quinta-feira, 21 de agosto de 2008

MEU PROTESTO CONTRA A REVISTA VEJA !

Quando descobrí, via internet, que a Revista Veja, na edição destacada acima, publicou alguns erros que são cometidos por disciplinas, corrí a banca de meu compadre Genilson, e logo comprei, lí e relí várias vezes as críticas feitas aos professores de Geografia e História, matérias que leciono.
De fato, reconhecí que erros, todos os livros, apostilas cometem, mas gráficos, fora isso, me indignei com os comentários maldosos, e cheios de preconceitos feitos por jornalistas, um tanto, desatentas, talves, um tanto não cumpridoras de seus deveres escolares quando alunas, e que não aprenderam a importancia e pensar, de buscar a cidadania, e a construção de um mundo melhor a partir de sua postura em sala, em relação aos conhecimentos adquiridos.

Faço minhas as palavras de meu colega, MARCELO COELHO, que gentilmente me pediu que publicasse sua indignação, cedeu sua opinião, e que prontamente concordei em publicar e divulgar.

Faça boa leitura, e por favor, COMENTE, precisamos demonstrar que aprendemos de fato o que é sermos cidadãos,

sem nos enganarmos com a mídia,

sem nos deixar fazer de bobos

sem nos fazer pensar que não pensamos,

salve a liberdade de pensamento,

salve as diversas opiniões sobre as coisas.



RESPOSTA A MATÉRIA DE VEJA
Todos aqueles que acompanham o meu blog e minhas aulas sabem de minha opinião sobre a Revista Veja, a maior revista de circulação semanal do Brasil. Sempre fui um crítico do conteúdo desenvolvido por essa revista. Mas nesta semana a revista passou dos limites aceitáveis. Veja publicou (20 de agosto de 2008) uma matéria, assinada pelas jornalistas (pelo menos acredito que sejam) Monica Weinberg e Camila Pereira, inacreditável sobre o ensino no Brasil. A matéria parecia querer discutir os problemas do ensino em função dos maus resultados de alunos brasileiros se comparados com outros no mundo afora (comparações sempre muito polêmicas), mas na realidade a matéria é uma crítica a suposta ideologização do ensino por professores e autores de livros didáticos. A reportagem concluiu que esse rendimento de nossos alunos é resultado de uma doutrinação comunista-esquerdista que temos em nossas escolas. Isso é um absurdo! É uma reportagem elitista, autoritária (pois não da direito de resposta), arrogante e agressiva.

O texto começa de forma irônica (verdade que não tem graça nenhuma, como querem acreditar as jornalistas) e contraditória. Inicialmente, essas senhoras levantam, com enorme convicção, que não há conversas nos lares brasileiros sobre conteúdos desenvolvidos em sala de aula. Com isso, querem concluir a pouca importância da escola no cotidiano do aluno. Pura incompetência das autoras dessa brilhante reportagem. Talvez por ignorância pedagógica. O aluno não precisa lembrar de conteúdos de sala dizendo assim: “Ih Pai, sabe que ontem aprendi isso na sala como professor de ...”, seria até ridículo acontecer dessa maneira. É importante que o conhecimento seja espontâneo e que reflita a visão crítica do aluno sobre aquele conteúdo aprendido em sala, logo ele estará desenvolvendo conhecimento sim quando há uma discussão sobre racismo ou sobre o conflito da Geórgia com a Rússia. Além disso, essa parte inicial contradiz o foco principal da reportagem. Veja que destacar a influência nociva e ideológica de professores de geografia e história sobre a cabecinha dos indefesos alunos, dizendo que há uma doutrinação nessas aulas, através de posturas de caráter apenas ideológico e equivocado. Afinal, os professores influenciam ou não no comportamento dos alunos em seu cotidiano? Porque se somos um perigo a essas crianças e temos forte influência ideológica sobre elas, não entendo elas não comentarem nada sobre as aulas com os pais.

