A imagem acima, se refere a, gráficamente, localização na crosta oceânica, do que pode ser chamado de CAMADA PRÉ-SAL!
O QUE É O PRÉ-SAL ?
O pré-sal é uma camada de reservatórios que se encontram em camada de sal que abrange o litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, ao longo de 800 quilômetros de extensão por até 200 quilômetros de largura, em lâmina d ? água que varia entre 1,5 mil e 3 mil metros e soterramento entre 3 mil e 4 mil metros.
O pré-sal é uma camada de reservatórios que se encontram em camada de sal que abrange o litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, ao longo de 800 quilômetros de extensão por até 200 quilômetros de largura, em lâmina d ? água que varia entre 1,5 mil e 3 mil metros e soterramento entre 3 mil e 4 mil metros.
O Gráfico acima, reflete o que pode ser um considerável potencial para um país que possui exploração de petróleo em um a camada PRÉ-SAL !
Agora, estaremos lendo, reportagens a repsito do tema, publicadas no dia de hoje!
LULA DECIDE CRIAR ESTATAL DO PRÉ-SAL !
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em reunião à tarde com presidentes e líderes de partidos aliados, que criará uma nova estatal para cuidar apenas das reservas de petróleo da camada do pré-sal que ainda não foram leiloadas. Lula disse que já decidiu que "é preciso uma empresa que só cuide disso", segundo relatos de pessoas que estiveram na reunião.
A reportagem é de Kennedy Alencar e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 20-08-2008.
O presidente afirmou que vai usar os recursos da extração futura do petróleo do pré-sal para "eliminar a miséria", "aplicar em educação" e "beneficiar o povo", sempre de acordo com relatos dos que estiveram na reunião. Não foi discutido como isso seria feito.
MODELO NORUEGUÊS GANHA FORÇA NO PLANALTO !
O modelo norueguês vem ganhando cada vez mais força nas discussões do governo sobre o novo marco regulatório para o setor petrolífero brasileiro. Ontem, o grupo de ministros encarregado de elaborar as novas regras para a exploração do petróleo no chamado pré-sal (uma reserva que se encontra a 7 mil metros de profundidade, numa faixa litorânea que se estende de Santa Catarina até o Espírito Santo) examinou modelos adotados por 12 países produtores de petróleo. “A pedido da comissão, foi detalhado mais o modelo da Noruega”, disse ao Estado um participante da reunião.
O modelo norueguês vem ganhando cada vez mais força nas discussões do governo sobre o novo marco regulatório para o setor petrolífero brasileiro. Ontem, o grupo de ministros encarregado de elaborar as novas regras para a exploração do petróleo no chamado pré-sal (uma reserva que se encontra a 7 mil metros de profundidade, numa faixa litorânea que se estende de Santa Catarina até o Espírito Santo) examinou modelos adotados por 12 países produtores de petróleo. “A pedido da comissão, foi detalhado mais o modelo da Noruega”, disse ao Estado um participante da reunião.
A reportagem é de Lu Aiko Otta e Leonardo Goy e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-08-2008.
Os noruegueses criaram uma empresa 100% estatal chamada Petoro, que tem 60 funcionários. Ela não explora diretamente o petróleo, como faz a Petrobrás, mas entra como sócia de empresas que operam os poços. Os ganhos da Petoro serão gastos majoritariamente para garantir benefícios previdenciários das futuras gerações.
A Petoro envia tudo o que ganha para um fundo de pensão, que atua como se fosse um fundo soberano. O dinheiro é investido no exterior, na compra de ações e bônus. Apenas os dividendos são gastos. Somente 4% do dinheiro do fundo pode ser usado na economia interna a cada ano. No ano passado, os ativos do fundo somavam US$ 396,5 bilhões.
Apesar da simpatia pelo modelo norueguês, não está certo que o Brasil vá copiá-lo. “Estamos apenas estudando, não estamos dizendo que vamos aplicar o modelo”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, após a reunião do grupo interministerial. Ele acrescentou que serão necessárias mais seis ou oito reuniões para que os ministros cheguem a uma proposta. Um novo encontro será feito ainda esta semana. “A reunião foi meramente informativa, não houve decisão”, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Ele contou que foi apresentada uma comparação entre os fundos soberanos criados por vários países produtores de commodities, como o petróleo.
