terça-feira, 5 de agosto de 2008

GENOCÍDIO EM RUANDA, 14 ANOS DEPOIS !

O mapa acima caracteriza RUANDA, país da proção central do continente africano, marcado por conflitos e um genocídio a 14 anos ! O genocídio praticado em Ruanda é o evento mais trágico da segunda metade do século passado;
todavia, quatorze anos depois, ele está quase totalmente esquecido. A Ruanda pré-colonial certamente não era um país onde todos tinham dignidade suficiente e oportunidade; havia divisões sociais, tribais; as monarquias distribuíam privilégios e riqueza de maneira articulada. Mas os colonizadores – inicialmente alemães e, depois, belgas – tiveram grande responsabilidade na exasperada divisão do país entre dois grupos rivais, os hutus e os tutsis.

Em 1932, quando os belgas criaram o documento de identidade étnica, chegou-se a uma situação sem retorno: os twás, além dos hutus e os tutsis, viram-se oficialmente divididos.Os colonizadores atribuíram privilégios e cargos de comando apenas a uma restrita elite dos tutsis, despertando o ódio crescente nos hutus. Depois de deixar o país, os colonizadores assistiram à tomada do poder pela maioria hutu, até então oprimida, sem a preocupação de refrear as tensões causadas por sua política criminosa.Durante os anos setenta, quando Juvenal Habyarimana chegou ao poder, um grande número de países ocidentais concedeu ao país enorme crédito político, mas principalmente econômico. O auxílio externo equivalia a 22% do Produto Interno Bruto, com rasgados elogios do Banco Mundial, apesar de Habyarimana reprimir de modo sistemático e duro os dissidentes.

O envolvimento de potências estrangeiras, e sua conseqüente responsabilidade, foram crescendo cada vez mais. A aceleração na direção do genocídio agravou-se em 1990. A Frente Patriótica Ruandesa, formação político-militar dos tutsis egressos do país após o fim do colonialismo, atravessou a fronteira da Uganda e iniciou a guerra civil.

A França se alinhou ao governo de Habyarimana mas, para alimentar o conflito, chegaram também armas egípcias, britânicas, italianas, sul-africanas, israelenses, do Zaire e de outros países.

Ruanda, pequeno país, famoso por sua miséria, tornou-se o terceiro país africano na importação de armas.

Entre janeiro de 1993 e março de 1994, graças sobretudo a financiamentos franceses, adquiriu da China 581.000 machetes (sabre de artilheiro, com dois gumes), armas impróprias, mas de preço acessível. Nenhuma potência ocidental ou organismo internacional monitorou seu comércio, nem impôs proibições; assim é que, nos mercados de Ruanda, é mais fácil encontrar granadas do que frutas ou verduras.

Agora leia a Notícia publicada nos jornais de hoje:

Ruanda acusa França de participação no genocídio de 1994
KIGALI (AFP) — Ruanda acusou nesta terça-feira a França de ter participado da execução do genocídio de 1994, e pediu que 13 políticos e 20 militares franceses sejam levados a julgamento, em um comunicado do Ministério da Justiça, que resume as conclusões de uma comissão de investigação. O ministro da Justiça ruandês, Tharcisse Karugarama, apresentou à imprensa nesta terça-feira as conclusões do relatório de 500 páginas da comissão de investigação ruandesa sobre o papel da França no genocídio, o qual afirma que Paris estava "a par dos preparativos e participou nas principais iniciativas e em sua execução".
"Vários militares franceses cometeram eles mesmos assassinatos de tutsis e de hutus acusados de esconder tutsis. Os militares franceses também cometeram inúmeras violações com sobrevientes tutsis", afirma o documento.
"Ante a gravidade dos fatos alegados, o governo ruandês ordenou às instâncias competentes a empreeder as ações necessárias para levar os responsáveis políticos e militares franceses incriminados a reponder por seus atos ante a justiça", prossegue o texto.
O genocídio ruandês deixou, segundo a ONU, cerca de 800.000 mortos, entre a minoria tutsi e os hutus moderados. O atual governo ruandês, dirigido pela minoria tutsi, acusou em várias ocasiões a França de ter treinado e armado os autores do genocídio, o que Paris sempre desmentiu. Kigali rompeu no final de 2006 as relações diplomáticas com Paris depois que o juiz francês Jean-Louis Bruguière reclamou que o presidente Paul Kagame fosse julgado por sua suposta participação no atentado contra o avião do ex-presidente ruandês Juvenal Habyarimana em 6 de abril de 1994, fato que foi detonador do genocídio.


François Mitterrand e Dominique de Villepin estariam envolvidos no massacre que deixou mais de 800 mil mortos. O ministro das Relações Exteriores da França declarou que os oficiais do governo ainda estão analisando as acusações listadas no documento, e que por enquanto não fará comentários sobre a questão. O governo de Ruanda e organizações de sobrevivente dos genocídio há tempos acusam a França de treinar milícias armadas e antigas tropas governamentais que lideraram o genocídio. Mas as últimas acusações apresentadas são as mais detalhadas já divulgadas e apontam nominalmente altos funcionários franceses.
Mitterrand e Villepin aparecem em uma lista de dezenas de outros nomes no final do documento, acusados de darem apoio de natureza "política, militar, diplomática e logística."
Militantes hutu e tutsis se enfrentaram durante o massacre, que aconteceu entre abril e julho de 1994. Autoridades francesas negaram várias vezes que a França ajudou as forças hutu.
"Soldados franceses estão diretamente envolvidos nos assassinatos", declarou o reporte de Ruanda, compilado por uma equipe de investigadores indicada pelo governo. "Os soldados franceses cometeram vários estupros, especialmente de mulheres tutsi", acrescenta.
O ministro da justiça de Ruanda Tharcisse Karugarama afirmou que o país não tem planos imediatos para lançar acusações formais, mas o reporte "pode ser uma base para potenciais acusações individuais ou contra o Estado."
Em 1998, um painel parlamentar francês absolveu a França de ter responsabilidade no massacre. Mas congressistas afirmaram que os governos franceses deram suporte diplomático e militar para o governo extremista de Ruanda entre 1990 e 1994.

Um comentário:

Áurea disse...

Prof. Mário,

Nestes dias tenho andado muito ocupada com meu trabalho, pois estou trabalhando em 2 lugares.
O template que sua colega utiliza é de minha autoria, no Templates para Você tem o post onde ele está disponível, lá ensino como utilizar os recursos que ele apresenta ao lado esquerdo tem uma widget que ensina COMO INSTALAR SEU TEMPLATE. Por enquanto é o que eu posso fazer por você!
Att,
Áurea