A reportagem é baseada numa pesquisa encomendada por VEJA à CNT/Sensus, evidente que a revista não divulga toda a pesquisa, mas apenas aquilo que é de seu interesse.
Num dos momentos de maior equívoco da reportagem, está na página 74 (linha 12), onde Veja concluiu que o péssimo rendimento de alunos brasileiros em comparação com estudantes estrangeiros está relacionado ao ensino de péssima qualidade no país, até ai não seria nenhum absurdo. Porém, é uma conclusão equivocada dentro da lógica desenvolvida pela reportagem, pois a revista faz uma analise apenas de livros-apostilas de geografia e história, mas nossos alunos (como a própria revista coloca) são avaliados em matemática e ciências. Por que Veja não avaliou livros de Matemática, Português, Física, Química e Ciências? A capa da revista faz ironicamente uma relação com a deficiência dos alunos com a escrita. Com isso, é fácil concluir, a revista não está disposta a discutir qualidade da educação e sim a ideologia de professores de geografia e história. Fico pensando o que Veja acha de disciplinas como Filosofia e Sociologia, pois estas estão chegando pra valer no ensino médio.
As jornalistas Monica Weinberg e Camila Pereira (guardem esses nomes) chegam a uma conclusão assustadora ao analisar a resposta de professores sobre a principal função deles em sala de aula. Para cerca de 70% dos professores, a principal função da escola é “formar cidadãos” (como fiquei feliz com essa resposta!). As jornalistas consideram isso um absurdo, uma demonstração clara da ideologização do ensino, considerando isso uma evidência da doutrinação nas escolas. Meu Deus! Elas precisam ser chamadas para o Ministério da Educação no Brasil ou para a direção das escolas de pedagogia de universidades brasileiras. A resposta dos professores é absolutamente perfeita. “Formar cidadãos” é discutir conteúdos, é incentivar o raciocínio, é discutir valores, é despertar para seus direitos e deveres, é construir solidariedade, é preparar para o mercado de trabalho, é desenvolver uma visão crítica da sociedade, enfim, “formar cidadãos” senhoras jornalistas é formar seres humanos que não se vendam profissionalmente para um meio de comunicação, produzindo um texto preconceituoso, desrespeitoso, arrogante e, sobretudo, cheio de argumentos falsos.
Um dos focos principais da reportagem é tentar considerar que educação deve ser imparcial (reparem como a discussão está relacionada a matérias como geografia e história), o que é um total absurdo. O pior é que elas sabem disso, sabem que isso é impossível em qualquer situação, em qualquer profissão e até mesmo em nossas relações sociais-familiares. As senhoras jornalista utilizam uma ferramenta do jornalismo que quer convencer através de uma suposta consulta a especialistas, os consultados por elas acreditam que a educação deve ser imparcial. Meu Deus! Quanta falsidade e falta de caráter. Existem milhões de especialistas que não concordam com isso, seja no Brasil ou no resto do mundo. Esse texto de Veja que estamos analisando, ele é imparcial? A imprensa no Brasil é imparcial? As senhoras Monica e Camila não defendem posições tendo uma visão de mundo? Pois se não fazem isso, não são seres humanos.
Numa outra parte da tal pesquisa, Veja pediu para alunos dizerem como os professores se referem (de maneira positiva, neutra ou negativa) a algumas personalidades históricas de destaque, são elas (segundo a reportagem): Lula, Che Guevara, Lênin e Hugo Chavez. Por que perguntar aos alunos sobre exatamente essas personalidades? Eu posso esclarecer. São personalidades odiadas por Veja, logo a revista usaria isso para criticar professores que falam positivamente de um desses personagens. Poderiam perguntar aos alunos o que os professores falam de Hitler ou de Bush. Dizer que Hugo Chavez é ditador não é ideologia, mesmo que ele tenha sido sempre eleito pelo povo venezuelano. Talvez democrático tenha sido o golpe proferido contra Chavez em 2002, um golpe apoiados pelos EUA. Dizer alguma coisa positiva de Chavez é ideologização do ensino, mas dizer que ele é ditador não é. Mas incoerência que isso não há. Eu gostaria muito de saber como é ser neutro em relação a uma personalidade histórica, deve ser como nos livros de história da época da ditadura militar no Brasil, apenas relatar factualmente as realizações dessas personalidades.

