Olha só o que ele quer que acreditemos sobre a crise ! Temos de uma vez por todas, acabar com o império do capital, que não produz nada pelo social ! e o mundo está perdendo a luta contra os bancos, que SANGRAM ! Leia abaixo sobre isso !
A reportagem é de Jamil Chade e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 29-10-2008.
A avaliação é do Banco da Inglaterra, o BC britânico, que vê a instabilidade das últimas semanas como a pior da história. O banco ainda teme pela saúde das economias emergentes, que não conseguiram evitar a crise criada nos países ricos.
Numa nova etapa da turbulência, a instabilidade nos emergentes - que acreditavam estar imunes - pode alimentar ainda mais os prejuízos no sistema. Segundo os ingleses, o volume do prejuízo deve ser duas vezes maior do que calculava há cerca de um mês o Fundo Monetário Internacional (FMI). O pior, segundo a análise dos britânicos, é que a crise ainda não chegou ao fim e mais prejuízos podem ocorrer, mesmo com a ajuda dos governos.
Segundo os cálculos, as perdas equivalem a 5% do PIB mundial. O maior prejuízo ficará com os americanos: US$ 1,57 trilhão apenas nos bancos, o dobro do que se imaginava. Na zona do euro, serão 784,6 bilhões. Só no Reino Unido, os bancos perderão quase US$ 300 bilhões, contra uma previsão inicial de US$ 130 bilhões.
“O sistema bancário global enfrentou seu episódio de maior instabilidade desde o início da Primeira Guerra Mundial”, disse o relatório mensal do BC britânico. O vice-presidente do banco, John Gieve, foi além e afirmou que é a “pior crise de que se tem lembrança”.
Para Gieve, a turbulência pode continuar, mesmo com mais de US$ 6,8 trilhões injetados no sistema pelos governos desde abril. Só os pacotes dos governos para salvar seus bancos e economias nas últimas semanas somaram US$ 4 trilhões. Em perdas de valores das ações nos mercados globais, a queda já equivale a US$ 27 trilhões desde o início do ano.
A comparação com outras crises é inevitável. Para solucionar os problemas de mudanças climáticas, o mundo precisaria investir entre 1% e 2% do PIB. Para acabar com a fome, apenas metade do que foi dado aos bancos ingleses, US$ 30 bilhões. Para lutar contra a aids, apenas US$ 10 bilhões por ano.
Para o BC inglês, porém, os riscos ainda prevalecem no sistema e bancos de todo o mundo terão de ajustar seus balanços e modelos de financiamento. “O crescimento dos empréstimos levará tempo para se recuperar”, diz o relatório.
“A instabilidade no sistema financeiro global nas últimas semanas foi a mais severa de que se tem memória. Com uma desaceleração econômica mundial a caminho, o sistema financeiro continua ameaçado”, disse Gieve, que destaca o papel dos governos. Para o BC inglês, novos mecanismos de controle de riscos são necessários.
Dos US$ 6,8 trilhões usados, US$ 600 bilhões serão destinados a recapitalizar os bancos, além de outros US$ 600 bilhões para comprar ações tóxicas. Já as garantias para os correntistas custarão US$ 3 trilhões, e mais US$ 1,1 trilhão para dar liquidez entre os bancos e nacionalizações.
Ainda assim, isso é apenas parte do que o BC inglês estima que existam de ações podres dos bancos, num total de US$ 14,5 trilhões. “Os riscos continuam.”
EMERGENTES
Uma nova etapa da crise poderia ser a contaminação dos países emergentes, que já dão sinais de fraqueza. A queda nas bolsas de vários mercados, como Brasil, Argentina, Rússia e Índia são exemplos de que essas economias não estão isoladas do problema. “Há sinais crescentes de stress em muitas economias emergentes”, disse o BC inglês no relatório.
