domingo, 16 de novembro de 2008

CÚPULA DO G 20 - DESTINO DA ECONOMIA GLOBAL - PARTE 2

Os principais líderes mundiais reunidos na cúpula do G-20 se comprometeram neste sábado (15) a fazer o que for necessário para proteger o sistema financeiro mundial de um colapso, depois da séria crise provocada pelo desmoronamento do mercado de hipotecas dos Estados Unidos.

Entre as medidas a serem adotadas estão a reforma das instituições financeiras multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Um novo encontro do G-20 para avançar sobre a generalização apresentada no encontro de hoje será realizada em 30 de abril do ano que vem. O presidente da França, Nicholas Sarkozy, sugeriu que o encontro seja em Londres, já que o Reino Unido assumirá a presidência rotativa do grupo, que hoje está com o Brasil. No documento final do encontro, realizado neste sábado, os líderes afirmaram que é preciso definir as base de uma reforma que assegure que crises globais não aconteçam de novo. Além disso, eles se comprometem a aplicar medidas fiscais para estimular as economias nacionais e estabelece cinco áereas em que terão que atuar antes de 31 de março de 2009.
As áreas são: a reforma dos aspectos de regulação, as normas de contabilidade, a transparência dos mercados de derivativos, as práticas de remuneração e a avaliação das necessidades de capital das instituições financeiras internacionais.
Mas eles não se comprometeram com a coordenação de cortes de juros ou de gastos públicos para conter o que pode ser uma recessão global profunda, dizendo que quaisquer ações estão abertas a cada país, de acordo com o texto.

Reformas
Em referência ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (BM) os líderes propuseram sua reforma para adaptá-los aos desafios dos tempos atuais. Os chefes de Estado e de governo do G20 prometeram dar um maior peso nestas entidades às nações em desenvolvimento, incluídas as mais pobres. A declaração final reconhece os "sérios desafios" que a economia mundial e os mercados financeiros enfrentam, e destaca a decisão dos líderes de "trabalharem juntos" para restaurarem o crescimento econômico.
"Nosso trabalho será guiado por uma crença compartilhada de que os princípios do mercado, o comércio aberto e os regimes de investimento, mercados financeiros efetivamente regulados alimentarão o dinamismo, a inovação e o empreendedorismo que são essenciais para o crescimento econômico, emprego e redução da pobreza", de acordo com o texto.
O documento diz que os ministros de finanças deverão estabelecer uma lista das entidades financeiras cuja quebra afetaria o conjunto do sistema financeiro.
Além disso, os líderes concordaram em reunir-se novamente antes de 30 de abril de 2009 para revisar a implementação dos princípios e decisões adotados neste sábado.

Mais regulação
O comunicado destaca ainda a necessidade de se aumentar a regulação e a fiscalização das atividades ligadas ao mercado financeiro. “Reguladores precisam garantir que suas ações estimulem a disciplina do mercado, evitem potenciais impactos adversos em outros países, incluindo arbitragem regulatória”, disse o texto. “Nós defendemos que se garanta que todos os mercados financeiros, produtos e participantes sejam regulados ou sujeitos à fiscalização, como seja apropriado as suas circunstâncias”.
“Nós concordamos que uma medida de resposta mais ampla é necessária, baseada em cooperação macroeconômica, para restaurar crescimento, evitar turbulências e apoiar economias de mercados emergentes e de países em desenvolvimento”.
Os líderes concordaram em usar “medidas fiscais” e disseram que eles reconhecem a “importância do apoio da política monetária”, disse o esboço, afirmando que eles iriam “tomar qualquer ação posterior necessária para estabilizar o sistema financeiro”.

Retomada de Doha
A declaração, elaborada em uma reunião de cinco horas, também incluiu rejeição ao protecionismo, disse uma fonte próxima às negociações. No documento, os líderes pedem um acordo para resgatar negociações da Rodada de Doha, que buscam a liberalização do comércio internacional.
Além disso, pedem que não sejam levantadas barreiras comerciais nos próximos 12 meses.
"Em relação a isto, nos próximos 12 meses nos absteremos de levantar novas barreiras a investimentos ou ao comércio de bens e serviços, de impor novas restrições às exportações ou de implementar medidas incoerentes com com a Organização Mundial de Comércio (OMC) para estimular as exportações".
(Com informações da Reuters e da AFP)

Conheça os principais pontos do comunicado dos líderes do G20
Grupo se encontrou em Washington neste sábado.Documento defende reforma do sistema financeiro internacional.
Da Reuters
Os líderes do G20 concordaram neste sábado (15) em tomar uma ação rápida, incluindo medidas de estímulo fiscal caso necessário, para estabilizar os mercados financeiros e restaurar o crescimento da economia global, segundo o comunicado.
Eles também deram suporte a idéia de dar mais voz aos mercados emergentes no comando financeiro global.
Eles apoiaram:
- Medidas fiscais para impulsionar a demanda rapidamente;
- Mudanças na política monetária caso necessário;
- Mais recursos para o FMI ajudar as economias emergentes;
- Empenho para romper o impasse na Rodada de Doha neste ano;
- Reforma das instituições de Bretton Woods para dar mais voz às economias emergentes alinhada com a mudança no peso econômico dessas nações;
- Colegiado de supervisores para analisar os principais bancos globais;
- Revisão dos padrões de contabilidade, pagamento a executivos de empresas, regras de falência, agências de avaliação de crédito e movimentos de credit default swaps (CDS, na sigla em inglês);
Os ministros de Finanças do G20 foram instruídos a trabalhar nos aspectos específicos até 31 de março de 2009, antes da próxima reunião.

Veja abaixo estão alguns dos principais trechos do texto fornecido à Reuters por autoridades do G20:

Ações econômicas
"Há mais a ser feito para estabilizar os mercados financeiros e apoiar o crescimento econômico. O impulso econômico está desacelerando substancialmente nas principais economias e a perspectiva global se enfraqueceu..."
"Contra este cenário de condições de deterioração, nós concordamos que uma ampla resposta de política é necessária", afirmou o grupo, listando medidas que devem ser tomadas imediatamente:
- tomar quaisquer novas ações que forem necessárias para estabilizar o sistema financeiro;
- reconhecer a importância do suporte político monetário, quando julgar apropriado;
- utilizar medidas fiscais para estimular a demanda doméstica com um rápido efeito, conforme for necessário;
- ajudar os mercados emergentes a ter acesso ao financiamento, incluindo instrumentos de liquidez e programas de suporte;

Instituições financeiras globais
"Nós estamos comprometidos a avançar com a reforma das instituições de Bretton Woods, de modo que elas possam refletir de maneira mais apropriada as mudanças de peso na economia mundial, aumentando sua legitimidade e eficiência. A respeito disso, economias emergentes e em desenvolvimento, incluindo os países mais pobres, devem ter maior voz e representação."

No curto prazo:
- expandir urgentemente o número de membros do Fórum de Estabilidade Financeira (FSF, na sigla em inglês) para incluir as economias emergentes;
- FMI e FSF devem trabalhar juntos com o FMI tendo seu foco na fiscalização e o FSF nos padrões regulatórios;
- ajudar as economias emergentes e em desenvolvimento a conseguir acesso aos financiamentos e garantir que o FMI, o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de desenvolvimento também tenham recursos suficientes;
No médio prazo:
- reformar de modo abrangente o FMI e o Banco Mundial;
- dar aos países emergentes e em desenvolvimento maior voz;
- fortalecer o papel de fiscalização do FMI ao dar conselho aos países sobre macroeconomia e estabilidade financeira;

Conversações comerciais
"Nós ressaltamos a importância crítica de rejeitar o protecionismo e não se voltar para dentro em momentos de incerteza financeira."
- não levantar barreiras comerciais nos próximos 12 meses
- trabalhar para reiniciar as conversações globais sobre comércio até o fim do ano
"Vamos nos esforçar para alcançar um acordo este ano sobre modalidades que levem à conclusão bem-sucedida da Agenda de Desenvolvimento de Doha, da OMC, com um resultado ambicioso e equilibrado. Nós instruímos nossos ministros de comércio a alcançar este resultado."

Regras regulatórias
"Vamos implementar reformas que fortalecerão os mercados financeiros e regimes regulatórios de modo a evitar crises futuras."
- A regulação é uma responsabilidade nacional em primeiro lugar, mas a cooperação internacional será fortalecida, afirma o comunicado.
No curto prazo:
- estabelecer organismos de supervisão para todas as grandes instituições com atuação internacional. Os principais bancos globais deverão se reunir regularmente com seus organismos supervisores.
- garantir que as agências de rating de crédito cumpram altos padrões regulatórios globais, evitando conflitos de interesse e fornecendo grande transparência.
- padrões de contabilidade serão melhorados
- hedge funds e fundos de private equity irão acelerar acordos sobre unificação das melhores práticas.
- mais transparência sobre produtos financeiros complexos e garantir a completa e precisa divulgação pelas empresas sobre suas condições financeiras.

5 comentários:

Anônimo disse...

Especialistas acreditam que a inserção dos emergentes, como o Brasil, se dará pela nova configuração das instituições financeiras. Esse seria o caminho mais rápido e eficiente, pois a crise deve provocar a remodelação de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
A crise nos países desenvolvidos aumenta cada vez mas.

Anônimo disse...

Especialistas acreditam que a inserção dos emergentes, como o Brasil, se dará pela nova configuração das instituições financeiras. Esse seria o caminho mais rápido e eficiente, pois a crise deve provocar a remodelação de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
A crise nos países desenvolvidos aumenta cada vez mas.

Anônimo disse...

Especialistas acreditam que a inserção dos emergentes, como o Brasil, se dará pela nova configuração das instituições financeiras. Esse seria o caminho mais rápido e eficiente, pois a crise deve provocar a remodelação de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
A crise nos países desenvolvidos aumenta cada vez mas.

Anônimo disse...

Especialistas acreditam que a inserção dos emergentes, como o Brasil, se dará pela nova configuração das instituições financeiras. Esse seria o caminho mais rápido e eficiente, pois a crise deve provocar a remodelação de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
A crise nos países desenvolvidos aumenta cada vez mas.

Unknown disse...

O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da preparação para a V Conferência Ministerial da OMC, realizada em Cancun, entre 10 e 14 de setembro de 2003. O Grupo concentra sua atuação em agricultura, o tema central da Agenda de Desenvolvimento de Doha.
O G-20 tem uma vasta e equilibrada representação geográfica, sendo atualmente integrado por 23 Membros: 5 da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), 6 da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e 12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).
Desde a sua constituição, o G-20 gerou grande interesse, criou expectativas e recebeu também críticas vindas diferentes direções.
O Grupo nasceu com o objetivo de tentar, como de fato o fez, impedir um resultado predeterminado em Cancun e de abrir espaço para as negociações em agricultura. Naquela ocasião, o principal objetivo do Grupo foi defender resultados nas negociações agrícolas que refletissem o nível de ambição do mandato de Doha e os interesses dos países em desenvolvimento. Para tanto, o Grupo adotou uma posição comum, circulada como documento oficial da OMC, antes e durante Cancun. Essa posição permanece como a plataforma central do Grupo.