Um dos momentos mais tristes pra mim na leitura dessa reportagem foi a citação desrespeitosa, injusta, ignorante e covarde em relação ao educador brasileiro (já falecido) Paulo Freire. Reparem no que Veja fala do educador brasileiro: “.. ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização”. Meu Deus! É um comentário absurdo e uma total falta de respeito. Paulo Freire foi um cidadão que lutou sua vida toda pela democracia (foi perseguido pela ditadura no Brasil) e pelas injustiças sociais, tinha uma visão humanista da educação. Publicou cerca de 40 livros sobre educação, grande parte, traduzidos em várias línguas, inclusive o hebraico. Foi convidado para ser professor visitante da Universidade de Harvard em 1969.
Ainda existem citações sobre Karl Marx, muito citado por Veja como o grande pensador de influência dos professores, lógico, professores de história e geografia. Para Veja, isso é um absurdo por completo, uma demonstração de atraso dos professores. Há dois problemas dessa colocação, o primeiro é a falsa idéida dessa afirmação, pois afirmo que isso não é verdade. São poucos os professores que tem leitura sobre o marxismo (eu, por exemplo, não me considero um marxista, nem perto disso), muitos inclusive tem posição altamente conservadora, numa visão oposta aos conceitos teóricos de Marx. Segundo, é a questão de afirmar sobre a pouca importância de Marx atualmente. Para conhecimento dessas jornalistas, vou reproduzir um texto de uma questão da UNICAMP (talvez elas pretendam dar aulas nessa universidade de história ou geografia). Vejam o quanto Marx é obsoleto.
Leia o texto abaixo, publicado pela primeira vez na França, em 1848:
“A necessidade de mercados mais amplos para seus produtos empurrou a burguesia para todo o globo terrestre. (...) Através da explosão do mercado mundial, ela deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países. Em lugar das antigas necessidades, que se satisfaziam com a produção nacional, surgem agora novas necessidades, que para serem satisfeitas necessitam produtos de toda a Terra (...) em lugar da antiga autoeficiência e do antigo isolamento nacional, desenvolve-se em todas as direções um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações”

Adaptado de Manifest of the communist Party, Karl Marx e Friedrich Engels, edição preparada e anotada por Engels. Internacional Publishers, New York, 1932, pág. 37.

