terça-feira, 5 de agosto de 2008

AUMENTA O NÚMERO DE PESSOAS QUE SE ENCONTRAM NA CLASSE MÉDIA !

A Imagem acima ilustra uma pesquisa da FGV, a respeito do aumento do percentual de pessoas agora consideradas da Classe Média, que tem melhor poder de compra, leia a reportagem abaixo:


Pobreza diminui, número de ricos aumenta e classe média cresce, afirmam estudos do Ipea e da FGV, Da Redação
Dois estudos divulgados nesta terça-feira (5) mostram mudanças nas classes sociais brasileiras em seis regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.


Um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas) revela que o número de pessoas pobres -com renda igual ou inferior a meio salário mínimo- caiu de 35% para 24,1% no período de 2003 a 2008.


Ao analisar a outra ponta da população, o levantamento mostra que o número de indivíduos pertencentes a famílias com renda mensal igual ou superior a 40 salários mínimos (R$ 16,6 mil) cresceu de 0,8% para 1%.


A expectativa para 2008 é que 11,3 milhões de pessoas estejam na linha da pobreza.



Análise: Concentração de renda ainda é "indecente", afirma economista



Em relação à classe média, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que ela já representa mais da metade da população brasileira (51,89%); em abril de 2002, esse número era de 44,19%.


A FGV define a classe média como famílias que possuem renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591 (R$ 214 a R$ 923 durante o mês por pessoa).


O estudo da FGV também revela que a elite -famílias com renda superior a R$ 4.591- cresceu: em abril de 2002 correspondia a 12,99% e em 2008 corresponde a 15,52%.


Da mesma forma, a pesquisa revela que a pobreza diminuiu. Em abril de 2002, a taxa de "miseráveis e remediados" (que representam as classes "D e E"), como menciona a pesquisa, era de 42,82%, esse número diminuiu para 32,59% em abril de 2008.


A pesquisa da FGV levou em conta dados do Ministério do Trabalho e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Dados do Ipea, o levantamento do Ipea se baseia em dados do IBGE. O Ipea considera como rendimento apenas a renda proveniente da remuneração do trabalho, o que exclui qualquer tipo ganhos por investimentos.


Márcio Pochmann, presidente do Ipea, aponta como fatores que levaram à diminuição da pobreza a expansão da economia, a promoção de programas sociais e uma série de políticas mais focadas nos pobres, além do aumento de salário mínimo. "Isso mostra que o ganho de produtividade acumulado na economia não está sendo repassado para os salários. Ao não repassar esses ganhos, os produtores terminam formando um segmento mais privilegiado da população", avalia Pochmann.


Para ilustrar como os ganhos na produtividade não chegam aos salários, a pesquisa usa dados da indústria brasileira, segundo os quais os ganhos chegaram a 22,6% entre 2001 e 2008. Neste mesmo período, a folha de pagamento por trabalhador cresceu 10,5%. "O setor da indústria tem um sindicato muito forte. Se neste setor o ganho de produtividade não está sendo repassado para o salário, em outros setores a diferença deve ser bem maior", analisa Pochmann.Ipea também aponta crescimento da classe médiaEm relação à classe média, o instituto, assim como a FGV, aponta crescimento. Em 2002, ela representava dois terços da população nacional e agora chega a representar quase três quartos da população.


"O Brasil está passando da pobreza absoluta para a pobreza relativa, se analisarmos a diferença entre a base e o topo da pirâmide", diz Pochmann. "A classe média emergente está aumentando", completa. Apesar do bom resultado, Ladislau Dowbor, professor titular de Economia da PUC de São Paulo, considera que ainda "não dá para comemorar, pois o drama continua". "Eu acompanho as políticas econômicas nas últimas décadas e vejo que pela primeira vez temos avanços equilibrados no plano econômico e social. Isso é extremamente positivo e poderoso. Mas nosso ponto de partida é trágico. Continuamos a ter uma concentração de renda simplesmente indecente, indecorosa, quando comparada a outros países", afirmou o professor, em entrevista.


ComparaçõesA avaliação de cada região metropolitana pesquisada mostra que Belo Horizonte apresentou a maior queda na pobreza, segundo o Ipea.


Em 2002, 38,3% das pessoas viviam abaixo da linha da pobreza. Em 2008, o percentual passou para 23,1%. Na análise dos números absolutos, contudo, São Paulo e Rio de Janeiro apresentam as maiores baixas na população mais pobre. Em São Paulo, a população com rendimento mensal abaixo de meio salário mínimo diminuiu em 1,152 milhão de pessoas, entre 2002 e 2008. No Rio, a redução foi de 571 mil pessoas.


Vale lembrar que São Paulo e Rio de Janeiro são as duas regiões metropolitanas com a maior população do país.Para 2008, o percentual de pobres em São Paulo deverá ficar em 20,7%, o segundo mais baixo entre as regiões analisadas pela pesquisa, atrás de Porto Alegre (20%). O maior percentual deverá ser o de Recife, com 43,1%, de acordo com as estimativas do instituto. Da mesma forma, a região metropolitana de São Paulo contribuía com 50,9% do total de indivíduos com renda familiar acima de 40 salários mínimos em 2007.


Esta participação era de 52,2% em 2002. O Rio de Janeiro abriga 21,4% dos que têm ganhos superiores a R$ 16,6 mil e foi a única região metropolitana a aumentar esta participação, ao lado de Belo Horizonte. Mas, se no Rio a participação dos ricos teve aumento discreto, passando de 21,3% em 2002 para 21,4% em 2007, na região metropolitana da capital mineira a variação foi bem maior. Em 2002, a classe mais alta representava 6,9% do total verificado nas regiões metropolitanas. Cinco anos depois, chegou a 10,6%.

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