sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O CRACK DE 2008: OS FANTASMAS QUE RESSUSCITAM, OS TEMORES QUE ALIMENTAM !

Você lembra de fotos como esta acima ? Olha cara, é difícil aceitar que um fato que você estuda, na História, que aconteceu em 1929, esteja sendo o fato do momento, e que aconteceu, está em evidência em pleno século XXI : A Crise nas Bolsas em 2008. Estamos a 79 anos desta crise, que em 1929, mudou o mundo, e levou a decadência de países, empresas, pessoas, milhares faliram, morreram, ficaram desesperados, e o mundo viu tudo isso acontecer.
Atualmente, estamos vivendo os fantasmas deste fato, e os temores, os medos assustam, afinal, os fim de uma era aparece, e as consequências ninguém sabe qual será!

Vamos ver o que está sendo vistou, ou escrito por aí.

PARIS (AFP) - O crack de 2008 é um problema: os economistas ainda não sabem definir direito a situação porque ela tem a ver tanto com a objetividade das cifras das bolsas como com os sentimentos profundos que trazem à memória as dramáticas cenas de privação e a violência política da história recente.
A atual crise é a pior desde o colapso de Wall Street há 79 anos, que desembocou na Grande Depressão dos anos 30.
Pode merecer o nome de crack, mas os dicionários são cautelosos no momento de definir algo que tem muito a ver com os sentimentos, ainda que existam certos pontos de referência.
Na segunda-feira, 28 de outubro de 1929, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York despencou 13%, com uma nova queda de 12% no dia seguinte, que entrou para a história como a "Terça-feira negra". No final de novembro, já havia perdido metade de seu valor e, em 1932, perdeu cerca de 90%.
No crack de 1987, em 19 de outubro, o Dow Jones conheceu um queda de 23% em uma única sessão, a maior de sua história. Londres 20% em dois dias.
A sabedoria coletiva estabeleceu uma escala para definir o crack: 10% em um dia, 20% em dois dias e 30% em semansa ou meses. E a maioria das grandes bolsas perderam mais de 20% nesta última semana.
Até esta quinta-feira, no correr da semana, o índice da bolsa nova-iorquina, o Dow Jones caiu 20% e o japonês Nikkei 25%.
Mas o real significado da palavra não tem tanto a ver com as cifras como com o temor que provoca.
Nos Estados Unidos os anos de depressão de antes da Segunda Guerra Mundial deixaram imagens de filas nas padarias, pobreza em massa e, finalmente, o New Deal, com um investimento maciço do Estado para relançar a economia.
Na Europa ainda se recorda a privação, o desespero e principalmente a chegada ao poder de Adolf Hitler na Alemanha, e Benito Mussolini na Itália.
Na América Latina ressurgiram as ditaduras militares, que tomaram conta de todos os países democráticos em ruínas.
Mais recentemente a palabra crack remete os argentinos a 2001, "quando a classe média foi aniquilada da noite para o dia", ressaltou o professor Jonathan Story, da Escola Superior de Economia (INSEAD), em Paris.
O "corralito" que impediu a retirada de dinheiro dos bancos e a queda de 80% no valor do peso em relação ao dólar acabou com as economias da classe média.
A lembrança dos correntistas furiosos batendo panelas nas portas dos bancos ainda está fresca na memória do povo.
Esses fantasmas e essas emoções explicam o impacto da palavra. "Crack" lembra al fome de 1929, o horror de Hitler e o saque dos armazéns judeus pelos nazistas na Noite de cristal (novembro de 1938).
Também atrás da palavra se esconde o fim da ilusão do "prazer eterno".
"Não há um único significado do que seja um crack", afirmou Jon Danielsson, um especialista em crise financeiras da London School of Economics. "As mudanças em nosso bem-estar de hoje se misturam com o sentido histórico do que foi "o" crack. Hoje estamos em meio a um crack do mercado.... Até agora a perda é séria, mas não catastrófica", ressaltou.
"O crack de 1929 foi um desastre pela incapacidade dos governos de entender a gravidade da situação, incapacidade de tomar as medidas políticas adequadas e incapacidade de coordenar internacionalmente", considerou.
Agora, disse, "os governos entenderam a gravidade da situação e estão cooperando admiravelmente bem". Os economistas aprenderam ou "estão voltando a ler os livros de História."
"Não conheço uma definição clara de 'crack', ressaltou o economista Gilles Moec, do Bank of América, em Londres. "Tem a ver com o sentimento coletivo... A palavra 'crack' provoca muitas emoções porque a crise foi seguida de coisas muito ruins".
"Não conheço uma definição correta dessa palavra", concordou o professor universitário de Dublin Antoin Murphy, que já escreveu muito sobre os cracks.
"Os cracks trazem sofrimento e cicatrizes psicológicas e afetam a saúde das pessoas", ressaltou.

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