Sabe qual foi a pergunta da Unicamp? A pergunta foi sobre a atualidade desse texto, comparando com o processo de globalização. Já sei, a Unicamp foi parcial ou é comunista!
No final da reportagem, um colunista de Veja (Gustavo Ioschpe) cita duas pérolas inacreditáveis: “Pela mesma razão que o Estado é Laico, as aulas do Estado também deveriam ser politicamente neutras” e “acho que a formação política de cada um é sua prerrogativa individual, sujeita apenas a interferência dos pais”. Sobre a primeira parte já comentamos, não existe ser humano imparcial, quanto mais educação imparcial, isso é básico. Aliás, os que argumentam que a educação é imparcial, estão sendo profundamente parciais. Na segunda parte, pra mim, é mais ainda inacreditável. É considerar que um cidadão deve crescer apenas pela influência dos pais, fico imaginando um aluno chegando em sala de aula e dizendo para um coleguinha de classe: “você é um negro sujo” ou “eu vou pegar sua borracha porque sou mais forte” e ai o professor pergunta: “Quem ensinou isso pra você?”, o menino responde: “Meus pais”, ai o professor termina a discussão: “ah sim, tudo bem”.
Preciso comentar sobre os absurdos das analises feitas pelas jornalistas (segundo elas consultando especialistas) em relação a livros-apostilas APENAS de história e geografia (só tem um livro de português, mas que a analise é sobre uma questão histórica). São comentários grosseiros (usando expressões como “tolice” e “falsificação”), desrespeitosos, equivocados em quase todos os casos e alguns sem o mínimo de necessecidade. Além disso, são trechos de livros retirados de um contexto, logo é muito complicado analisar dessa maneira. Abaixo mostro alguns desse comentários (são quase 40 no total). Primeiro o trecho do livro, depois o comentário de Veja e por fim o meu comentário.
1) Apostila de História do Objetivo: “O mapa que mostra a rota da Coluna Prestes inclui o estado do Tocantins”. Comentário de Veja: o estado do Tocantins só foi criado em 1988. Marcelo Coelho: Meu Deus! Que erro da apostila, foi um erro tão impressionante que tenho medo dos alunos perderem a competição externa com outros alunos do exterior! Algumas perguntas que não querem calar: Veja comete erros em suas edições? As jornalistas já cometeram erros em reportagens? Será que o autor não fez isso exatamente para melhor compreensão dos alunos? Ele foi consultado desse suposto erro?
2) Livro Geografia do Brasil da Ed. Moderna: “Basta apertar um botão, via internet, para desvalorizar a moeda e ocasionar desequilíbrios financeiros e instabilidade política em certo país(...)” Veja: Simplificação tola produzida por má-fé e desconhecimento do funcionamento básico dos mercados internacionais de moeda”. Marcelo Coelho: Qual é o erro do autor? Em que situação ele doutrina um aluno falando isso? Será que nenhum economista concorda com essa tese levantada pelo autor? A crise asiática de 1997-98 não foi provocada, entre outros fatores, pela fuga de capitais especulativos? O texto do autor não é tolo e nem de má-fé, Marco Amorim Coelho é um autor sério e tradicional de livros didáticos de geografia, é uma descortesia dessas jornalistas duvidarem do caráter do autor. Reparem o texto na íntegra do livro: “Os capitais especulativos são investidos nos mercados financeiros de todo o planeta e podem sair do país de uma hora para outra, por influência de acontecimentos políticos, de especulação e até de boatos. Os diferentes espaços do planeta encontram-se interligados por uma rede informacional constituindo uma cibereconomia. Basta apertar um botão, via internet, para desvalorizar a moeda e ocasionar desequilíbrios financeiros e instabilidade política em certo país, com lucros para alguns e prejuízos consideráveis para outros”. Reparam a maldade de tirar um trecho de um texto, saindo totalmente do contexto. No que o autor está errado nesse texto?