O estudo foi apresentado pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. “Todos eles são jabuticabas”, comentou Miguel Jorge, citando Barbosa. “Um é diferente do outro, porque houve razões diferentes para a criação desses fundos.” É provável, portanto, que o Brasil produza sua jabuticaba a partir dos modelos estudados. Lobão observou que todos os países estudados aplicam os recursos do petróleo no exterior.
Questionado se isso tornaria inviável a idéia do presidente Lula de utilizar os recursos do pré-sal para investir em educação, ele comentou: “Se a decisão for essa, pode-se perfeitamente conciliar uma coisa com a outra, reservando-se uma parte dos recursos para investimentos em educação e saúde e a outra parte para a formação do fundo soberano no exterior”.
Para Lobão, o fundo soberano garante “absoluta segurança econômica” dos países, pois esses poderão sacar recursos do exterior sempre que houver necessidade. As receitas do petróleo também permitem aos produtores eliminar o déficit nas contas externas. Além da exposição sobre os modelos internacionais de gestão, os ministros tiveram uma explicação sobre a extensão do pré-sal.
FALTA DE CAPITAL, PODE SER
PROBLEMA PARA NOVA ESTATAL !
A decisão de aprofundar preferencialmente os estudos sobre o modelo norueguês de gestão das reservas, exploração e produção de petróleo impõe ao governo brasileiro o desafio de dizer, também, o que fazer com o dinheiro da securitização das reservas do pré-sal, se esse for o modelo adotado para capitalizar a estatal. Ao contrário da estatal da Noruega, a Petoro, que herdou parte do dinheiro de um fundo do petróleo existente, a futura estatal brasileira não vai nascer capitalizada.
A decisão de aprofundar preferencialmente os estudos sobre o modelo norueguês de gestão das reservas, exploração e produção de petróleo impõe ao governo brasileiro o desafio de dizer, também, o que fazer com o dinheiro da securitização das reservas do pré-sal, se esse for o modelo adotado para capitalizar a estatal. Ao contrário da estatal da Noruega, a Petoro, que herdou parte do dinheiro de um fundo do petróleo existente, a futura estatal brasileira não vai nascer capitalizada.
A reportagem é de Rui Nogueira e Christiane Samarco e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-08-2008.
Isso significa, na prática, que o governo brasileiro precisa, antes de mais nada, arrumar dinheiro para investir na exploração do pré-sal, e transformá-lo em dividendos. Por esse caminho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros terão de arquivar, pelo menos no curto prazo, o discurso sobre o uso do dinheiro do pré-sal “para resolver os problemas de milhões de pobres que estão aí”. Dentro da comissão interministerial brasileira do pré-sal existe um grupo que estuda a possibilidade de lançar títulos lastreados na riqueza dessas super-reservas. Os investidores comprariam esses papéis garantidos pelo petróleo e pela segurança do Tesouro como proprietário exclusivo e estratégico do petróleo - argumentam que é mais fácil atrair investidores desse jeito, do que deixando a Petrobrás como tutora desses campos, uma vez que mais da metade dos acionistas são grupos privados.
A Petoro é - acima de tudo, e discursos nacionalistas à parte, o que ainda não foi suficientemente destacado no debate brasileiro - uma grande investidora que, por decisão estratégica e unilateral do governo, vira sócia das empresas privadas na exploração das megarreservas norueguesas. Investe muito, mas também ganha muito e rende muito para os cofres do Estado. Portanto, se a estatal brasileira quiser desempenhar esse papel, a pergunta que os especialistas se fazem é esta: de onde virá o dinheiro para investir como sócia nos projetos de exploração? Diante do nascimento de uma estatal descapitalizada, os especialistas dizem que o governo brasileiro precisa sinalizar claramente que o dinheiro recolhido com a securitização será integralmente usado para investir na exploração e produção. Não pode ser usado - pelo menos até que o pré-sal gere efetivamente recursos para constituir um fundo bilionário para investimentos intergeracionais - em projeto de redenção da pobreza, educação e outros programas sociais.
PRÉ-SAL, OPORTUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES INDUSTRIAIS !
