUE SOU ANTI-COMUNISTA? SERIA EU DEMOCRATA ? POR FAVOR NÃO ME OFENDA!
Nesta semana falei para todos os meus 900 alunos a respeito da CHINA, o país da moda, ou o BAN BAN BAN, sem sacanear!

Estou impressionado com o que estou lendo e vendo sobre a CHINA !
Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, a China infringia os direitos humanos, sem que as autoridades políticas do mundo se importassem muito. Talvez porque não se possa mais desconsiderar seu peso econômico. “A China interessa muito mais como potência econômica do que como modelo de respeito à dignidade humana, e os Jogos movem grandes quantidades de dinheiro e abrem oportunidades de investimentos”, escreve José Carlos Rodríguez, em artigo publicado no sítio da revista espanhola Vida Nueva, 9-08-2008. A tradução é do Cepat.
“Vocês têm uma missão de glória”, disse o ministro chinês de Esportes, Liu Peng, na apresentação de sua equipe olímpica formada por 639 atletas – a maior já apresentada por algum país – quando faltavam dez dias para o início dos Jogos Olímpicos em Pequim (8 a 24 de agosto). Nesse mesmo dia, a Anistia Internacional (AI) chamava a atenção sobre uma situação pouco gloriosa na China: a deterioração no cumprimento dos direitos humanos durante os meses prévios à realização do evento. Num relatório intitulado Contagem regressiva para a Olimpíada. Promessas não cumpridas, a organização acusou Pequim de endurecer a censura de imprensa, incrementar as prisões sem julgamento, bloquear sites na internet e usar campos para “reeducar” ativistas de direitos humanos e jornalistas.
Desde que, em julho de 2001, o COI concedeu à China a organização dos Jogos, os direitos humanos tem sido um tema recorrente. De um país anfitrião espera-se que esteja à altura da Carta Olímpica, que afirma que “o olimpismo é proposto para criar um estilo de vida baseado no respeito aos princípios éticos fundamentais universais”.
Há sete anos, o Governo se comprometeu a respeitar estes valores e melhorar a situação dos direitos e liberdades. Mas, segundo a AI, aconteceu o contrário. A voz desta Ong não tem sido a única que se levantou para denunciar esta situação. Muitos outros lembraram que, com seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, a China impediu a aplicação de sanções contra a ditadura do Zimbábue ou o regime do Sudão e sua política genocida em Darfur.
Mas foi em março que as manifestações ficaram mais intensas, depois da repressão contra os monges tibetanos que se manifestaram nas ruas de Llasa, e a tocha olímpica foi recebida com estrondosos protestos na sua passagem por várias capitais européias e americanas. O Tibet é um dos três “T” que a China ainda não digeriu. As outras duas são Taiwan e Tianammen, a praça onde mais de cem pessoas foram massacradas pelo exército em 1989.
Exatamente durante o aniversário desta matança, em junho passado, o cardeal de Hong Kong, Joseph Zen Zé-kiun, declarou que um “reexame” sobre este caso seria uma vitória mais importante para o povo chinês do que muitas medalhas olímpicas.
Há aqueles que pensam que os ocidentais querem impor modelos de direitos humanos alheios ao Oriente. Ali, “o mais importante é o coletivo – disse Javier Cremades, que acaba de publicar o livro China y sus libertades. As exigências sociais são prioritárias frente às próprias e isso tem feito com que não haja uma grande demanda de direitos individuais fundamentais”.
O padre Daniel Cerezo, missionário na China durante 16 anos, entretanto, matiza bastante esta afirmação: “Os líderes chineses costumam dizer que para um chinês o trabalho, a educação e a saúde são mais importantes do que os direitos e liberdades, mas não esqueçamos que Taiwan e Hong Kong são também parte da cultura chinesa e nestes lugares há grande consciência e atividade a favor dos direitos humanos”.
Investimentos ou dignidade?
No final das contas, a China interessa muito mais como potência econômica – a quarta do mundo – do que como modelo de respeito à dignidade humana, e os Jogos movem grandes quantidades de dinheiro e abrem
oportunidades de investimentos. Talvez por isso, quando o Departamento de Estado norte-americano publicou em março seu relatório anual sobre países em que não se respeitam os direitos humanos, a ninguém passou desapercebido o fato de que é o primeiro ano em que não se incluiu a China. Esta ambigüidade esteve presente na atitude dos líderes mundiais sobre sua presença nos Jogos. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, decidiu participar, assim como também George Bush.
A China – o país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes – produz a quarta parte de todas as manufaturas do mundo, especialmente eletrodomésticos e têxteis. Desde que o presidente Deng Xiaoping, nos anos 1980, terminara com as ineficientes comunas da “revolução cultural” e introduzira a iniciativa privada como motor econômico, as multinacionais acudiram em massa atraídas pelos baixos custos de uma mão-de-obra muito trabalhadora.
Capitalismo ou comunismo? Deng Xiaoping costumava dizer que não importa que o gato seja branco ou preto desde que cace ratos. Duas décadas e meia depois, a China é o maior sócio comercial da União Européia, e um privilegiado sócio dos Estados Unidos, que permitem que suas manufaturas entrem como se tivessem sido fabricadas em território próprio. E com sua ânsia de conseguir os abundantes recursos da África, tão necessários para a sua economia, o gigante asiático exerce hoje ali uma nova colonização. Acontece o que dizia o ex-presidente do COI, Juan Antonio Samaranch: “É curioso que todo o mundo se lembre dos direitos humanos quando há uma prova esportiva e não quando inexistem nas relações comerciais e econômicas”.

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