3) Apostila de Geografia do COC: “Embora os robôs tenham trazido grande contribuição para o desenvolvimento industrial, o avanço da tecnologia contribuiu para o aumento do desemprego (estrutural) mundial”. Veja: o avanço da robótica resultou em mais e melhores empregos no médio prazo. O desemprego só é prevalente no mundo atualmente em países de baixa inserção tecnológica. Marcelo Coelho: Absurdo total! Existe hoje grande debate sobre os efeitos da automação e robotização no processo produtivo, muitos afirmam ser um processo redutor de empregos, mas também do surgimento de novos tipos de emprego, o problema está em mensurar esse efeito. Por isso, o autor não comete erro nenhum, pelo contrário, passa uma visão plenamente aceita como gabarito dos principais vestibulares do país. Existem países europeus com taxas de quase 20% da população desempregada e o Brasil apresenta uma taxa de aproximadamente 10%.
4) Livro Das Cavernas ao Terceiro Milênio da Ed. Moderna: “Em setembro de 1973, após três anos de desgaste minuciosamente orquestrado pela direita chilena – com assessoria internacional -, uma quartelada depôs Alende, que foi executado pelos golpistas”. Veja: O presidente Allende foi mesmo deposto por generais golpistas com a ajuda material e estratégica da CIA, mas desgastou-se pela própria incompetência e não foi assassinado. Suicidou-se. Marcelo Coelho: Talvez o pior de todos os comentários de Veja, pela incoerência e erros históricos. As jornalistas ou os especialistas consultados pelas jornalistas concordam com o envolvimento dos EUA-CIA, mas apenas consideram a incompetência do governo democrático de Allende fator para ter provocado sua queda. Essa visão é ideológica? Lógico que é. O autor relata uma visão de inúmeros de historiadores renomados no Brasil, é só consultar alguns livros universitários, alguns chegam a afirmar no grande apoio popular, sobretudo, dos menos favorecidos, que Allende tinha momentos antes do golpe. Queridas jornalistas, atualmente, muitos especialistas afirmam que Allende foi realmente assassinado.
5) Livro História da Ed. Moderna: “Muitos agricultores e vaqueiros seguiram o Conselheiro para fugir da exploração e da miséria a que estavam submetidos pelos fazendeiros da região (...) Nessa comunidade (Canudos)o trabalho e a produção eram divididos igualmente. Não havia cobrança de impostos e nem polícia.” Veja: Euclides da Cunha, em Os Sertões, relata que Antônio Conselheiro era um psicopata, que atraiu com sua pregação mística um exército de gente ínfima e suspeita, avessa ao trabalho”. Marcelo Coelho: Outra pérola dos comentários de Veja. Analise superficial, tendenciosa, elitista e atrasada. Afinal quem está certo Euclides ou centenas de historiadores que classificam Canudos como um importante movimento social brasileiro? Veja, tão moderna, utilizou uma visão ultrapassada desse movimento, uma visão dos governantes da República Velha, mais um erro de atualização histórica. Além disso, existe um erro literário, eu diria até proposital. Euclides reconheceu no final de sua obra que teve uma visão elitista de Canudos, mudou de idéia quando foi pessoalmente ao interior da Bahia.
6) Livro Projeto Radix de história da Ed. Scipione: “As políticas neoliberais agravaram as desigualdades econômicas e sociais em todo o mundo”. Veja: Falsificação. As políticas neoliberais tiraram quase 400 milhões de chineses da miséria. No Brasil e no Chilhe, criaram um classe média majoritária”. Marcelo Coelho: Um absurdo, ou melhor, inúmeras falsificações como as jornalistas gostam de dizer. A China não tem nada nada nada nada de neoliberal, é no mínimo não conhecer a realidade chinesa. Mesmo com as reforma de Deng Xiaoping em 1978, o governo chinês tem feito reformas econômicas com forte presença do Estado em vários segmentos produtivos e sociais do país. A desigualdade social na China é crescente, o IDH chinês é pior do que do Brasil. Achei lindo ver a Veja defendendo o modelo político ditatorial Chinês. Talvez essa seja a grande diferença entre o modelo chinês e o de Hugo Chavez na Venezuela, o primeiro satisfaz as necessidades políticos-econômicas capitalistas, já o segundo segue em oposição. Parabéns a Veja, forte defesa de uma brutal DITADURA como a China. Que incoerência!