“É fácil imaginar a ruptura que significa o anúncio das descobertas das grandes acumulações de petróleo na camada de pré-sal, que se estende pela plataforma continental de Santa Catarina até o Sul da Bahia, 6.500 metros abaixo do nível do mar e sob lâmina d´água de 2.500 metros de profundidade. Para se ter uma idéia da dimensão da descoberta, enquanto todo o petróleo já extraído no Brasil perfaz o montante de 11,5 bilhões de barris e o volume das reservas provadas hoje é de 12 bilhões de barris, as reservas prováveis do pré-sal poderão facilmente passar os 80 bilhões de barris”. O comentário é de David Kupfer, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Indústria e Competitividade (GIC-IE/UFRJ), em artigo publicado no jornal Valor, 20-08-2008.
Segundo ele, “é certo que as descobertas do pré-sal significam quebra das equações de risco que usualmente comandam as operações das empresas petrolíferas. Fundamentalmente, o risco geológico é pequeno ou nulo no pré-sal. Adicionalmente, o risco político é hoje não apenas baixo como declinante, como atesta, dentre outros fatos, a recente elevação do país ao grau de investimento. Resta o risco econômico-financeiro relacionado às condições do mercado mundial de petróleo, em especial na determinação dos preços e quantidades futuras das diversas fontes de energia. Também nesse plano, tudo indica que os preços do petróleo, mesmo que não se sustentem nos valores estratosféricos da atual conjuntura, dificilmente recuarão para níveis que não dêem rentabilidade às operações no pré-sal”.
E o economista continua:
“Alguns analistas receiam que a entrada do Brasil como exportador de petróleo em grande escala traga um risco de doença holandesa para a economia nacional, retirando a competitividade cambial da indústria de transformação e deprimindo o potencial de desenvolvimento nacional. No entanto, esse risco pode ser afastado por meio de um elenco de políticas que hoje, mais do que nunca, estão ao alcance do governo brasileiro.”
É possível, em primeiro lugar, constituir um fundo soberano que preserve a riqueza para o futuro. Em segundo lugar, a folga fiscal proporcionada pela taxação da renda petrolífera pode abrir uma gama de possibilidades de reestruturação das contas públicas brasileiras, propiciando enfim uma base concreta para a implementação de uma reforma tributária "de verdade", que certamente terá importantes impactos pró-competitivos. Em terceiro lugar, há chances reais de inverter a curva crescente de custos de energia e transportes que, tanto quanto a valorização cambial e a tributação, vêm retirando competitividade da indústria brasileira. Em quarto lugar, e talvez o mais importante, há a possibilidade de colocar em prática uma política industrial e tecnológica que transforme o pré-sal em uma grande oportunidade de desenvolvimento de atividades industriais e de serviços de alto valor agregado”.
Segundo ele, “é certo que as descobertas do pré-sal significam quebra das equações de risco que usualmente comandam as operações das empresas petrolíferas. Fundamentalmente, o risco geológico é pequeno ou nulo no pré-sal. Adicionalmente, o risco político é hoje não apenas baixo como declinante, como atesta, dentre outros fatos, a recente elevação do país ao grau de investimento. Resta o risco econômico-financeiro relacionado às condições do mercado mundial de petróleo, em especial na determinação dos preços e quantidades futuras das diversas fontes de energia. Também nesse plano, tudo indica que os preços do petróleo, mesmo que não se sustentem nos valores estratosféricos da atual conjuntura, dificilmente recuarão para níveis que não dêem rentabilidade às operações no pré-sal”.
E o economista continua:
“Alguns analistas receiam que a entrada do Brasil como exportador de petróleo em grande escala traga um risco de doença holandesa para a economia nacional, retirando a competitividade cambial da indústria de transformação e deprimindo o potencial de desenvolvimento nacional. No entanto, esse risco pode ser afastado por meio de um elenco de políticas que hoje, mais do que nunca, estão ao alcance do governo brasileiro.”
É possível, em primeiro lugar, constituir um fundo soberano que preserve a riqueza para o futuro. Em segundo lugar, a folga fiscal proporcionada pela taxação da renda petrolífera pode abrir uma gama de possibilidades de reestruturação das contas públicas brasileiras, propiciando enfim uma base concreta para a implementação de uma reforma tributária "de verdade", que certamente terá importantes impactos pró-competitivos. Em terceiro lugar, há chances reais de inverter a curva crescente de custos de energia e transportes que, tanto quanto a valorização cambial e a tributação, vêm retirando competitividade da indústria brasileira. Em quarto lugar, e talvez o mais importante, há a possibilidade de colocar em prática uma política industrial e tecnológica que transforme o pré-sal em uma grande oportunidade de desenvolvimento de atividades industriais e de serviços de alto valor agregado”.
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