Para os europeus, um dos riscos agora é de que os bancos que estão expostos aos mercados emergentes voltem a perder com a volatilidade nessas economias. “Desenvolvimentos negativos nas economias emergentes poderia adicionar um novo problema ao sistema financeiro”, diz o relatório. “Grandes bancos em economias desenvolvidas, por exemplo, com operações internacionais podem ficar expostos a uma significativa perda de créditos”, acrescentou.
Líderes de vários países, inclusive o Brasil, passaram semanas acusando os países ricos pelos problemas. Mas agora os ricos temem que a instabilidade nos emergentes faça a crise se prolongar. Hedge funds e outras entidades são as que ofereceriam maior risco.
Os governos já gastaram mais de 11% do Produto Interno Bruto (PIB) global para dar liquidez e salvar os bancos desde abril, o equivalente a mais de quatro vezes o tamanho da economia brasileira. Mas a crise fará com que os bancos em todo o mundo acumulem perdas equivalentes a dois “Brasis”, cerca de US$ 2,8 trilhões. E o próximo capítulo da turbulência mundial pode ser justamente a contaminação dos mercados emergentes, o que ampliaria as perdas dos bancos nos países ricos.
A reportagem é de Jamil Chade e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 29-10-2008.
A avaliação é do Banco da Inglaterra, o BC britânico, que vê a instabilidade das últimas semanas como a pior da história. O banco ainda teme pela saúde das economias emergentes, que não conseguiram evitar a crise criada nos países ricos.
Numa nova etapa da turbulência, a instabilidade nos emergentes - que acreditavam estar imunes - pode alimentar ainda mais os prejuízos no sistema. Segundo os ingleses, o volume do prejuízo deve ser duas vezes maior do que calculava há cerca de um mês o Fundo Monetário Internacional (FMI). O pior, segundo a análise dos britânicos, é que a crise ainda não chegou ao fim e mais prejuízos podem ocorrer, mesmo com a ajuda dos governos.
Segundo os cálculos, as perdas equivalem a 5% do PIB mundial. O maior prejuízo ficará com os americanos: US$ 1,57 trilhão apenas nos bancos, o dobro do que se imaginava. Na zona do euro, serão 784,6 bilhões. Só no Reino Unido, os bancos perderão quase US$ 300 bilhões, contra uma previsão inicial de US$ 130 bilhões.
“O sistema bancário global enfrentou seu episódio de maior instabilidade desde o início da Primeira Guerra Mundial”, disse o relatório mensal do BC britânico. O vice-presidente do banco, John Gieve, foi além e afirmou que é a “pior crise de que se tem lembrança”.
Para Gieve, a turbulência pode continuar, mesmo com mais de US$ 6,8 trilhões injetados no sistema pelos governos desde abril. Só os pacotes dos governos para salvar seus bancos e economias nas últimas semanas somaram US$ 4 trilhões. Em perdas de valores das ações nos mercados globais, a queda já equivale a US$ 27 trilhões desde o início do ano.
A comparação com outras crises é inevitável. Para solucionar os problemas de mudanças climáticas, o mundo precisaria investir entre 1% e 2% do PIB. Para acabar com a fome, apenas metade do que foi dado aos bancos ingleses, US$ 30 bilhões. Para lutar contra a aids, apenas US$ 10 bilhões por ano.
Para o BC inglês, porém, os riscos ainda prevalecem no sistema e bancos de todo o mundo terão de ajustar seus balanços e modelos de financiamento. “O crescimento dos empréstimos levará tempo para se recuperar”, diz o relatório.
“A instabilidade no sistema financeiro global nas últimas semanas foi a mais severa de que se tem memória. Com uma desaceleração econômica mundial a caminho, o sistema financeiro continua ameaçado”, disse Gieve, que destaca o papel dos governos. Para o BC inglês, novos mecanismos de controle de riscos são necessários.
Dos US$ 6,8 trilhões usados, US$ 600 bilhões serão destinados a recapitalizar os bancos, além de outros US$ 600 bilhões para comprar ações tóxicas. Já as garantias para os correntistas custarão US$ 3 trilhões, e mais US$ 1,1 trilhão para dar liquidez entre os bancos e nacionalizações.
