Há exatos 79 anos e um dia começava a fissura que engoliria Wall Street em 1929. Aquele ano, cujas características têm sido espelhadas no de 2008 em citações freqüentes por participantes do mercado internacional, marca catástrofes seqüenciais no mundo financeiro.
Em 24 de outubro de 1929 começava a rachadura em Wall Street, que antecipava em poucos dias o tremor que assolaria o mercado financeiro na crise que deflagrou a Grande Depressão Econômica.
Aquela Quinta-Feira Negra deu início a quedas sucessivas e ainda mais fortes nas Bolsas de Valores norte-americanas.
A reportagem é de Nalu Fernandes e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-10-2008.
A reportagem é de Nalu Fernandes e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-10-2008.
Hoje, 79 anos depois da primeira faísca de 1929, analistas em Wall Street garantem que os EUA já estão em recessão, alertam que o processo também será inevitável na Europa e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia global estará no “limiar da recessão” em 2009. Em Wall Street, os índices acionários Dow Jones Industrial Average e S&P-500 perderam 41,8% e 45,5%, respectivamente, desde o pico registrado em 11 de outubro de 2007. Desde então, Manhattan viu bancos de mais de um século de existência baixando definitivamente as portas ou sendo adquiridos pelos concorrentes.
A Quinta Negra de 1929 marcou uma queda apenas marginal da Bolsa, de 2% ante o dia anterior. Mas teve o destaque nas perdas intraday, que fizeram com que mais de 12 milhões de ações trocassem de mãos em um único dia, quando a média diária era de 4 milhões, o que deflagrou um “resgate” naquele mesmo dia orquestrado por banqueiros e pela própria Bolsa.
No fim daquela manhã dramática, já circulavam rumores de investidores pulando de seus escritórios em Manhattan, mas até hoje a veracidade destas fatalidades é questionada. No livro 1929: O Colapso da Bolsa, na edição em português, o célebre economista John Kenneth Galbraith classifica este episódio como um dos mitos da quebra da Bolsa: “Nos EUA, a onda de suicídio que seguiu a quebra do mercado de ações é também parte da lenda de 1929. Na verdade, não houve nenhum.”
Do pico do mercado acionário, registrado em setembro de 1929, o Dow Jones só teve estabilização anos depois. De setembro daquele ano, no ápice de pouco mais de 380 pontos, o Dow Jones seguiu para o fundo do poço em 1932, batendo em torno de 40 pontos. A perda acumulada chegou a quase 90%, sendo que 40% havia sido perdido em menos de dois meses, até outubro de 1929.
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