7) Livro Construindo a Geografia da Ed. Moderna: “Por meio da televisão, as empresas transformam as unidades familiares em consumidoras de seus produtos e estabelecem padrões de comportamento”. Veja: Os espectadores são reduzidos a seres desprovidos de vida inteligente. Marcelo Coelho: Meu Deus! Que comentário ridículo, sem o menor fundamento, sem nenhuma contestação ao trecho escrito pelo autor. É de conhecimento, até de um mineral, que a uma brutal influência da TV no padrão de consumo das sociedades. Por que as empresas pagam fortunas por propagandas nas TVs? Já sei, deve ser para divertir o cliente. Que fofo!
8) Livro Geografia, Ensino Médio da Ed. Ática: “Sem dúvida, a chamada sociedade de consumo, na qual, para ser feliz, não basta consumir o necessário, mas, se possível, também o supérfluo, acabou por conferir às relações do homem com o meio ambiente um caráter extremamente agressivo”. Veja: O autor poderia esclarecer primeiro qual sociedade não é de consumo. A comunista? Nenhum regime conseguiu poluir mais a terra, água e o ar do que o comunista. Marcelo Coelho: Meu Deus! (é uma das piores, sem dúvida) O autor está absolutamente correto, fico com medo de meus alunos acreditarem em Veja, pois assim vão errar no vestibular. Todas as universidades em seus vestibulares concordam com essa tese. Todas! Leonardo Boff (um louco esquerdistas ultrapassado para Veja e suas imparciais jornalistas, com certeza) já disse: “Coloca-se assim uma bifurcação: ou o capitalismo triunfa ao ocupar todos os espaços como pretende e então acaba com a ecologia e assim põe em risco o sistema-Terra ou triunfa a ecologia e destrói o capitalismo, ou o submete a tais transformações e reconversões que não possa mais ser reconhecível como tal”. Olha a pergunta da prova de Geografia da UFRJ em 2005: Relacione o agravamento dos problemas ambientais globais com as tendências de expansão dos padrões de consumo dos países ricos para o resto do mundo. Agora reparem o gabarito da UFRJ: Os padrões de consumo dos países ricos estão baseados no uso intensivo de fontes não renováveis de energia, na baixa eficiência dos processos de aproveitamento dos recursos naturais e na redução indiscriminada da diversidade biológica. Tais padrões, se adotados pela maioria da população do planeta, podem agravar os problemas ambientais devido ao aumento de emissões dos gases de estufa, e à poluição e contaminação do ar, da água e do solo pelos resíduos resultantes do uso ineficaz dos recursos naturais. A UFRJ deve ser comunista!
9) Projeto de Ensino de Geografia da Ed. Moderna: “A globalização reproduz e aprofunda as antigas desigualdades sociais: parcela significativa da população mundial é excluída do consumo de bens e serviços essenciais”. Veja: Parcela significativa da população mundial sempre esteve excluída do consumo de bens e serviços essenciais. A globalização do sistema capitalista de economia de mercado aliada à democratização burguesa diminuiu o número de pobres no mundo de 56% da população para 23%. Marcelo Coelho: Demétrio Magnoli, o autor do livro, já foi entrevistado por Veja algumas vezes. Talvez a revista pudesse escolher melhor esses entrevistados. As jornalistas confundem pobreza com desigualdade social. O Peru é um país em termos socioeconômicos muito mais pobre que o Brasil, mas nós temos uma desigualdade social maior. Em 1960, a diferença econômica entre as nações mais ricas do planeta (cerca de 20%) e as mais pobres (cerca de 20%) era de 30 vezes, atualmente esse valor ultrapassa 70 vezes. As jornalistas devem tomar cuidados com dados utilizados, pois O GLOBO (16.11.2007) noticiou recentemente que a pobreza na América Latina diminuiu em 2006 e que os principais países responsáveis por esse processo foram Brasil (da besta Lula, adjetivo utilizado por Diogo Mainardi, colunista de Veja), Argentina e Venezuela (do ditador, corrupto, feio, chato, nojento, bobo Hugo Chavez).
10) Livro Geografia da Ed. Quinteto Editorial: “Os meios de comunicação de massa são formadores de opinião, que divulgam apenas idéias de seu interesse”. Veja: O autor está em boa companhia. Foi exatamente essa a justificativa dada pelo ditador Fidel Castro ao fechar os jornais em Cuba e lançar o órgão monopolista oficial de “formação política”, o diário Granma. Marcelo Coelho: As jornalistas fugiram do assunto. A questão cubana não era o foco de discussão do autor. Em qualquer sociedade, os meios de comunicação de massa, sejam estatais ou privados são formadores de opinião sim, assim como professores, pais e padres, entre outros. Cabe ao cidadão ser capaz de ter um senso crítico sobre aquilo que está ouvindo e/ou vendo. Os meios de comunicação, de um modo geral, refletem o interesse de seus patrocinadores, isso é mais claro do que a água ou as jornalistas acham que vamos acreditar na imparcialidade da imprensa. Parabéns ao autor do livro.
Tenho que parar a analise desses trechos por aqui, pois estamos com muitas linhas já escritas, mas poderia continuar, por que os comentários são lamentáveis em outras analises das “doutoras” jornalistas (ou dos especialistas que elas dizem ter consultado).
Quase todos os comentários são de assuntos polêmicos, com opiniões que podem ser sim diferentes entre autores, professores, alunos, pais, jornalistas e tudo mais que possa pensar. Veja defende a censura ou controle estatal dos livros? Qual seria a solução disso? Faltou mostrar a verdadeira intenção da reportagem.
Prestem atenção para esse texto, acho bem interessante para essa polêmica: “O que é capitalismo? É o sistema econômico e social caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção, pelo trabalho assalariado, pela acumulação de capital e pelo foco primordial no lucro”. Que texto absurdamente parcial! Deve ser de alguma cartilha (termo usado pejorativamente pelas jornalistas para se referir a livros e apostilas) comunista. Talvez um panfleto do PSTU ou do PSOL. Não, caros amigos e queridas jornalistas, esse texto é de uma publicação da Editora Abril (a mesma da Veja). Acreditem! É uma publicação voltada para vestibulandos: História Vestibular (edição 2008, página 52). Que vergonha Editora Abril! Doutrinando os alunos?
Por fim, gostaria de esclarecer que meu texto é parcial, pois não sou mal caráter de não reconhecer uma conclusão óbvia. Mas o texto de Veja não, esse é uma total imparcialidade (uma revista que pauta por isso realmente, vide a capa de uma edição de Veja de 1988, onde o ex-presidente Fernando Collor é apresentado ao povo como Caçador de Marajás, isso que é imparcialidade). O importante é ter caráter para assumir uma posição, contanto que ela não passe informações equivocadas e que não prejudique o outro. Desculpem meus queridos e freqüentes leitores, mas usei muito do deboche e da agressividade como forma de responder no mesmo tom o texto simplista e vulgar dessas jornalistas. Por que vender a dignidade profissional dessa maneira?
É um carnaval de generalização de fatos, de agressões morais fora do contexto (estou indignado como o caso de Paulo Freire), de acusações sem conhecer a pessoa, onde não há nenhum espaço para resposta dos autores. Uma arrogância descomunal, sem propósito, ofensiva.
São inúmeras páginas onde poderíamos discutir assuntos importantes, inclusive as dificuldades de atualização dos professores, a deficiência da infra-estrutura escolar e os próprios erros de livros e apostilas, mas erros de conteúdo realmente, não supostas polêmicas e em todas as matérias. Não entendo uma coisa. Por que só analisar livros de História e Geografia. Por quê?
Por último, queria convidar as jornalistas da reportagem para assumirem a elaboração de livros de história e geografia e de ministrarem aulas em colégios, cursos e universidades desse país. Mas lembrem-se, os livros e as aulas devem respeitar a neutralidade em relação aos conteúdos apresentados. Duvido.
Me ajudem a divulgar esse texto, reproduzam pela internet. Por favor!
Professor Marcelo Coelho
Geografia

Um comentário:

Anônimo disse...

nossa, que "horror" a parte da revista veja.
acho que nao tenho comentários, pois tudo o que é o certo o professor defendeu com a suas proprias palavras.
nota 10 essa argumentação dele
grande abraço