Ainda assim, isso é apenas parte do que o BC inglês estima que existam de ações podres dos bancos, num total de US$ 14,5 trilhões. “Os riscos continuam.”
EMERGENTES
Uma nova etapa da crise poderia ser a contaminação dos países emergentes, que já dão sinais de fraqueza. A queda nas bolsas de vários mercados, como Brasil, Argentina, Rússia e Índia são exemplos de que essas economias não estão isoladas do problema. “Há sinais crescentes de stress em muitas economias emergentes”, disse o BC inglês no relatório.
Para os europeus, um dos riscos agora é de que os bancos que estão expostos aos mercados emergentes voltem a perder com a volatilidade nessas economias. “Desenvolvimentos negativos nas economias emergentes poderia adicionar um novo problema ao sistema financeiro”, diz o relatório. “Grandes bancos em economias desenvolvidas, por exemplo, com operações internacionais podem ficar expostos a uma significativa perda de créditos”, acrescentou.
Líderes de vários países, inclusive o Brasil, passaram semanas acusando os países ricos pelos problemas. Mas agora os ricos temem que a instabilidade nos emergentes faça a crise se prolongar. Hedge funds e outras entidades são as que ofereceriam maior risco.
União Européia convoca ‘cúpula’ das montadoras. Na pauta, a crise
Férias coletivas forçadas, retração nas vendas e ameaça de demissões forçaram a União Européia (UE) a convocar reunião de lideranças do setor. A reportagem é de Andreas Main, e publicada no sítio Deutsche Welle, 28-10-2008.
Férias coletivas forçadas, retração nas vendas e ameaça de demissões forçaram a União Européia (UE) a convocar reunião de lideranças do setor. A reportagem é de Andreas Main, e publicada no sítio Deutsche Welle, 28-10-2008.
Entre os efeitos de curto prazo da crise no mercado automotivo se vislumbra a retração no consumo que já está freando a produção. Especialistas advertem também para os efeitos entre as fornecedoras. Ferdinand Dudenhöffer, perito no setor, disse ao jornal Bild que a crise financeira poderá custar até 50 mil postos de trabalho entre os fabricantes de componentes para automóveis. Ele sugere um programa de crédito do governo para impulsionar as compras e reativar o setor.
A Associação dos Construtores Europeus de Veículos (Acea) havia solicitado à Comissão Européia, algumas semanas atrás, um crédito de 40 bilhões euros para o desenvolvimento de veículos mais econômicos. Os conglomerados europeus se baseiam em ajudas semelhantes previstas para a concorrência norte-americana, no montante de 25 bilhões de dólares.
O comissário europeu da Indústria, Günter Verheugen, e o presidente da Acea, Christian Streiff, pretendem tomar uma posição sobre estas questões numa reunião de cúpula marcada para esta quarta-feira (29/10) em Bruxelas. Verheugen considera a situação "extraordinariamente ameaçadora" para a indústria automobilística.
O setor necessita de "nosso apoio e de uma ajuda bem concreta para impulsionar as vendas de carros novos", salientou o comissário alemão, que exclui a concessão de subsídios. Para ele, não é só a crise o fator responsável pela retração dos consumidores: "Clientes e fabricantes estão inseguros porque a política não tem uma clara linha em relação ao tema CO2".
Ao comprar um automóvel hoje, ninguém sabe que limites de emissões devem ser obedecidos, nem que impostos pagar, reclamou Verheugen em entrevista à Deutsche Welle.
Para acabar com esta insegurança, ele exige providências do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu.
Após ajudar os bancos, a Europa agora terá de ajudar a indústria automobilística com recursos públicos?Convoquei para quarta-feira uma cúpula automobilística em Bruxelas. Presidentes de grandes empresas, ministros da Economia dos principais países fabricantes de veículos, sindicatos e outros deverão se reunir para falar sobre o que deve acontecer. Sobre subsídios, no sentido convencional do termo, certamente não será discutido.
Temos de falar, em primeiro lugar, sobre como eliminar o mais rapidamente possível a insegurança legal na qual se encontra a indústria automobilística. As montadoras precisam saber o que os legisladores querem delas. Já está demorando demais o fato de não saberem qual é, afinal, o tipo de carro que devem construir. Em segundo lugar, devem ser criados incentivos para que os proprietários de veículos se desfaçam de carros velhos e comprem veículos novos mais econômicos.E, em terceiro lugar, caso haja restrições na concessão de créditos aos fabricantes ou fornecedoras, se poderia pensar em disponibilizar créditos do Banco Europeu de Investimentos, cujos juros poderiam ser baixos, mas que tivessem o claro objetivo de desenvolver carros econômicos e de baixo consumo.
Sem claras subvenções?
Não. Como o senhor explicaria isso aos desempregados do setor?
Os bancos recebem ajuda e os fabricantes de veículos, não?
Temos uma política bem clara na Europa: não ajudar os setores econômicos através de subsídios. Eles têm de se impor através da concorrência. E, no que se refere aos bancos, trata-se de fianças e garantias legais disponibilizadas até certo limite, mas não está claro se serão usadas. Aqui, as coisas são bem diferentes: o sistema financeiro ameaçou entrar em colapso e foi absolutamente necessário tomar providências para garantir que ele continuasse cumprindo sua função de fornecer créditos à economia real.A indústria automotiva não está pedindo subsídios. O que realmente está sendo reivindicado é a criação de condições claras para que ela saiba em que situação se encontra e, se for o caso, tenha acesso a créditos baratos do Banco Europeu de Investimentos.Fala-se no perigo de que investidores do Extremo Oriente ou dos Estados ricos em petróleo se aproveitem do baixo preço de ações para assumir empresas européias de forma hostil. Como o senhor vê este perigo?A questão é: trata-se realmente de uma ameaça? Até agora, sempre dissemos na Europa que pretendemos ser um mercado atraente para investidores de outras partes do mundo. Sempre foi nossa política dizer que quem pretende investir aqui é bem-vindo. Não conheço nenhum caso de alguém que tenha investido na Europa para nos prejudicar ou fazer mal a si próprio. Gente que investe aqui quer ganhar dinheiro, e não desperdiçá-lo.Mesmo assim, podemos imaginar que há empresas que não se quer ver em poder de determinados grupos financeiros. Neste caso, as empresas têm de tomar providências. Nacionalizar não é a solução. Vivenciamos por muito tempo a estatização em grande parte da Europa. Não precisamos repetir esta experiência.
O senhor reage de forma alérgica à sugestão do presidente do Conselho Europeu, Nicolas Sarkozy, de proteger a indústria através de estatizações parciais! Não de forma alérgica! Ele nem pediu a nacionalização. Ele falou justamente o mesmo que eu disse: isto é, a preocupação em disponibilizar financiamentos acessíveis se as instituições de crédito não puderem mais fazer isso. Em segundo lugar, que é preciso analisar como proteger importantes indústrias européias de incorporações. A maioria dos países europeus já dispõe de regulamentações próprias que lhes permitem evitar tais incorporações em setores estratégicos.Não é preciso reavaliar esta política?Não vejo razão.A crise pode ser crucial para o senhor no posto de comissário da Indústria. A ajuda correta no momento certo pode impulsionar a Europa na concorrência internacional. Como o senhor aproveitará esta oportunidade?
Eu não vejo a indústria na crise que você parece ver. Temos esta forte retração nas vendas da indústria automobilística. As razões disso são diversas. O motivo principal é a hesitação dos clientes em potencial e isso se deve à insegurança econômica, que leva as pessoas a não gastar muito dinheiro. Elas também não estão comprando imóveis nem televisores caros. Aliás, a indústria tem o mesmo problema na Europa toda e no mundo. Temos que contar com um índice de crescimento econômico menor. O melhor que podemos fazer é praticar a política que já defendo há muito tempo: criar as melhores condições possíveis para a nossa indústria, mas não se intrometer em decisões que ela própria tem de tomar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário